Diante da oscilação dos preços do petróleo, presidente da Opep considera realizar cortes na produção da commodity

Os cortes na produção do petróleo visam o alinhamento com a Arábia Saudita, uma vez que o presidente da Opep recebeu uma proposta do ministro de Energia saudita

O presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Bruno Jean-Richard Itou, declarou na última quinta-feira, 25, que recebeu uma recente proposta do ministro de Energia saudita de pensar na possibilidade de realizar cortes na produção do petróleo, uma vez que os preços da commodity se encontra em grande volatilidade e está “em linha com nossas visões e objetivos”.

Por mais que o presidente da Opep não possua poder de decisão, o detentor deste cargo costuma expressar o consenso que emerge no grupo. No início da semana, o ministro de Energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, comentou que os produtores de petróleo poderão reagir à volatilidade dos preços no mercado, “inclusive por meio de cortes na produção a qualquer momento e de diferentes formas”.

Opep volta atrás com previsão de alta na procura mundial por petróleo, onde a aposta seria de 3,1 milhões de barris por dia

A Opep voltou atrás na sua previsão de aumento pela demanda global de produção de petróleo em 2022, onde a organização previa um aumento de cerca de 300 mil barris de petróleo por dia (bpd) para 3,1 milhões de barris de petróleo por dia, de acordo com relatório mensal publicado no dia 11 de agosto.

No somatório, a Opep prevê que a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) será responsável por 1,6 milhão de produção de barris de petróleo por dia, e países de fora do grupo por 1,5 milhão de bpd.

Agora, com as revisões feitas e recalculadas, a Opep prevê que a demanda mundial neste ano de 2022 vai alcançar 100 milhões de barris de petróleo por dia.

Já para o ano de 2023, a Opep declarou que a projeção é de que o consumo mundial terá expansão de 2,7 milhões de bpd, a 102,7 milhões de bpd.

Também, a demanda por petróleo pode aumentar significativamente devido às fortes ondas de calor na Europa e à escassez de gás. Em um relatório mensal publicado nesta quinta-feira, 11,  a AIE aumentou a sua projeção para o avanço na demanda mundial por petróleo em 2022 para 380 mil barris por dia, a 2,1 milhões de bpd.

No relatório divulgado, a Opep manteve sua previsão para o aumento da oferta de petróleo de produtores fora do grupo em 2022, passando de 2,1 milhões de bpd para 65,8 milhões de bpd.

Os países que podem contribuir ainda mais para o incremento da oferta em 2022 são EUA, Canadá, Brasil, China e Guiana, conforme a Opep. No entanto, espera-se uma queda na produção de petróleo na Indonésia e na Tailândia.

Para o ano de 2023, a previsão da Opep permanece sendo de incremento de 1,7 milhão de bpd na oferta de petróleo fora do cartel, a 67,5 milhões de bpd.

Ainda no relatório, a Opep declara que sua produção de petróleo cresceu cerca de 162 mil de barris em julho ante junho, para uma média de 28,84 milhões de barris, segundo fontes secundárias.

Demanda por petróleo pode aumentar no mês de setembro

Esse aumento feito pela Organização não irá substituir as elevações acordadas em julho, quando a Opep decidiu por acrescentar cerca de 648 mil bpd na sua produção mensal para julho e agosto. Essa decisão foi antecipada pela imprensa internacional e seguiu recomendações do seu Comitê Conjunto Ministerial de Monitoramento (JMMC).

Em comunicado, a Opep destacou que os estoques de petróleo entre os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) decaíram cerca de 2,712 milhões de barris em junho, fazendo com que os estoques de emergência atingissem o menor nível dos últimos 30 anos.