Chinês (Simplificado) 
Chinês (Tradicional) 
Inglês 
Francês 
Alemão 
Italiano 
Japonês 
Norueguês 
Espanhol 
3 min de leitura
0 comentários
O setor automotivo vive um momento de transformações rápidas, marcado pela corrida das montadoras em busca de veículos cada vez mais eficientes e sustentáveis. Carros elétricos, antes vistos como promessa distante, já são realidade em diversos mercados e movimentam disputas acirradas entre gigantes da indústria. Porém, nem todas as empresas acreditam que oferecer a maior autonomia possível seja a chave para conquistar o consumidor. Algumas, como a Rivian, defendem que o equilíbrio entre alcance, preço e inovação pode ser mais importante do que números impressionantes em fichas técnicas
O CEO da Rivian, RJ Scaringe, afirmou que a empresa não pretende entrar na disputa por carros elétricos com autonomia de 800 quilômetros ou mais.
Para ele, o foco está em atender o que a maioria dos consumidores realmente deseja.
Segundo Scaringe, o ponto ideal de alcance está entre 500 e 600 quilômetros, faixa considerada suficiente para o uso cotidiano e mais compatível com preços acessíveis.
-
O segredo do carro elétrico que rompeu a barreira dos 470 km/h e bateu recorde mundial
-
Carros elétricos no DF disparam 9.455% em cinco anos e especialista alertam para o risco de apagões
-
Resíduos de mineração nos EUA podem abastecer 10 milhões de veículos elétricos com lítio reaproveitado
-
Carregadores rápidos de carros elétricos estão poluindo o ar e acendem alerta de saúde pública
Essa postura contrasta com a chamada “guerra por autonomia”, já adotada por concorrentes como Lucid Motors e Mercedes-Benz.
Ambas apresentam modelos capazes de superar longas distâncias sem recarga. A Lucid, por exemplo, recentemente entrou para o Guinness World Records ao alcançar mais de 1.200 quilômetros de autonomia com o modelo Air.
Concorrência direta
A Tesla também participa dessa disputa, ainda que de forma menos agressiva. Recentemente, a empresa de Elon Musk lançou uma versão do Model 3 com até 830 quilômetros de alcance.
Esse tipo de anúncio reforça a percepção de que o setor automobilístico vive uma corrida tecnológica para oferecer números cada vez maiores.
Apesar disso, a Rivian mantém sua estratégia. Para Scaringe, veículos com mais de 800 ou 1.000 quilômetros de autonomia atendem apenas a um público restrito.
Ele acredita que a demanda massiva se concentra em carros que ofereçam um equilíbrio entre alcance, preço e praticidade.
Entrevista ao Tosh Show
Em entrevista ao programa Tosh Show, apresentado por Daniel Tosh, o executivo foi questionado diretamente se a Rivian lançaria um carro com 800 quilômetros de autonomia. Scaringe respondeu de maneira firme: “Não vejo um mercado para veículos elétricos com tanta autonomia.”
Ele destacou ainda que a empresa aposta em avanços em outras áreas, capazes de agregar valor sem elevar de forma exagerada o custo final.
Custos e acessibilidade
O raciocínio do CEO tem respaldo nos números de vendas. Nos Estados Unidos, os modelos mais procurados são justamente os que se aproximam da faixa dos 600 quilômetros de alcance.
Além disso, veículos acima desse patamar apresentam custos elevados, tornando-se acessíveis apenas a consumidores com alto poder aquisitivo. Portanto, a Rivian aposta que atender esse centro do mercado é mais estratégico do que investir em nichos caros e exclusivos.
Foco em tecnologia de baterias
Scaringe destacou também que os avanços futuros da Rivian estarão ligados ao desenvolvimento de baterias com maior densidade energética.
Isso significa veículos mais leves, com menos espaço dedicado às células de energia e, consequentemente, preços mais competitivos.
Ele ressaltou que a marca continuará a buscar soluções que melhorem o desempenho sem se perder em metas de longo alcance consideradas irreais para o público médio.
Próxima geração de modelos
Essas mudanças podem ser aplicadas já nos próximos lançamentos da empresa. A Rivian prepara os modelos R2 e R3, previstos para chegar à Europa entre 2027 e 2028.
O R2, em particular, deve competir com o Tesla Model Y e terá preço estimado em torno de 50 mil euros na Espanha, aguardando confirmação oficial.
Dessa forma, a marca espera consolidar sua presença internacional mantendo a filosofia de equilíbrio entre autonomia, custo e inovação.
Seja o primeiro a reagir!