A CEEE-G, última companhia estatal de energia do Rio Grande do Sul, sofreu privatização durante leilão realizado na sexta-feira, no qual obteve ágio de 10,93% em relação ao preço mínimo cobrado pelo governo
Nesta sexta-feira (dia 29), foi promovido o leilão de privatização da geradora de energia CEEE-G – a última companhia estatal de energia do Rio Grande do Sul. Nele, a Companhia Florestal do Brasil – subsidiária da siderúrgica CSN – foi quem arrematou a empresa, através da realização da oferta vencedora de R$ 928 milhões, que representa lucro de 10,93% em comparação ao preço mínimo estabelecido de R$ 836,593 milhões.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo, a Auren Energia atuou como concorrente da CSN durante o certame, no qual chegou a oferecer R$ 927,2 milhões pela estatal. Agora, graças à obtenção da CEEE-G, a CSN contará com usinas cuja potência em geração de energia totaliza 1.253,71 megawatts (MW), entre unidades próprias e também em parceria com outras empresas.
O governo precisou reduzir o valor de referência para o leilão a fim de privatizar a empresa de energia
O certame foi a segunda tentativa de privatização da companhia de energia em questão, o que se tornou possível apenas depois que o governo do Rio Grande do Sul decidiu diminuir em 33% o valor de referência para o leilão. No mês de março, o governo gaúcho já havia tentado vender a geradora, porém não houve nenhuma proposta.
- SolaX Power: Pioneira em Tecnologia de Energia Limpa e Sustentável
- Incrível usina solar no meio do mar: China inaugura megaprojeto de 1,2 mil hectares com quase 3 mil painéis, revolucionando o setor energético
- E se, em vez de pagar, você ganhasse com a conta de luz? Tesla transforma lares em potentes usinas de energia com 7 mil baterias!
- Importante Usina (BR) será reaberta com produção histórica e gerará 1.200 novos empregos diretos!
Outras empresas, em adição à CSN e à Auren Energia, também cogitaram participar da privatização da CEEE-G, todavia desistiram de entrar no certame por também julgarem o valor como excessivamente alto. Entre elas, encontram-se a CPFL, a EDF, a Spic Brasil, a Comerc, a AES Brasil e a Eneva.
Sob esse viés, a CPFL era tida como a principal interessada na aquisição da estatal, uma vez que exerce atividades na região Sul do Brasil e, além disso, é sócia da CEEE-G na Ceran, um complexo energético detentor de três usinas hidrelétricas. No entanto, a companhia resolveu não participar do leilão e, em vez disso, preferiu usufruir do direito de preferência pelas usinas nas quais já atua.
Para o governo estadual, o certame serviu também como uma maneira de avaliar a futura privatização da Corsan – estatal pertencente ao segmento de saneamento. Isso porque, após perceber como seria difícil realizar uma oferta de ações da empresa na Bolsa, o governo do Rio Grande do Sul tomou, então, a decisão de modificar o modelo da privatização, a partir da venda de toda a sua participação na companhia de saneamento.
O leilão obteve resistência por parte de uma camada política do Rio Grande do Sul
Frente à redução no valor mínimo cobrado pela CEEE-G, o deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS) e sindicatos de trabalhadores do setor elétrico resolveram entrar com uma representação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na qual questionam o pedido de privatização da estatal pelo governo do Rio Grande do Sul.
A denúncia foi embasada por uma avaliação feita pela consultoria UPside Finanças Corporativas, em que é exposto que o valor patrimonial da companhia é de R$ 1,361 bilhão, quantia superior ao mínimo solicitado pelo governo durante o certame. Ademais, o documento mostra, ainda, que, caso houvesse a alienação dos ativos pelo valor mínimo, o Estado teria prejuízo de R$ 524,4 milhões.
Por fim, a denúncia enviada à CVM também observa que, na análise utilizada pelo governo gaúcho para a definição do preço mínimo de venda da empresa, não são levados em conta os valores de bens que integram o patrimônio intangível da estatal, a exemplo do seu nome, da sua história e do próprio direito de exploração do serviço por mais 30 anos.
Quando procurada, a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (Sema-RS) não se manifestou.