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Menino de 13 anos recebe visita inesperada do FBI após construir reator de fusão nuclear no seu quarto

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 16/03/2025 às 19:51
Atualizado em 18/03/2025 às 12:04
reator de fusão nuclear
Foto: Reprodução
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Jovens prodígios da ciência costumam impressionar o mundo, mas algumas invenções podem ir longe demais. Um garoto de 13 anos decidiu montar um reator de fusão nuclear em seu quarto, chamando a atenção das autoridades e resultando em uma inesperada visita do FBI para investigar o caso.

Enquanto muitos adolescentes passam horas nas redes sociais ou jogando videogame, Jackson Oswalt, morador de Memphis, nos Estados Unidos, dedicou seu tempo a um projeto inusitado: a construção de um reator de fusão nuclear.

Aos 12 anos de idade, ele conseguiu realizar a fusão nuclear em um laboratório montado dentro de sua própria casa, tornando-se o mais jovem a alcançar esse feito nos EUA. Oswalt entrou para o Guinness World Records como a pessoa mais jovem a realizar a fusão nuclear com sucesso.

A experiência foi concluída em 19 de janeiro de 2018, poucas horas antes de seu 13º aniversário.

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O reator, desenvolvido pelo adolescente, utiliza um complexo sistema de vácuos, bombas e câmaras de aço para fundir átomos e gerar energia.

O processo imita o funcionamento do Sol e outras estrelas, onde a fusão de núcleos atômicos libera grandes quantidades de energia.

Diferente da fissão nuclear, tecnologia usada em usinas nucleares convencionais, a fusão não produz resíduos altamente radioativos, sendo considerada uma alternativa promissora para a geração de energia limpa no futuro.

O início do reator de fusão nuclear

A ideia surgiu quando Jackson tinha 12 anos. Ele decidiu que queria fazer algo mais produtivo do que apenas jogar Fortnite.

Fascinado por energia nuclear, começou a pesquisar sobre o tema na internet. Durante sua busca, descobriu a história de Taylor Wilson, um jovem que, em 2008, construiu um reator de fusão nuclear aos 14 anos.

Decidido a superar esse recorde, Jackson iniciou seu projeto. Ele primeiro estudou o que outros entusiastas haviam feito e fez uma lista de peças necessárias, adquirindo a maioria pelo eBay.

No entanto, muitas das peças não eram exatamente o que ele precisava, exigindo modificações. Ele passou meses aprendendo sobre as funcionalidades de cada componente e como adaptar as peças adquiridas.

A fase de pesquisa foi intensa. Jackson assistiu a vídeos, leu artigos acadêmicos e participou de fóruns especializados.

Cada informação assimilada era testada na prática, o que tornava o processo demorado e desafiador. Ele não contava com a ajuda de professores ou cientistas, somente sua determinação e o conhecimento compartilhado na internet.

O desafio de construir um reator

Transformando uma antiga sala de jogos em um laboratório, Jackson contou com o apoio financeiro dos pais, gastando entre US$ 8.000 e US$ 10.000 na compra de componentes.

A montagem foi um processo de tentativa e erro.

Sem um manual claro, ele confiou em sua própria pesquisa e na colaboração de físicos amadores no fórum Open Source Fusor Research Consortium.

Inicialmente, o entendimento dos mecanismos foi desafiador, mas, com o tempo, cada peça se encaixou no quebra-cabeça.

A precisão era essencial. Pequenos erros poderiam comprometer todo o sistema. Jackson precisou construir câmaras de vácuo e testar diferentes materiais até encontrar os mais adequados para resistir às altas temperaturas.

O controle dos fluxos de gás deutério e a estabilidade do plasma foram alguns dos desafios mais complexos enfrentados pelo jovem cientista.

Segurança e riscos

O pai de Jackson, Chris Oswalt, não compreendia completamente o que o filho estava fazendo. Para garantir sua segurança, pediu que especialistas explicassem os riscos envolvidos, como exposição à radiação e os perigos de trabalhar com 50.000 volts de eletricidade.

Apesar da preocupação, Chris ficou impressionado com a dedicação do filho. Durante um ano inteiro, Jackson estudou diariamente, enfrentou fracassos e continuou trabalhando até alcançar seu objetivo.

