A Enel revelou em dois encontros seus planos de investimento para o biênio 2022/2024, com grande destaque para o Brasil. Confira mais detalhes.
A Enel Americas, representada pelo seu CEO Mauricio Bezzeccheri, fez uma apresentação em duas partes sobre os investimentos futuros da empresa, além da preocupação da empresa de converter seu portfólio para energia renovável. No primeiro evento, na semana passada, houve uma descrição mais abrangente sobre os futuros da empresa, mostrando mais sobre as tecnologias nas quais a empresa está investindo para otimizar os processos de geração e distribuição de energia.
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No segundo encontro, que ocorreu dia 01/12, as metas de carbono foram detalhadas, assim como a priorização dos investimentos. Para facilitar a compreensão das informações, cada tópico será tratado separadamente, permitindo assim que sejam avaliados cada uma das principais grandes propostas oferecidas.
Enel Americas quer implantar baterias em cada uma das suas usinas de energia renovável
“Estamos planificando sistemas de baterias em todas as plantas renováveis, o que falta é tratamento regulatório [para a questão]. Tem que ser reconhecido pelos órgãos reguladores para termos remuneração”, disse Bezzeccheri.
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Ele também comentou que o principal argumento usado nos órgãos reguladores de países que ainda não liberaram esse uso vem sendo as experiências e sucesso que a empresa já acumula, nos países onde já houve essa liberação.
A empresa já possui usinas com baterias em diversos países da América Latina, como Chile, Peru e Colômbia, sendo que uma das principais vantagens das baterias como parte do projeto das usinas renováveis é o fato de que elas podem oferecer serviços de suporte à rede, ajudando a manter a frequência da transmissão.
Investimentos da digitalização na rede para uma distribuição energia mais inteligente
Essa é outra novidade que a Enel vem desenvolvendo em um acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), já que para ser levado adiante, era necessário que o investimento fosse incluído na base de remuneração regulatória.
“Trabalhamos 1 ano a 1,5 ano, e no final a Aneel deu o sinal verde para reconhecer o medidor inteligente dentro da RAB”, ele comentou com os investidores.
Esses medidores inteligentes otimizam consideravelmente a distribuição de energia produzida, permitindo processos mais inteligentes em um serviço de maior qualidade.
Os planos da empresa são de começar esta digitalização nas operações em São Paulo, onde a Enel atende no lugar da antiga Eletropaulo. Depois de São Paulo, utilizada como exemplo de sucesso e facilitando os processos, os medidores inteligentes serão levados também para o Ceará, Goiás e Rio de Janeiro, embora ainda não exista um prazo para essa segunda parte.
Entre 2022 e 2024, a Enel estima que serão investidos 300 milhões de dólares para a instalação de aproximadamente 1,4 milhões de medidores inteligentes em São Paulo.
A troca dos oito milhões de medidores da área de concessão da distribuidora deve custar aproximadamente um bilhão de dólares, mas a instalação dos equipamentos vai ser feita de forma gradativa e não existe um prazo definido para quando será concluída.
Qual o plano de investimentos da ENEL para o Brasil?
Os valores de investimento foram distribuídos em entre as duas reuniões, já que o valor total de investimentos na região para o biênio 2022/2024 será de US$8,9 bilhões , sendo que US$5,6 bilhões serão investidos no Brasil, com o restante do investimento sendo alocado no Uruguai, de acordo com Bezzeccheri.
Destaca-se nesses valores a porcentagem do investimento em geração de energia da empresa. O Brasil vai receber 67% dos investimentos em energia da empresa nos próximos 2 anos, sendo que outra área que receberá investimentos também é a rede de distribuição.
Outra meta importante que a empresa apresentou neste segundo encontro é o fato de que pretende zerar suas emissões até 2040, deixando a geração à carvão até 2027 e eliminando a geração de energia com gás em 2040.
O CEO reforça que estes investimentos no Brasil vão aumentar ainda mais o protagonismo do país nos planos da empresa, que nesse momento, já concentra 66% de todo o pipeline de 56 GW que a empresa possui.