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Início Diesel: Entenda porque o preço do combustível não baixa mais, mesmo diante de várias baixas no valor do barril do petróleo

Diesel: Entenda porque o preço do combustível não baixa mais, mesmo diante de várias baixas no valor do barril do petróleo

12 de setembro de 2022 às 14:44
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Diesel, combustível, petróleo
Foto: reprodução pixabay.com

Mesmo com a queda constante no preço do barril do petróleo, o diesel não recebe baixas no seu valor, por que? Motivos tem a ver com a demanda mundial pelo combustível e inflação

O preço do barril de petróleo vem caindo em níveis extremos, semelhantes aos de antes da guerra da Ucrânia. Porém isso não vem acontecendo com o combustível diesel, que era repassado a R$ 5,59 antes da guerra e agora se encontra a R$ 6,93 nos postos de gasolina, valor 24% a mais de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Por que esse fenômeno acontece?

O não reajuste do preço do combustível diesel se reflete em toda a economia e nos preços do barril de petróleo, mais do que o combustível gasolina, pois seu preço pressiona grandemente a inflação. O diesel é extremamente (senão o mais) utilizado nos transportes logísticos, principalmente nos caminhões, que levam alimentos e outros produtos de consumo. O frete alto desses caminhões são repassados para os consumidores no fim das contas por meio do preço do combustível diesel.

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De acordo com especialistas entrevistados pelo UOL, o preço do litro do combustível não ficou alinhado com a queda do preço da gasolina e do barril do petróleo, pois a redução de impostos não teve um grande impacto nele, já que o diesel já tinha uma alíquota menor do que a da gasolina.

A título de exemplo, o teto do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o combustível gasolina ficou em 18%, sendo que ela mantinha um ICMS maior em muitos estados, por exemplo em São Paulo que era de 25% e passou para 18%, fazendo com que o preço do combustível fosse extremamente reduzido para o consumidor final, ao passo que o imposto do diesel era de 13,3%, já abaixo do limite de 18%, mesmo com a redução do preço do barril de petróleo. Por isso, não houve impacto nos postos, segundo Filipe Ferreira, diretor da empresa de informações financeiras Comdinheiro.

O preço do combustível (diesel) tem a ver com a sua utilização?

A utilização do diesel é diferente da utilização de outros combustíveis como a gasolina, que é usada, majoritariamente, por pessoas para transporte individual, como nos carros. O diesel, por outro lado, tem um foco mais comercial, sendo utilizado em caminhões para logísticos ou industriais.

“O diesel possui uma dinâmica específica no preço. Ele é mais importante que a gasolina e, por isso, há uma diferença de demanda e do comércio dele em relação à gasolina. Com a guerra e com a demanda pelos barris de petróleo, houve também uma mudança nesse comércio, com a Europa aplicando sanções à Rússia e se voltando ao mercado americano”, comenta Carla Ferreira, pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). Também, o aumento da demanda pelo combustível e pelos barris de petróleo fez com que o preço do mercado nos EUA subisse, elevando o preço no mundo todo.

Queda dos preços do diesel em agosto, fizeram com que a ANTT reduzisse tabelas do frete rodoviário em até 4%

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 23, uma nova tabela onde estão relacionados os preços mínimos de frete rodoviário, com uma redução média que vai de 3,16% a 4%. O reajuste negativo nos valores do frete rodoviário pela ANTT ocorre após a Petrobras anunciar a diminuição dos preços do diesel em dois momentos neste mês de Agosto. A última diminuição aconteceu no dia 11, quando houve uma redução de 4% (ou R$ 0,22 por litro) nas refinarias da estatal.

Segundo a lei, sempre que acontecer oscilações nos preços do óleo diesel no mercado nacional superior 5%, para mais ou para menos, a ANTT deve publicar novos valores para os fretes.

A Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, a qual a ANTT é responsável, foi posta em vigor no ano de 2018 pelo governo Michel Temer, logo após a greve nacional dos caminhoneiros que paralisou o abastecimento de diesel e outros combustíveis do País.

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