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Investimentos no setor de óleo e gás excederam os recursos utilizados nos projetos que visam a baixa utilização de carbono no mercado, no primeiro semestre desse ano de 2022

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 16/07/2022 às 19:09
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foto: Adobe Stock

Os altos preços dos derivados do petróleo motivaram os investidores a destinarem capitais no setor de óleo e gás, ao passo que os recursos na baixa utilização de carbono estagnaram

No cenário da atual crise geopolítica e o alto índice de preocupações com a segurança em energia, a alta variação do setor e os preços elevados do petróleo e do gás notaram o primeiro semestre de 2022. Esse fato incentivou grandemente os investidores em energia que passaram a destinar grandes capitais nos setores de óleo e gás, ao passo que não houve mudança de investimentos em propostas de sustentabilidade, como a que visa o baixo índice de carbono no mercado.

Como mostra a Wood Mackenzie, os investimentos em petróleo e gás ainda excedem os investimentos para o aumento da utilização de baixo carbono. Como a destinação de capitais na economia de baixo carbono foi uma grande pauta do mercado de ações entre os anos de 2020 e 2021, o auxílio político depois das promessas de zero líquido na COP26, em novembro de 2021, só aparentava selar uma mudança na estrutura dos investimentos em carbono zero dos setores de combustíveis fósseis, relata a Wood Mackenzie.

Investimentos em carbono zero pioraram devido à guerra da Rússia

Como dito anteriormente, investimentos na proposta de carbono zero eram previstas nos anos de 2020 e 2021, porém, essa iniciativa não permaneceu e piorou tendo em vista a guerra na Ucrânia e a mudança na economia do setor.

Com o ataque da Rússia à Ucrânia, os ponto de vista da oferta, demanda e o preço do carbono estão constantemente mudando, levando a uma reescrita dos fluxos de comércio de energia. Além disso, o setor de energia, mais especificamente o setor de petróleo e gás, possuiu um desempenho grande no mercado de ações, com a alta dos preços do petróleo e do gás levantando o preço de diversos produtos, com base no estudo feito pela Wood Mackenzie, que analisou se esse motivo modificou as percepções dos investidores em relação as diferentes estratégias de carbono zero em todo o setor.

A empresa de inteligência energética mostra que os investidores se centralizaram nas companhias que produzem petróleo e gás puros, que são mais alavancados pelos preços do petróleo no decorrer dos primeiros cinco meses de 2022, da mesma forma que em qualquer ciclo de alta.

Investidores não destinam capitais no setor de carbono zero com receio de não obterem um retorno

Os investidores mostram que não investem a proposta de carbono zero, visto que eles têm medo de que empresas gastem mais com o setor, dado que uma cadeia de suprimentos upstream apertada diluiu o retorno do investimento para gastos relevantes.

Para mais, também existe um interesse próprio das empresas, visto que, de acordo com o fornecedor de inteligência energética, a administração observou que quanto menos gastar, mais eficiente será o desempenho das ações da empresa.

Investimentos em carbono zero

A Wood Mackenzie ainda destaca quando e como as percepções dos investidores podem se alterar, alegando que pode levar mais tempo do que o esperado depois da COP26, uma vez que a invasão da Ucrânia pela Rússia reforçou a dependência mundial de petróleo e gás e impôs dúvidas sobre se o mundo está preparado para receber a proposta de carbono zero.

Com a deslocação estrutural nos setores de petróleo e gás, a empresa de inteligência energética aguarda preços altos de petróleo e gás nos anos seguintes. A empresa ainda afirma que isso transforma as perspectivas econômicas e atrativas para o setor de carbono.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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