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Gás natural – Investidores estrangeiros avaliam alternativas para explorar o significativo potencial de gás do Brasil

23 de julho de 2020 às 10:02
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Gás natural - Investidores estrangeiros avaliam alternativas para explorar o significativo potencial de gás do Brasil
Gás Natural

Aproveitando o potencial de gás natural no Brasil, investidores internacionais já estão voltando sua atenção para esse segmento no país

O setor de gás natural do Brasil está se preparando para mudanças profundas. Além da Petrobras estar em processo de retirada radical de seu portfólio de gás, uma série de reformas governamentais visam maior participação e investimentos no setor, como a proposta do Novo Mercado de Gás.

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Mas enquanto as vendas de gasodutos e infraestrutura da Petrobras não estão consolidadas, os investidores estrangeiros já estão vendo alternativas para explorar o significativo potencial de gás do país.

A Golar Power, fornecedora brasileira focada em GNL, assinou um acordo no início de julho com a Galileo Technologies para comercializar e distribuir 30 milhões de t/ano de gás através da rede rodoviária brasileira.

A Galileo tem como objetivo combater a falta de capacidade de gasoduto e infraestrutura adequada do país através do uso de caminhões-tanque.

Em entrevista ao Petroleum Economist, o CEO da Galileo, Osvaldo del Campo, falou sobre o projeto e outras perspectivas de crescimento para o setor de gás natural no Brasil. Confira na íntegra.

Como as tecnologias do Galileo ajudarão a promover o fornecimento de GNL no Brasil?

Del Campo: Nossas tecnologias Gas 3.0 tornam possível fornecer gás em qualquer lugar, independentemente da escala. Podemos tratar e liquefazer o gás na fonte, transportá-lo por estrada como GNL e transferi-lo para veículos ou regaseificá-lo com menos complexidade e a um custo menor em comparação às práticas atuais. Isso traz maior eficiência que pode atender novos clientes a distâncias maiores do que aquelas atendidas pela infraestrutura convencional de dutos. A Galileo está fazendo alianças em todo o mundo com outras empresas para permitir o desenvolvimento desses conceitos inovadores.

O governo brasileiro está em processo de liberalização do setor de gás doméstico. Que oportunidades isso apresenta para as empresas?

Del Campo: Há alguns anos, o governo brasileiro estabeleceu que o transporte rodoviário de gás natural, onde a Galileo tem grande experiência, é um mercado livre e não regulamentado. O Brasil é um mercado com importante desenvolvimento industrial, mas paradoxalmente, a cobertura convencional de dutos é relativamente baixa. Esta é uma grande oportunidade para as duas empresas.

Quanto de limitação é a falta de infraestrutura doméstica de gás no Brasil?

Del Campo: Mais do que uma limitação, é uma oportunidade. A falta de infraestrutura de dutos torna o transporte de gás por dutos virtuais [por estrada] a alternativa mais eficiente e menos onerosa para o vasto território brasileiro. Graças à tecnologia virtual de dutos, o desmatamento envolvido na construção de dutos pode ser evitado, pois podemos usar a rede viária existente. Este é um importante benefício ambiental para o Brasil e para todo o planeta.

Quais são as suas expectativas para o crescimento da GNL em energia no Brasil?

Del Campo: Entendemos que os países do sul da América do Sul, dada a disponibilidade de gás natural no Brasil e na Argentina, têm um grande potencial para a geração distribuída de GNL, uma vez que os custos e o impacto ambiental são reduzidos em comparação ao uso de combustíveis fósseis convencionais. Isto também é verdade no caso do GNL para consumidores industriais. Há uma oportunidade significativa para a conversão do transporte de mercadorias em GNL: as distâncias no subcontinente são longas e o custo atual do transporte é muito alto. O uso de um combustível abundante e barato, como o GNL, contribuirá para as economias de movimentação de cargas na região do Mercosul. Esse alcance massivo será especialmente relevante no sul do Brasil e na Argentina central, pólos de atividade agrícola, pecuária e industrial na região.

Qual o papel que o GNL e outras fontes de gás podem desempenhar na descarbonização da economia brasileira?

Del Campo: o GNL reduz as emissões e facilita a transição energética. Além disso, o Brasil é um participante fundamental no negócio de biocombustíveis. Graças à sua indústria de produção de bioetanol, o Brasil é um dos principais produtores mundiais de biomassa. Portanto, o Brasil tem um importante potencial de biogás e contamos com a tecnologia de tratamento e liquefação para transformar esse recurso em biometano líquido ou bio-GNL e emissões negativas. Na Galileo, acreditamos que a plataforma metano/biometano é a única plataforma realista e testada para reduzir as emissões do sistema de transporte pesado a custos competitivos. Trabalhamos nessa linha há 30 anos.

A pandemia do Covid-19 fez com que os preços da gasolina caíssem este ano, e um excesso de oferta global deverá durar nos próximos anos. Quanta ameaça de longo prazo isso representa para o crescimento do setor de gás natural do Brasil?

Del Campo: Sim, vimos uma redução nos preços, mas estamos pensando além dessa emergência. Este é um projeto para o futuro. Neste mundo, a consequência do Covid-19 é uma consciência ambiental mais profunda que exigirá tecnologias e soluções. A redução de emissões ao longo desses meses foi evidente, e testemunhamos isso em todo o mundo. A questão não é mais uma discussão entre especialistas em mudanças climáticas. Agora devemos estar preparados para um mundo voltando à atividade plena, e as sociedades não estarão dispostas a renunciar a esse resultado ambiental inesperado e benigno.

Fonte: Petroleum Economist

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