Indústria naval da sinais de retomada, de acordo com especialistas, será uma indústria mais eficiente e menos dependente do petróleo.
Após um longo período de crise, a indústria naval brasileira projeta uma retomada a partir de 2020. O setor que perdeu 330 mil empregos diretos e indiretos em cinco anos, tenta diminuir a dependência da exploração de petróleo e reativar dezenas de estaleiros ociosos. No Rio, 50 mil empregos serão gerados com o descomissionamento de 21 plataformas na Bacia de Campos.
Guindaste parado, plataforma e o pátio do estaleiro sem movimento, parece que falta trabalho até para os funcionários que sobreviveram a onda de demissões. Sendo a mais recente no mês de agosto, que atingiu o estaleiro Atlântico Sul, em Recife, onde mais de 3 mil empregados foram desligados.
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A indústria naval que em 2014 gerava 410 mil empregos diretos e indiretos, hoje emprega pouco mais de 80 mil pessoas no país.
O Rio de Janeiro concentra 40% da indústria naval brasileira, por isso, foi o estado que mais sentiu os efeitos da crise. Atualmente dos 19 grades estaleiros, apenas o complexo naval de Itaguaí, tem alguma embarcação sendo construída.
Que atualmente conta com cinco submarinos, entre eles o primeiro de propulsão nuclear da marinha brasileira, um dos maiores projetos na área de defesa do país. Os demais estaleiros foram desativados ou sobrevivem apenas de reparos em navios.
Hoje, é produzido apenas um terço do que se produzia, havendo redução de quase 50% da mão-de-obra, havendo apenas um navio em reparo no estaleiro que tem espaço e capacidade para dez, disse Luiz Almeida, Superintendente de estaleiro.
A história recente da indústria naval brasileira, está diretamente ligada a exploração e produção de petróleo.
O setor foi revitalizado no início dos anos 2000, com a política de priorizar a construção de navios, sondas, plataformas e embarcações de apoio para a Petrobras.
De acordo com o Sinaval, que reúne as empresas do setor, o número de vagas de emprego em estaleiros despencou de 82 mil em 2014 para 17 mil.
A crise coincidiu com a evolução da Operação Lava Jato. A revelação de casos de corrupção envolvendo Petrobras, construtoras e fornecedores, provocou o cancelamento de contratos bilionários.
Outro fator que pesou negativamente foi a oscilação do petróleo no mercado internacional, atingiu o ápice quando o preço do barril bateu 116 dólares em fevereiro de 2013 e, mergulhou na crise quando o valor despencou para 30 dólares no início de 2016. Hoje a cotação está em pouco menos de 60 dólares.
A previsão é que o setor leve mais 2 anos para se recuperar da queda, de acordo com especialistas, será uma indústria naval mais eficiente e menos dependente do petróleo.
“Apesar de acreditarmos que podemos retomar as atividades nos estaleiros do Rio de Janeiro, muito provavelmente não iremos atingir aquele pico ou não irá necessitar daquele contingente de pessoas trabalhando, dado aos avanços da tecnologia.” afirmou a gerente de petróleo e gás da Firjan, Karine Fragoso.
Com o movimento de descoberta de novos poços e leilões da Petrobras e medidas importantes que estão sendo tomadas, acredita-se que meados de 2020 estaremos “navegando em mares mais tranquilos”.
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