A Marinha do Brasil pode estar prestes a incorporar o HMS Bulwark à sua frota, mas quais desafios e benefícios essa embarcação traria? Descubra todos os detalhes dessa possível aquisição e suas implicações para a defesa nacional.
A Marinha do Brasil pode ganhar um reforço significativo em sua frota com a possível aquisição do HMS Bulwark, uma embarcação de assalto anfíbio da classe Albion, recentemente reformada pela Royal Navy.
Portanto, essa negociação gera amplos debates, pois envolve custos, estado da embarcação e viabilidade operacional para a Esquadra Brasileira. Segundo o site Defesa Aérea & Naval, a Royal Navy disponibilizou o navio para venda como parte de sua estratégia de corte de custos.
A Royal Navy, ao reduzir custos operacionais, colocou o HMS Bulwark à venda por aproximadamente £20 milhões.
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No entanto, esse valor surpreende, pois o investimento recente para sua manutenção foi de £72 milhões. Assim, a Marinha do Brasil enviou uma delegação ao Reino Unido para avaliar as condições da embarcação e aprovou o estado do navio.
Segundo o site Defesa Aérea & Naval, essa avaliação ocorreu no início de março de 2025 e os militares brasileiros consideraram o navio em boas condições operacionais.
Entretanto, questões críticas ainda precisam de análise, como custos de manutenção a longo prazo e investimentos para sua operação eficiente.
O HMS Bulwark é a melhor opção para a Marinha do Brasil?
Mídias britânicas também mencionaram a possibilidade de aquisição do HMS Albion.
Contudo, seu estado atual exigiria um investimento financeiro muito alto para recuperá-lo. Dessa forma, a opção mais viável seria a compra exclusiva do HMS Bulwark.
Além disso, esse reforço traria um impacto positivo para a capacidade de projeção anfíbia da Marinha do Brasil, que atualmente conta com o NDM Bahia e o NDCC Saboia para esse tipo de operação.
O HMS Bulwark apresenta vantagens estratégicas, incluindo uma grande capacidade de transporte de tropas, blindados e helicópteros.
Dessa maneira, o suporte logístico se tornaria mais eficiente em situações de guerra, desastres naturais ou operações humanitárias.
Além disso, seu sistema de radares e CMS (Combat Management System) é similar ao do NAM Atlântico, já em operação na MB, facilitando a integração e manutenção desses sistemas dentro da estrutura naval brasileira.
Desafios financeiros e logísticos da aquisição
Apesar das vantagens operacionais, desafios financeiros e logísticos não podem ser ignorados.
Afinal, a incorporação do HMS Bulwark exigiria a seleção e treinamento de 325 tripulantes, que precisariam viajar ao Reino Unido para adaptação e formação.
Além disso, custos com hospedagem, treinamento operacional e translado do navio até o Brasil devem ser considerados.
Portanto, esses aspectos tornam a aquisição uma decisão que precisa de um planejamento sólido.
O HMS Bulwark foi lançado ao mar em 15 de novembro de 2001 e comissionado em 10 de dezembro de 2004.
Com 176 metros de comprimento, boca de 28,9 metros e calado de 7,1 metros, seu deslocamento atinge 19.560 toneladas.
Assim, sua velocidade máxima chega a 18 nós (33 km/h), com um alcance operacional de 8.000 milhas náuticas (13.000 km).
Além disso, sua tripulação fixa conta com 325 militares e capacidade para transportar 405 tropas em condições normais, podendo acomodar até 710 em sobrecarga.
Principais características técnicas
O HMS Bulwark utiliza um sistema diesel-elétrico composto por dois geradores a diesel Wärtsilä Vasa 16V32E, dois geradores a diesel Wärtsilä Vasa 4R32E e dois motores elétricos, que impulsionam dois eixos com hélices.
Além disso, um bow thruster auxilia nas manobras em portos.
Seu armamento inclui dois sistemas CIWS e dois canhões Oerlikon de 20mm.
Para operações de desembarque, a embarcação conta com quatro embarcações médias LCU Mk.10 e quatro embarcações leves LCVP Mk.5.
No setor de aviação, há dois pontos de pouso para helicópteros de grande porte, como o Chinook.
Entretanto, o navio não possui hangar para aeronaves.
Como o HMS Bulwark fortaleceria a frota brasileira?
A aquisição do HMS Bulwark representaria um reforço significativo para a Marinha do Brasil, principalmente ao considerar sua capacidade operacional em conjunto com o NAM Atlântico.
Afinal, ambos os navios operaram juntos quando o NAM Atlântico ainda era o HMS Ocean, o que indica uma integração fluida entre suas estruturas e sistemas de comando.
Por outro lado, desafios precisam de atenção.
O Brasil enfrenta históricos contingenciamentos orçamentários nas Forças Armadas, o que pode dificultar pagamentos e manutenção da embarcação a longo prazo.
Além do custo de aquisição, gastos com operação, treinamento de tripulação e adequação da infraestrutura para receber o navio entram na equação financeira.
Portanto, a decisão precisa ser analisada com cautela.
O que esperar do futuro da negociação?
Outro fator crítico é o tempo necessário para operacionalizar o HMS Bulwark na Marinha do Brasil.
O processo envolve o envio de tripulação ao Reino Unido para treinamentos especializados, além da realização do Handover (transferência oficial da embarcação) e do FOST (Fleet Operational Sea Training).
Dessa forma, garantiria que o navio opere com máxima eficiência sob comando brasileiro.
A decisão final dependerá de estudos detalhados, avaliando o impacto financeiro e a melhoria estratégica que o HMS Bulwark traria à Esquadra Brasileira.
Segundo o site Defesa Aérea & Naval, a Marinha do Brasil ainda não confirmou oficialmente a intenção de compra, mas segue avaliando os custos e benefícios dessa aquisição.
Caso a compra seja viabilizada, a expectativa é que o navio contribua de forma significativa para a defesa e operações navais do Brasil nos próximos anos.