De acordo com o Portal 360, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está considerando a possibilidade de estatizar parte da petroquímica Braskem para salvar a Novonor, a antiga Odebrecht. A operação está conectada à proposta da Unipar para comprar a Braskem, desmembrando a empresa e permitindo que a Petrobras volte ao setor de refino.
A Novonor foi a empreiteira mais vinculada à Operação Lava Jato, que teve início em 2014 e investigou um dos maiores esquemas de corrupção do país. Dezenas de executivos da empresa fizeram delação premiada, fornecendo informações que resultaram em elementos de prova para condenações, muitas delas anuladas posteriormente. A empresa sofreu um grande impacto financeiro após a operação e está tentando, há anos, sanear suas finanças.
Hoje, a Braskem tem como sócios principais a Petrobras, que detém 36% das ações, e a Novonor, que detém 38%. No entanto, a estatal não comanda as operações, e a Novonor tem enfrentado dificuldades para sanear suas contas após o impacto da Lava Jato.
A Unipar, uma petroquímica privada da Bahia, apresentou uma proposta não-vinculante para comprar a parte da ex-Odebrecht na Braskem. A proposta permitiria que a Unipar quitasse a dívida de R$ 14 bilhões da Novonor com os bancos, que detêm as ações da Braskem como garantia. A Unipar se propõe a pagar R$ 10 bilhões aos bancos credores e renegociar outros R$ 4 bilhões diretamente com as instituições financeiras, sanando as contas da Novonor.
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A estatização proposta pelo governo permitiria que a Braskem dividisse seus ativos e que a Petrobras voltasse a operar diretamente no setor petroquímico.
Uma solução de desmembrar a Braskem visa a evitar que a compra da empresa pela Unipar seja questionada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), garantindo a legalidade do negócio.
Há posições distintas sobre a proposta de estatização. Enquanto alguns veem a medida como um possível interferência estatal na economia, outros afirmam que a medida seria necessária para salvar a Novonor e ajudar no setor petroquímico.
Lula tem apoiado a volta da Petrobras para o setor químico, acreditando que a estatal precisa voltar a refinar petróleo. A situação da Novonor é delicada, e sem uma injeção de dinheiro, dificilmente a empresa teria como voltar a ser o que era no passado.
Portanto, a proposta de estatização pode ser vista como uma tentativa de salvar a empresa e manter o setor químico ativo. Porém, ainda não se sabe qual será o desfecho dessa negociação complexa e muito se discute sobre as possibilidades de mercado e impactos políticos que tal movimento pode gerar.