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Empresas atuantes em favor do meio ambiente e da natureza desejam obter certificação a fim de adquirir investimentos

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 09/05/2022 às 21:40
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Foto de Singkham / Fonte: Pexels

Prática é mais comum em pequenas e médias empresas, que são favoráveis ao meio ambiente e procuram crescer graças aos investimentos atraídos

A validação de práticas sustentáveis através de certificações tem colaborado para que empresas consigam obter novos investimentos. Nesse viés, os principais participantes desse movimento são pequenos e médios negócios, que confiam na certificação como meio para seu crescimento e buscam fundos específicos para empreendimentos que atuam em favor do meio ambiente.
Na chancela concedida pelo Sistema B, que considera critérios de meio ambiente, comunidade, governança, funcionários e clientes, aumentou em cerca de 260% o número de empreendimentos certificados entre os anos de 2017 e 2022, que foi de 60 para 215 companhias. Nos dois últimos anos, as aprovações distribuídas observaram crescimento: foram 29 em 2019, 39 em 2020 e 45 em 2021.
A Sociedade Vegetariana Brasileira, por sua vez, atribuiu o selo de produto vegano a 240 empresas entre 2017 e 2021, das quais em média 44% são de pequeno porte e 32% são de porte médio. A conjuntura observada está de acordo com o interesse dos consumidores e da população. Isso pode ser evidenciado, por exemplo, pelo fato de que a procura no Google por ESG, sigla para boas práticas ambientais, de governança e sociais nas empresas, vem sendo ampliada desde 2020 e alcançou sua maior popularidade na última semana de abril deste ano.

Para diretora de marketing do Sistema B, a sustentabilidade é um conceito integrado

Cinthia Gherardi, diretora de marketing do Sistema B, afirmou que a pandemia produziu muitos questionamentos e foi ainda adicionada a momentos fortes em relação à política, à sociedade e ao meio ambiente. Segundo ela, a definição de ESG traz a visão de que ser sustentável é algo conjunto, que inclui social, ambiental e governança.
Entre as empresas B certificadas, 86,5% são de médio e pequeno portes. A análise e apuração incluem um questionário com mais de 200 perguntas, e os empreendimentos utilizam a chancela como forma de atrair investimentos. Essa é a aposta, por exemplo, do grupo Casa Feito Brasil, das marcas Feito Brasil e Quintal Dermocosméticos.
A companhia se organiza para receber o primeiro investimento, e as negociações terão início no próximo semestre. O negócio possui o selo EcoCert de cosméticos orgânicos e naturais, sendo caracterizado como Empresa B desde 2019.
Conforme o CEO Giulio Peron, as empresas do futuro são sustentáveis e o futuro do grupo é o crescimento. Ele destaca também que a pauta ESG é essencial para os fundos de investimento e que seus parceiros estão analisando esse fator com muito cuidado e atenção, além de existirem fundos específicos.
Peron disse, ainda, que, além de ser responsável com relação ao meio ambiente, é importante que a empresa tenha sustentabilidade social e financeira. A companhia tem demonstrado crescimento na receita desde 2018 e, de 2019 para cá, observou expansão de 82%.

Insecta Shoes também cresce com base em investimentos atraídos pela certificação

Tem-se também o caso da Insecta Shoes, única Empresa B de calçados no Brasil, certificada em 2016. Em 2018, a companhia recebeu investimento de R$ 300 mil, que se tratava de um smart money (investimento qualificado, que inclui consultoria) e levou investidores ao dia a dia do empreendimento.
De acordo com Barbara Mattivy, sócia-fundadora da empresa, o certificado certamente legitimou o seu posicionamento e trouxe maior seriedade aos desafios relacionados à responsabilidade com o meio ambiente. Em 2021, a Insecta adquiriu R$ 1,8 milhão em três meses em uma rodada de financiamento coletivo de investidores junto à Platta, atuante em negócios de impacto.
Por fim, a empresa de leites veganos Nudes também é parte desse cenário, tendo usufruído da vantagem de ser, primeiramente, uma Empresa B Pendente.
Consoante a cofundadora Giovanna Meneghel, caso a empresa ainda não tenha um ano fiscal, ela pode realizar o requerimento dessa certificação, que auxilia a refletir acerca de diversas coisas que não estão no radar. A marca, criada em 2020, tornou-se B em outubro e, em janeiro, recebeu investimento de R$ 25 milhões, proveniente de um fundo de impacto.
As informações foram retiradas do jornal O Estado de S. Paulo.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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