Foi o que declarou Howard Ungerleider, vice-presidente financeiro da Dow Chemical Company. O problema é que, mesmo com uma inflação mais baixa, os custos, em níveis gerais, continuam bastante altos e a demissão é um fato.
A economia de nenhuma empresa suporta o fato de suas receitas estarem abaixo do esperado, e para a corporação, não teve outra solução: a Dow vai demitir 2.000 funcionários. A previsão foi anunciada na última quinta-feira (26/1).
A The Dow Chemical Company, conhecida como Dow, é uma corporação estadunidense de produtos químicos, plásticos e agropecuários com sede em Midland, Michigan, Estados Unidos.
Uma das causas da subida nos custos de produção nos últimos trimestres, assim como para outros diversos setores, está na guerra entre Rússia e Ucrânia. As medidas chinesas de isolamento social também configuram-se entre as causas, somadas à desaceleração global da economia.
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E ainda tem o fato de as indústrias automobilísticas, de embalagens, e de eletrônicos terem demandado muito menos produtos químicos da Dow. Mesmo com as mudanças, recentes, nas políticas de isolamento social na China, contra o Covid-19, o aumento da demanda não se dará tão rápido o suficiente para reequilibrar a receita da corporação.
Além das demissões, analistas de mercado ainda preveem uma alta para os preços dos produtos químicos em geral, já no primeiro trimestre de 2023. Entretanto, é necessário que a Dow cumpra o planejamento de economizar, pelo menos, US$ 1 bilhão neste ano, se livre de alguns ativos, e avalie, com mais critérios, a base global da corporação, ainda mais na Europa. 2.000 funcionários representam 5% da força de trabalho da Dow.
Considerando a Europa como o locus em que grande parte do declínio de ganhos, não foi o velho continente apenas quem sofreu com as demissões, segundo James Fitterling, presidente-executivo da Dow. Elas se deram em todos os países onde a corporação possui operações.
De acordo com a fornecedora global americana-britânica de dados e infraestrutura do mercado financeiro, a Refinitiv, a expectativa de analistas era de a receita do primeiro trimestre de 2023 da Dow ficasse em US$ 13 bilhões, entretanto, a corporação mesma espera um pouco menos, entre US$ 11 e US$ 11,5 bilhões.
Junto com o anúncio dos cortes no quadro de funcionários, a Dow também falou sobre a previsão de investimentos: US$ 2,2 bilhões ao longo de todo ano, o que representa 21% a mais do que foi investido no ano passado.
Demissão como estratégia de superação da crise
Outros setores também estão recorrendo a demissões em massa, que têm sido utilizadas como mecanismo para fugir das mudanças no cenário econômico que apontam para uma recessão global, principalmente considerando que o mundo está ainda no recente ciclo de pós-pandemia.
As big techs têm sido um desses setores. O aumento nas demissões chega a quase 700%. Em empresas como a Microsoft, Google, e Spotify, as demissões foram da ordem superior a dezenas de milhares de pessoas. Outras empresas como a Coinbase, Flexport e Salesforce também já anunciaram que adotarão a política de demissão em massa.
Para todas, além da pós-pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia, e a desorganização das cadeias de suprimento globais são as causas que justificam as demissões.