Usina nuclear Angra 3, incluída no Novo PAC, gerará 12 milhões de megawatts-hora anualmente, garantindo segurança energética e zero emissão de carbono.
A energia nuclear tem sido vista como uma opção importante pelo governo federal, que acredita que a sua integração à matriz brasileira é essencial para a transição verde. A usina Angra 3, que foi incluída no Novo PAC, é vista como o maior potencial de expansão da energia nuclear e tem previsão de entrar em operação em 2028.
O Ministério de Minas e Energia (MME) destaca que a energia nuclear, além de emitir pouco, vai diversificar a matriz energética do país e trazer segurança, uma vez que a sua geração é estável e não depende de fatores externos. A energia atômica representa, portanto, uma opção estratégica para o Brasil, com reservas significativas de urânio e domínio tecnológico no ciclo de produção.
Energia nuclear no Brasil: panorama atual
De acordo com dados reunidos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a energia nuclear representa cerca de 1,3% da matriz brasileira. Essa fonte é gerada por duas usinas, Angra 1 e 2, que totalizam 1.990 megawatts de potência. Globalmente, a energia nuclear representa, em média, 5% da matriz energética.
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Novo PAC e a energia nuclear: Usina Angra 3
Angra 3, que é a terceira unidade da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizada no Rio de Janeiro, terá uma potência de 1.405 megawatts e irá gerar 12 milhões de megawatts-hora anualmente, o que é suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas. Espera-se que, com a operação da usina, a energia nuclear passe a representar 3% do consumo de energia no Brasil.
Os avanços e desafios de Angra 3
Cerca de 65% das obras da usina já foram realizadas, com um investimento de R$ 7,8 bilhões. No entanto, os trabalhos tiveram que ser interrompidos em 2015 devido à revisão do financiamento, sendo retomados somente em 2022. A licitação para a contratação da empresa responsável por finalizar as obras e a montagem eletromecânica da usina está programada para o primeiro semestre de 2024.
Investimentos necessários e operação da usina
O empreendimento está previsto no Novo PAC para um estudo de viabilidade técnica e ambiental, e estima-se que serão necessários R$ 20 bilhões em investimentos para concluí-lo. A operação da usina será de responsabilidade da Eletronuclear, controlada pela ENBPar desde a capitalização da Eletrobras em 2022, uma vez que a exploração da energia nuclear é de competência exclusiva da União.
Reconhecimento internacional e projeções futuras
O Ministério de Minas e Energia tem ressaltado que, na última Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) 28, a energia nuclear foi incluída no portfólio de tecnologias para viabilizar a transição energética mundial. A declaração da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgada na COP, apoiada por diversos países, enfatizou que a energia nuclear tem o potencial de desempenhar um papel na busca por emissões líquidas zero de carbono, garantindo ao mesmo tempo segurança e proteção nuclear.
Previsões e desafios ambientais
As projeções da AIEA para a energia nuclear indicam que a capacidade instalada em todo o mundo mais do que dobrará até 2050, passando de 369 gigawatts para 890 gigawatts. Apesar das baixas emissões, a energia nuclear suscita preocupações devido aos resíduos gerados pelas usinas. O lixo nuclear, subproduto das reações de fissão nos reatores, é altamente radioativo, requerendo técnicas modernas para seu gerenciamento adequado.
Conclusão
A energia nuclear desempenha um papel cada vez mais relevante na matriz energética do Brasil e do mundo, contribuindo para a segurança energética, a geração estável de eletricidade e a redução das emissões de carbono. O desenvolvimento de usinas nucleares como Angra 3 não apenas fortalece a posição do país como detentor de reservas de urânio e de domínio tecnológico nessa área, mas também respalda as metas de sustentabilidade e descarbonização da economia global.
Fonte: CNN Brasil