Os cientistas afirmam que, além de produzir energia solar, a placa pode ser incrementada na pele humana, em automóveis e em janelas.
Cientistas da Universidade Tohoku divulgaram por intermédio de um artigo, nesta semana, que desenvolveram uma placa solar altamente transparente (índice de 80%, acima das orgânicas já existentes no mercado), que será utilizada tanto em automóveis quanto na pele humana, para a produção de energia solar assim que for exposta aos raios UV. Outro local em que podem ser expostas, futuramente, é nas janelas de apartamentos. Ela é extremamente fina, com espessura atômica formada com óxido de índio e estanho (ITO), semicondutor transparente amplamente utilizado na tela de celulares e tablets.
Até então, de acordo com os pesquisadores, as universidades não conseguiam descobrir algum material que traria transparência acima de 70%, como os já existentes no mercado.
Como assim usar na pele humana? Cientistas explicam!
Essa foi uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores que desenvolveram a placa solar visto que, ao fazer a adição de óxido de tungstênio sobre os semicondutores, consegue-se criar um produto de espessura atômica que produz energia por intermédio da exposição de raios UV. Por sua espessura ser muito fina e flexível, poderia, inclusive, ser utilizado no corpo humano.
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Xing He argumenta que os componentes deste novo painel destinado à produção de energia solar evita que haja a queda ou variação de tensão energética, o que faz com que a sua durabilidade seja maior.
Eficiência das células é mil vezes maior que um dispositivo com ITO tradicional
A pesquisa mostra que a forma como as células foram organizadas permite que a eficiência do painel solar seja mil vezes maior do que a organização dos demais desenvolvimentos que contam com o ITO em sua composição. Ou seja, consegue-se ter um proveito mais eficaz e efetivo da exposição dos raios solares.
Outro aspecto positivo é que as atuais células são mais transparentes que as tecnologias já criadas, sem contar sua espessura, com seus formatos atômicos.
Descoberta mostra-se essencial após oitavo aumento consecutivo dos materiais utilizados para a produção dos painéis solares tradicionais
O polisilício, principal matéria utilizada para a produção de painéis solares, vem enfrentando a oitava alta consecutiva perante a falta de estoques do mercado e a alta procura das empresas em migrar a matriz energética. Tendo isso em vista, a descoberta mostrou-se positiva para suprir o uso da principal matéria prima e, assim sendo, tornar a transição mais viável. O polisilício sofre com a sua maior alta nos últimos onze anos.
Painéis solares transparentes vinham sendo estudados por pesquisadores dos Estados Unidos para que fosse possível utilizá-los em janelas sem impedir que haja a entrada de luz, o que poderia ser uma alternativa para suprir a falta de espaço em apartamentos para contar com os painéis de polisilício fotovoltaicos tradicionais. No entanto, essa tecnologia está longe de chegar ao Brasil.
Uma alternativa para a produção de energia solar sem o uso de polisilício é o uso de algas marinhas. Em outra matéria publicada pelo Click Petróleo e Gás, anunciamos que a Green Fluidics desenvolveu uma placa solar com algas marinhas capaz de produzir energia ao ser exposto a raios UV ao mesmo tempo em que arrecada dióxido de carbono do meio ambiente.
Além dos painéis solares, os cientistas de inúmeros países, como a Finlândia, estudam formas para substituir as baterias de lítio em meio a uma escassez no mercado. Um dos projetos mais interessantes é a bateria de areia, capaz de produzir energia por meses.
Referência da pesquisa
“Artigo: Fabrication of near-invisible solar cell with monolayer WS2. Autores: Xing He, Yuta Iwamoto, Toshiro Kaneko, Toshiaki Kato. Revista: Nature Scientific Reports. Vol.: 12, Article number: 11315. DOI: 10.1038/s41598-022-15352-x.”