As baterias de ferro-ar aproveitam o oxigênio para converter o ferro existente na célula em ferrugem e depois transformá-lo novamente em ferro, permitindo que as energias renováveis permaneçam armazenadas nas baterias por muito mais tempo e de forma mais eficiente que as de lítio.
De acordo Mateo Jaramillo, CEO e cofundador da Form Energy, a empresa conduziu uma ampla revisão das tecnologias disponíveis e inovaram as baterias de ferro-ar para otimizá-las para o armazenamento de energias renováveis por vários dias na rede elétrica.
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Com este tipo de tecnologia, a empresa conseguiu disponibilizar energia limpa quando e onde ela for precisa, mesmo durante vários dias de clima extremo ou interrupções na rede.
Baterias de ferro-ar podem ser repensadas em um futuro próximo para indústria automotiva
A ideia de usar as baterias tão resistentes em carros elétricos ou smartphones é maravilhosa, porém as células ainda são muito grandes. Em média, cada uma das baterias possui o tamanho de uma máquina de lavar roupas. Elas funcionam em conjuntos enormes, e são capazes de armazenar quantidades maiores de energias renováveis por períodos longos.
Como nas baterias AA convencionais, as células de ferro-ar são empilhadas dentro de um eletrólito não inflamável feito à base de água. Quando juntas, em uma área de 4 mil m², essas milhares de baterias, mais baratas que as de lítio, poderiam gerar até 1 MW de eletricidade, o equivalente ao abastecimento de 1.500 residências.
Segundo Greg Ludkovsky, chefe de P&D da ArcelorMittal, a tecnologia de armazenamento de energias renováveis possui um potencial que tem capacidade de superar a questão do fornecimento intermitente e também suavizar os picos na distribuição na energia limpa, já que diferente das de lítio, a bateria de ferro-ar “respira” oxigênio quando é descarregada.
Baterias capazes de armazenar energias renováveis vs custo – beneficio
Baterias com tecnologias atuais, como as de lítio, chegam a um valor médio de US$ 80 (R$ 400) por kWh de armazenamento. De acordo com a empresa, as novas células podem ser comercializadas por menos de US$ 6 (R$ 30).
Além disso, como são produzidas a partir de um material barato, seguro e renovável, elas poderiam se tornar uma fonte viável de eletricidade durante todo o ano. A Form Energy estima que a primeira usina feita com baterias de ferro-ar, nos EUA, esteja operando até o ano de 2025. A ideia da empresa é implantar soluções semelhantes em diversos pontos do país para a redução do custo da eletricidade e garantir o abastecimento contínuo.
Segundo Jaramillo, um ponto que deve ser considerado é o valor da unidade, tendo em vista que precisamos falar de grandes quantidades para fornecer um abastecimento intermitente e de boa qualidade. As baterias com as novas células poderão ser a chave para a substituição gradual de sistemas com base em combustíveis fosseis poluentes.