O plástico é um dos maiores problemas para o meio ambiente, demorando 450 anos para se decompor; sendo assim, pesquisadores desenvolveram um novo combustível: A gasolina de plástico, que pode ser criada com sacos plásticos e outros materiais recicláveis
Pesquisadores da Índia apresentaram um método que transforma pedaços de sacolas ou tampinhas de garrafa pet em um novo combustível, que futuramente pode substituir a gasolina. O objetivo é desenvolver usinas geradoras da nova fonte de energia para veículos. Os polímeros sintéticos mais comuns, conhecidos como plásticos, são obtidos pelo processamento do gás natural ou da nafta petroquímica.
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Saiba como é feita a gasolina de plástico
A reciclagem dos polímeros termoplásticos geralmente envolve o aquecimento e a remoldagem deles. Sendo assim, alguns sacos plásticos podem originar um pequeno tapete ou pote. Entretanto existem outras oportunidades, como a de desenvolver gasolina de plástico. Como os polímeros termoplásticos são macromoléculas de carbono, ao quebrar essas cadeias em condições de pressão e calor específicas, que para este caso é de 500° C, são geradas moléculas parecidas com as que são feitas nas refinarias de petróleo para a produção de combustível.
De acordo com o pesquisador da Centurion University of Technology and Management Odisha, na Índia, Achyut Kumar Panda, a técnica para fazer a gasolina de plástico precisa de um reator, que é a unidade de pirólise, e também de um condensador para a fração do plástico.
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O processo utiliza polietileno de baixa densidade, que é utilizado também em componentes de notebooks, computadores, embalagens e outros objetos. Segundo o pesquisador, grande parte dos termoplásticos podem ser reciclados com o método.
Um quilo de plástico produz 700 g do novo combustível
De acordo com o pesquisador, para cada quilo de plástico utilizado no processo, é capaz de produzir 700 g do novo combustível líquido. O cozimento do material também gerou gases e uma certa quantidade de resíduos sólidos.
Os autores da pesquisas pretendem evoluir o trabalho para desenvolver uma forma eficiente de reciclagem química do plástico e o objetivo é usar o método para a produção de gasolina de plástico em grandes usinas, onde o novo combustível poderia ser gerado com uma quantidade maior de plástico por um preço mais em conta.
Os últimos resultados publicados foram bem melhores do que quando começaram a estudar a técnica, há cerca de seis anos. De lá para cá, os pesquisadores testaram vários catalisadores e condições, até chegarem a uma eficiência de 70%.
Novo combustível feito a partir do plástico já é produzido no Brasil
De acordo com Mauricio Mascolo, Engenheiro Químico e responsável por algumas unidades que utilizam o método, tanto por aqui, quanto no exterior, as usinas atuais são pequenas, capazes de produzir apenas 1,0 mil m³ mensais. Já no Paraguai, existe uma unidade que é capaz de produzir 5 mil m³ por mês.
Segundo o engenheiro é utilizado plástico de lixo pós consumo, mas somente os plásticos polietileno, polipropileno e poliestireno, que contam com propriedades físico químicas ideais para a produção do novo combustível, tendo em vista que possuem somente hidrogênio e carbono em sua cadeia, sem os tradicionais contaminantes do petróleo, como nitrogênio e enxofre.
Mauricio afirma que não é um método para impactar ou resolver uma cadeia energética, mas serve como uma forma limpa e sustentável para reciclar o lixo, principalmente, do plástico, que é muito mal falado nos últimos tempos. Há outras maneiras de aproveitamento em pirólise, como Fischer Tropsch, para gerar hidrogênio e gás de síntese e também a gaseificação para geração de energia elétrica.