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Spotify realiza demissões em massa, cerca de 600 empregados, e medida interfere na economia, com ações do gigante subindo no pré-mercado e custará mais de US$ 35 milhões para a big tech

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 23/01/2023 às 15:46
Spotify realiza demissões em massa e medida interfere na economia, com ações do gigante subindo no pré mercado e custará mais de US$ 35 milhões para a big tech
Spotify realiza demissões em massa e medida interfere na economia, com ações do gigante subindo no pré mercado e custará mais de US$ 35 milhões para a big tech (Foto/divulgação)

Seguindo a mesma linha de outras big techs desde o quarto trimestre do ano passado, e com 9.800 funcionários em tempo integral até 30 de setembro de 2022, o Spotify anunciou que vai dispensar mais 6% de sua mão de obra contratada. Ou seja, a demissão em massa atingirá 600 empregados. 

O anúncio foi feito hoje, segunda-feira (23), pela própria Spotify. Em todo o mundo, a empresa possui 8,6 mil empregados. Infelizmente, os consideráveis esforços feitos para controlar os custos da Spotify não deram resultado. Isso era o que está escrito na carta assinada por Daniel Ek, presidente-executivo da plataforma de streaming. Ele reconheceu que não pode dizer se as demissões surtirão efeito, e que a medida não foi tomada na crença de que seria o caminho mais fácil.

Quem também entrará na dança será Dawn Ostroff, vice-presidente de conteúdo e publicidade do Spotify. É que os cortes não representam apenas economia para a empresa, mas sim significam um amplo projeto de reconstrução organizacional. 

Isso porque, como as demais organizações desse mercado, a expectativa é de recessão já a partir do final desse primeiro trimestre de 2023. Com o anúncio da demissão em massa, as ações do Spotify subiram no pré mercado para 3,5% o papel. 

A medida, inicialmente, gerará despesas largas para o Spotify. Espera-se que a operação de demissão em massa custe entre R$ 197,5 e R$ 254 milhões. Em dólar, entre US$ 35 e US$ 45 milhões. Este custo está relacionado com as indenizações que certamente os empregados cobrarão. A big tech pagará as indenizações aos funcionários até junho de 2023.

Forte queda na demanda

A mosca que picou o Spotify, também picou outras gigantes, como a Alphabet e a Microsoft. Depois de dois anos de crescimento puxado pela pandemia, ficamos reféns das soluções criadas pelas big techs, e as contratações em larga escala têm sido substituídas por demissões em massa.

O Spotify é sediado no continente europeu, na capital da Suécia, Estocolmo, mais precisamente, e desde o final do ano passado tem visto suas receitas em movimento descendente, ou seja, em queda. É que os anunciantes estão diminuindo os anúncios em todas as direções em que podem: quantidade, tamanho de exposição, enfim. Somente em 2022, as quedas foram da ordem de 50% nas ações.

As contratações começaram a diminuir desde outubro do ano passado, assim como ocorreu com as demais big techs. É a economia mais uma vez se sobrepujando às necessidades da humanidade. Juntas, as empresas do setor já demitiram mais de 60 mil pessoas, e anunciam que os cortes vão continuar.

Ao realizar o anúncio, Ek reconheceu que o projeto do Spotify foi mais ambicioso do que deveria ter sido. Olhando para trás, o presidente-executivo disse que investir tanto no crescimento da plataforma antes que as receitas apresentassem resultados. Se reconheceu também ousado e assumiu a total responsabilidade pela onda que levou a big tech a nadar e morrer na praia.

Na carta, Ek ressalta a dificuldade da decisão, mas não enxergaram outro caminho, já que as despesas das operações da Spotify, em 2022, foram duas vezes superiores às receitas. Desde o ano passado, as contratações estavam reduzidas, mas não se esperava demissões. Veja outras empresas que também realizaram demissão em massa.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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