Trabalhando na renovação da frota de submarinos no país – a Marinha do Brasil – conseguiu desenvolver o primeiro motor submarino que utiliza tecnologia nuclear. O modelo possui autonomia de 7 anos
No interior de São Paulo, a Marinha do Brasil está preparando os testes do primeiro submarino que usará um motor movido a tecnologia nuclear. A tecnologia foi totalmente criada em território Nacional e compõe o projeto de renovação da frota de submarinos do Brasil. O motor com tecnologia nuclear, está sendo montado no Centro Tecnológico da Marinha em Iperó, a 125 quilômetros da capital de São Paulo.
Leia também
Desenvolvimento do primeiro submarino a usar tecnologia nuclear em território brasileiro
Propulsão nuclear detalhada – poder naval Homens trabalham no compartimento turbo gerador de protótipo em terra de submarino nuclear em prédio em construção da LABGENE no Centro Experimental Aramar em Iperó, interior de São Paulo. – FOTO: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO LABGENE e seus equipamentos -Foto: Poder naval Diferença entre a tecnologia nuclear e comum – créditos: Poder naval
O motor se trata de uma tecnologia dominada em apenas seis países do mundo. Sendo eles: os Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França, Índia e China. No Brasil foi recebida de forma inédita. Tudo está sendo criado com muito sigilo.
O Diretor do Centro Industrial Nuclear de Aramar, o Comandante Luís Cláudio Farina, destacou que o sigilo do projeto é para que haja uma maior segurança do submarino com tecnologia nuclear e do conhecimento gerado. Segundo o diretor a missão é que esse conhecimento continue na Marinha do Brasil e não seja desviado para outros projetos que não sejam para fins pacíficos.
- Maior fábrica de celulose do mundo está no Brasil e acaba de ser inaugurada! Planta da Suzano chegou a ter 10 mil trabalhadores e está à procura de mão-de-obra
- Petrobras pode dar passo ousado e recomprar refinaria vendida no governo passado; custo pode chegar a 4 bilhões
- Conheça Arkadag, um mega e ambicioso projeto de uma cidade do futuro que vale US$ 5 BILHÕES de dólares
- Essas são as 10 MEGA obras ABANDONADAS no Brasil
Tudo é criado em tamanho real para que seja possível simular a operação do reator e fazer as modificações necessárias antes dos engenheiros instalarem de forma definitiva. No centro tecnológico da Marinha do Brasil, os equipamentos também tem função de monitorar a radioatividade da tecnologia nuclear, que é nociva ao corpo humano. Sendo assim, os testes de segurança são essenciais.
Primeiro motor movido a tecnologia nuclear entrará em operação ainda este ano
![](https://clickpetroleoegas.com.br/wp-content/uploads/2021/10/submarino-marinha-motor-23102021203453361-1244x700.jpeg)
De acordo com o vice-diretor do centro tecnológico, Salvador Ramos, seria inadmissível que os testes de desempenho, em condições adversas, fossem feitos no mar, já que se algo saísse de controle, a vida dos tripulantes estaria em perigo.
Todas as situações de emergência serão testadas e validadas, para depois se ter a planta instalada no submarino, já sabendo como ela age e a capacidade de se controlar tal tecnologia. Antes o projeto encontrava um empasse, já que nenhum país fornece tal combustível para esse fim. A dificuldade foi superada pelo Centro Nuclear Industrial da Marinha do Brasil, que atualmente domina o enriquecimento de urânio.
Parte da unidade fabril está em construção e, em até 4 anos, deve iniciar suas atividades. A tecnologia será implementada no último dos cinco submarinos que estão sendo desenvolvidos no Rio de Janeiro. O primeiro motor com tecnologia nuclear deve iniciar suas atividades em um submarino ainda esse ano. As entregas irão até 2034.
Como funciona um submarino comum?
Em um submarino comum, as baterias são carregadas através de geradores movidos a diesel, entretanto a autonomia pode chegar a apenas 45 dias. Já com a energia nuclear, são sete anos de autonomia.
Ao total são 48 MW de potência, ou seja, um reator nuclear submarino poderia iluminar uma cidade com 20 mil pessoas. Os submarinos servem para que a Marinha do Brasil garanta a segurança de toda a costa nacional.
Pela “Amazônia Azul” passam cerca de 95% do comércio exterior e também grande parte do petróleo e gás natural consumidos no país