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Marinha do Brasil e INB produzem pastilhas de combustível nuclear com energia equivalente a três barris de petróleo

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 10/01/2022 às 11:42
Atualizado em 21/03/2022 às 10:34
INB - Marinha do Brasil - combustível nuclear - petróleo - barris de petróleo -
Protótipo das pastilhas de combustível Nuclear – foto: Poder Naval/Divulgação

A INB e a Marinha do Brasil, após anos de parceria, alavancam a produção de pastilhas de combustível nuclear com energia equivalente a três barris de petróleo

Foi fechado um Memorando de Entendimentos entre a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) e a Indústrias Nucleares Brasil (INB), em novembro de 2020, para a criação de processos produtivos e tecnológicos nucleares por meio de recursos e competências complementares de cada instituição. A parceria entre a INB e a Marinha do Brasil permitiu a criação de pastilhas de combustível nuclear que equivalem a três barris de petróleo.

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Resultados da parceria entre a INB e a Marinha do Brasil

No ano passado, a ação tornou possível a celebração de um contrato entre o Centro Tecnológico da Marinha do Brasil e a INB para a produção de pastilhas de combustível nuclear (dióxido de urânio) UO2.

Entre os meses de agosto e dezembro do último ano, foram fabricadas pastilhas em que cada unidade possuía energia equivalente a aproximadamente três barris de petróleo. O produto fará parte do combustível nuclear do laboratório de geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE).

Após a produção, as pastilhas da Marinha do Brasil e INB passarão por vários testes para a validação do projeto do elemento combustível relacionados a aspectos de segurança nuclear, visando atender os requisitos do processo de licenciamento.

A fabricação das pastilhas de combustível nuclear na INB para o LABGENE compõe um exemplo de avanço da cadeia produtiva de urânio, provinda da tecnologia autóctone criada e instalada no Brasil, possibilitando a evolução do Programa Nuclear da Marinha do Brasil.

Contrato da décima cascata de ultracentrífugas

Em dezembro do ano passado, as duas instituições assinaram um contrato que prevê o fornecimento de dez cascatas de ultracentrífugas para enriquecimento isotópico de urânio. De acordo com Guilherme Dionísio Alves, diretor do CTMSP, há 20 anos foi assinado o contrato que foi essencial, não só para a Marinha do Brasil, mas para todo o país.

Através desse contrato, foi possível desenvolver a tecnologia de fabricação e enriquecimento de ultracentrífugas. Esse contrato deve ser encerrado neste ano de 2022, com a entrega da décima cascata. Já Carlos Freire Moreira, presidente da INB, destacou a possibilidade de novos projetos criados em conjunto.

Segundo o presidente, há desafios para este ano e por isso vê a possibilidade de expansão de parcerias entre as entidades, sendo uma delas a de pastilhas de combustíveis.

INB realiza inauguração da nona cascata de ultracentrífugas

No mês de novembro de 2021, a INB inaugurou no Rio de Janeiro a nona cascata de ultracentrífugas da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, na FCN.  Com o início da operação da cascata, agora há a possibilidade de produzir 65% da demanda de Angra 1 por ano, o que equivale cerca de um aumento de 5% em relação à atual capacidade.

No evento de inauguração da nova usina no RJ, esteve presente o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que destacou a evolução do Programa Nuclear Brasileiro para expandir a matriz energética do Brasil, sendo considerada uma das fontes mais sustentáveis do mundo.

Marinha do Brasil desenvolve o primeiro submarino com tecnologia nuclear do país

No interior de São Paulo, a Marinha do Brasil está preparando os testes do primeiro submarino que usará um motor movido a tecnologia nuclear. A tecnologia foi totalmente criada em território nacional e compõe o projeto de renovação da frota de submarinos do Brasil. O motor com tecnologia nuclear está sendo montado no Centro Tecnológico da Marinha em Iperó, a 125 quilômetros da capital de São Paulo.

O motor utiliza uma tecnologia dominada em apenas seis países do mundo. Sendo eles: os Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França, Índia e China. No Brasil, foi recebida de forma inédita. Tudo está sendo criado com muito sigilo.

O Diretor do Centro Industrial Nuclear de Aramar, o Comandante Luís Cláudio Farina, destacou que o sigilo do projeto é para que haja uma maior segurança do submarino com tecnologia nuclear e do conhecimento gerado. Segundo o diretor, a missão é que esse conhecimento continue na Marinha do Brasil e não seja desviado para outros projetos que não sejam para fins pacíficos. Tudo é criado em tamanho real para que seja possível simular a operação do reator e fazer as modificações necessárias antes dos engenheiros instalarem de forma definitiva.

No centro tecnológico da Marinha do Brasil, os equipamentos também tem a função de monitorar a radioatividade da tecnologia nuclear, que é nociva ao corpo humano. Sendo assim, os testes de segurança são essenciais.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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