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Estudante maranhense de 17 anos utiliza polpa de buriti e cria plástico capaz de substituir derivados de petróleo

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 16/03/2022 às 10:52
Maranhão - Estudante - buriti - plástico - derivados de petróleo
Desde 2018 Beatriz se dedica à produção científica utilizando a nanotecnologia para design sustentável, a partir do buriti. (Foto: Divulgação)

Estudante do Maranhão consegue produzir plástico sem o uso de derivados de petróleo, utilizando uma das frutas típicas do estado, o buriti.

A estudante Ana Beatriz de Castro Silva, de 17 anos, que reside em Imperatriz, no Maranhão, estava desde 2018 utilizando o Buriti para estudos científicos, utilizando nanotecnologia para criar um produto sustentável e seus resultados foram incríveis. O projeto da estudante, orientado pelo professor Zilmar Timóteo, está entre os quase 500 finalistas da 20ª edição da FEBRACE, que está prevista para o dia 26 de março. O objetivo do projeto é substituir o plástico derivado de petróleo em alguns objetos onde o mesmo é utilizado como matéria-prima.

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Entenda como a estudante do Maranhão desenvolveu o plástico a partir da polpa de buriti

Acrílico ecológico foi desenvolvido a partir da película que envolve a polpa do buriti, palmeira típica do cerrado e facilmente encontrada no território maranhense – Imirante/Divulgação

Beatriz afirma que já estuda o buriti há muito tempo e desenvolveu outros projetos utilizando o talo, entretanto não havia estudado a fundo, como a película entre o caroço e a casca. A estudante afirma que nunca ficou quieta em ver o seu mundo destruído por plásticos derivados de petróleo.

A matéria-prima foi desenvolvida a partir da película que envolve a polpa da fruta, típica do cerrado e bastante encontrada no Maranhão. A estudante ainda desenvolveu um plástico resistente através da casca do buriti, tornando possível fazer o revestimento de pisos e paredes. Além disso, também criou um biofilme a partir da polpa da fruta.

Beatriz caracterizou os biopolímeros de forma biotecnológica, testando a opacidade, propriedades mecânicas, resistência química e a capacidade de degradação em solo e incrivelmente os resultados do plástico sem derivados de petróleo foram satisfatórios, fazendo com  que o produto possa ser utilizado pela indústria farmacêutica e polimérica sem agredir o meio ambiente. O plástico da estudante do Maranhão pode se decompor na água em até 15 dias e no solo em até 20 dias.

Estudante do Maranhão está animada para participar da FEBRACE

De acordo com Beatriz, com a busca por um plástico sustentável sem derivados de petróleo as indústrias têm procurado uma tecnologia que não prejudique o ambiente. A estudante afirma que sempre teve essa curiosidade e sentimento de contribuir com a melhora do mundo. Afirma também estar empolgada com essa participação na feira renomada.  

Vale lembrar que os projetos da FEBRACE que mais se destacarem nas mais variadas categorias terão direito a troféus, medalhas, estágios e bolsas. Ao todo são cerca de 300 prêmios e oportunidades tanto no Brasil quanto no exterior. Desse total, nove projetos serão escolhidos para a Regeneron ISEF, a maior feira de ciências do mundo.

Beatriz já ganhou diversos prêmios  

Antes de desenvolver o plástico que não utiliza derivados de petróleo, a estudante concorreu com mais de 2.000 estudantes de vários países no último ano na ISEF, ganhando destaque com seu projeto que utilizava a fibra do buriti. Como prêmio Beatriz ganhou uma imersão em um acampamento de verão em um colégio estadual na Califórnia.  

A estudante também conta com prêmios nacionais e internacionais por meio de seu projeto Bio compósito e até mesmo com um Nobel latino-americano. Vale lembrar que a estudante terminou ensino médio no ano passado.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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