A segurança foi um dos pontos mais críticos do projeto. Jackson precisou aprender a medir os níveis de radiação, criar barreiras protetoras e garantir que todas as conexões elétricas estivessem seguras.

Ele investiu tempo entendendo os mecanismos de blindagem para evitar vazamentos de radiação, reduzindo ao máximo os riscos.

A visita do FBI

Conforme o Indiatimes, certo dia, uma van repleta de agentes do FBI estacionou perto da entrada da garagem. Um grupo de policiais, vestindo jaquetas táticas, desceu e bateu à porta.

O jovem certamente já havia sonhado com pessoas se aproximando dele, mas nunca, nem nos cenários mais improváveis, imaginou que o FBI apareceria à sua porta.

No entanto, os agentes não invadiram o local como em operações de busca. Em vez disso, abordaram os pais de Jackson Oswalt educadamente, pedindo permissão para inspecionar seu “projeto” e avaliar possíveis níveis de radiação.

Munidos de um contador Geiger, os agentes não detectaram nenhum perigo. Com as medidas de segurança devidamente verificadas, Oswalt continuou sua jornada para alcançar a fusão nuclear.

A conquista da fusão

Jackson documentou todo o processo no fórum de pesquisa, até que, no dia 19 de janeiro de 2018, poucas horas antes de completar 13 anos, ele conseguiu atingir a fusão nuclear.

Ele combinou dois átomos de gás deutério no núcleo do reator, gerando um nêutron que foi detectado, confirmando o sucesso da experiência.

Richard Hull, administrador do site Fusor.net e engenheiro eletrônico aposentado, verificou os resultados e confirmou Jackson como o mais jovem a conseguir esse feito nos Estados Unidos e possivelmente no mundo.

A conquista de Jackson impressionou cientistas e entusiastas da física nuclear. O sucesso do experimento demonstra como jovens podem explorar o conhecimento científico de forma independente, impulsionados pela curiosidade e pelo acesso à informação.

O futuro da fusão nuclear

Embora Jackson tenha conseguido atingir a fusão nuclear, a humanidade ainda está longe de construir um reator que gere mais energia do que consome. Atualmente, cientistas trabalham para desenvolver um sistema viável que possa abastecer casas e edifícios.

O Dr. Jingbiao Cui, professor da Universidade de Memphis, destaca a complexidade do desafio. “Criar um reator de fusão que produza eletricidade ainda está distante. Por isso, o feito de Jackson é incrível“.

O foco de Jackson mudou para a IA

Em setembro de 2024, Jackson anunciou em sua conta no X (anteriormente conhecido como Twitter) que estava deixando a Universidade do Sul da Califórnia (USC) para integrar a equipe de hardware da Midjourney, uma empresa especializada em inteligência artificial.

De acordo com seu perfil no LinkedIn, na Midjourney, Jackson está envolvido no design de um produto de hardware habilitado para IA, destinado a proporcionar aos usuários uma memória perfeita e um assistente personalizado. ​

Com informações de FoxNews e IndiaTimes.

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rogerio
rogerio
18/03/2025 11:13

QUAL PAI NO MUNDO NÃO TEM 10 MIL DOLARES, MISEROS 52 MIL REAIS PARA COMPRAR ALGUNS BRINQUEDINHOS PARA O FILHO MONTAR UM REATOR DE FUSÃO NUCLEAR ? OBVIAMENTE TEREMOS MUITOS PEQUENOS GENIOS DE 11, 10, E ATÉ MENOS ANOS NO BRAZIL E NO MUNDO, A REPETIR A FAÇANHA!!!!

Ardel de Araújo Lago
Ardel de Araújo Lago
17/03/2025 12:56

Como tudo de bom tem seu preço;tem a natureza com tornados ,furacões e neves fortes em que todos esses fatores da natureza e aliados aos seus psicopatas,tem levado a mortes de muitos americanos. Tudo tem seu preço, cada nação com seus problemas.

Ardel de Araújo Lago
Ardel de Araújo Lago
17/03/2025 11:37

Num país de tantos talentos em premios nobel,não é supresa que a juventude se ocupe com coisas mais importantes de que as fúteis.

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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