Buscando não eliminar os motores a combustão, enquanto acontecia a COP26, Akio Toyoda testava seus carros a hidrogênio da Toyota, que na próxima década receberão investimentos de R$ 73,6 bilhões
Enquanto vários países discutiam soluções na COP26, em Glasgow, o presidente da Toyota, Akio Toyoda, estava no Japão testando carros a hidrogênio. Ainda não há nenhuma data de lançamento para modelos comerciais, pois Toyota ainda precisa primeiro conciliar preço, custo operacional e alcance para competir com modelos a gasolina. Entretanto, de acordo com Akio Toyoda, o Corolla Sport pode preservar milhões de empregos no setor automotivo e também reduzir as emissões de CO2.
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O objetivo é, em 2025, contar com 15 modelos de carros a hidrogênio e elétricos disponíveis, e também investir R$ 73,6 bilhões na próxima década para que a produção de baterias sejam ampliadas. Akio Toyoda, entretanto, explica que o foco não é apenas em uma tecnologia.
De acordo com o executivo, o inimigo é o CO2, não os motores de combustão interna. Não é necessário focar apenas em uma tecnologia, mas também fazer um bom uso das tecnologias já existentes.
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“Neutralidade de carbono não é ter apenas uma opção, mas manter todas as opções abertas”, destacou o empresário. A última investida da Toyota em carros a hidrogênio ocorre em meio à corrida pelo setor de elétricos e redução de CO2, assunto bastante discutido na COP26. Apesar de ainda ser pequena a quantidade de carros elétricos nas estradas, os registros globais de veículos deste tipo aumentaram em 41% no último ano, segundo a Agência Internacional de Energia.
Montadoras assinam declaração contra combustíveis fósseis na COP26
Durante a COP26, seis grandes montadoras de veículos, incluindo a Ford Motor, General Motors, Volvo e Mercedes-Benz, assinaram uma declaração para extinguir o uso de combustíveis fósseis em seus modelos até 2040.
A Toyota se recusou a entrar no grupo, tendo como argumento que grande parte do mundo não está pronta para a mudança para os elétricos e apoia o uso de carros a hidrogênio. Outra montadora que se recusou na COP26 foi a alemã Volkswagen.
De acordo com Shigeru Hayakawa, vice-presidente da Toyota, a empresa não planeja ser vista como um fabricante de carros elétricos, mas sim, como uma empresa neutra em CO2.
Dificuldades dos carros a hidrogênio
No caso dos carros a hidrogênio, defendidos por Akio Toyoda, um dos principais empasses é que o motor não é totalmente livre de carbono, e portanto, o modelo não pode ser classificado como um veículo “zero emissão”.
Embora o subproduto da combustão do oxigênio e hidrogênio seja a água, uma pequena quantidade de metal também é queimada pelo motor, trazendo como resultado em 2% das emissões de um motor a combustível fóssil. O escapamento também possui traços de óxido de nitrogênio. Outra missão é que há um valor de CO2 na produção de baterias de carros elétricos, entretanto os carros elétricos não poluem quando são utilizados.
Além disso, os carros a hidrogênio também demandam tanques pressurizados grandes para sua “fonte de energia”, o que pode diminuir o espaço dos bancos traseiros ou do porta mala.