Leilão, realizado na sexta-feira (27), contratou 29 usinas produtoras de energia limpa e obteve investimentos de três empresas distintas
Na última sexta-feira (dia 27), foi realizado, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), um leilão para compra de energia A-4. A fim de satisfazer a demanda de distribuidores do mercado regulado, o leilão contratou 947,9 megawatts médios (MW) de 29 usinas, todas produtoras de energia a partir de fontes renováveis.
Os empreendimentos, juntos, somarão uma potência total de 948 MW ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Além disso, em relação ao valor inicial, os projetos sofreram deságio médio de 9,36%.
O leilão, promovido pela Aneel e pela CCEE, teve período de duração de pouco mais de uma hora e obteve a participação de somente três distribuidoras, sendo elas: a Cemig (Minas Gerais), a Coelba (Bahia) e a Light (Rio de Janeiro).
- SolaX Power: Pioneira em Tecnologia de Energia Limpa e Sustentável
- Incrível usina solar no meio do mar: China inaugura megaprojeto de 1,2 mil hectares com quase 3 mil painéis, revolucionando o setor energético
- E se, em vez de pagar, você ganhasse com a conta de luz? Tesla transforma lares em potentes usinas de energia com 7 mil baterias!
- Importante Usina (BR) será reaberta com produção histórica e gerará 1.200 novos empregos diretos!
Investimentos foram voltados a cinco projetos de energia solar e a quatro projetos de energia eólica, que competiram simultaneamente pela primeira vez
As empresas em questão direcionaram seus investimentos a dezoito usinas hidrelétricas de pequeno porte, cinco usinas de geração solar fotovoltaica, quatro parques eólicos e duas usinas térmicas movidas a biomassa. Ao todo, os investimentos devem somar R$ 7 bilhões.
Este foi o primeiro leilão em que as fontes de energia solar e eólica foram postas a competir direta e simultaneamente.
Segundo Paulo César Domingues – secretário de Planejamento e Desenvolvimento Estratégico do Ministério de Minas e Energia -, apesar de o deságio ter sido reduzido em relação ao padrão encontrado em leilões realizados anteriormente, o resultado final foi positivo graças à conjuntura internacional.
Paulo César Domingues considera que o resultado do leilão demonstra uma distribuição equilibrada entre as fontes de energia solar e eólica
Domingues declarou, ainda, que já era uma intenção fazer com que as fontes eólica e solar tenham competição entre si, e era notória uma aproximação de preços entre as duas, de modo que o resultado mostra uma distribuição equilibrada. De acordo com ele, a Guerra na Ucrânia tem demandado muito essas duas fontes e todos os países têm contratado bastante, sendo que, assim, era esperado um deságio até menor.
Além do mais, Erik Eduardo Rego – diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) – explicou que o deságio, embora menor, não dificulta o processo. Para ele, isso não é fator de preocupação, haja vista que o preço apenas preocupa se for uma barreira, o que não é o caso. Rego avaliou também que não se prende ao deságio, sendo o resultado final, que não seria diferente, o que realmente importa.
Conforme projeções da Aneel, o deságio alcançado no leilão vai provocar uma economia de cerca de R$ 1 bilhão e impedir um aumento tarifário da ordem de 0,5 ponto percentual.
Os investimentos serão divididos entre sete estados, sendo eles: Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.
Os 29 projetos contratados deverão iniciar o suprimento em 1° de janeiro de 2026
Os projetos que irão adquirir tais investimentos, por sua vez, necessitam iniciar a oferta de energia em 1° de janeiro do ano de 2026.
Por fim, Paulo Cesar Rodrigues expôs, em entrevista coletiva após o resultado final do leilão, que a experiência funcionou como um teste e é provável que seja repetida em outros leilões. “Foi um teste interessante para avaliar se mantemos isso para os próximos leilões”, disse ele.