A indústria automobilística está em segundo lugar entre os principais setores de exportação da Argentina, tendo 60% dos veículos produzidos no país destinados aos mercados estrangeiros
O conflito sindical que paralisou a produção de pneus na Argentina já está afetando as companhias fabricantes de automóveis, e o governo argentino espera encontrar uma solução rápida para a crise, que pode causar grandes prejuízos à indústria automobilística, que é um setor essencial para o país.
A crise pode gerar perdas de US$ 250 milhões a US$ 300 milhões em exportações
A empresa japonesa Toyota suspendeu as atividades na quarta-feira (28) na fábrica localizada na cidade de Zárate, na província de Buenos Aires, na Argentina, devido à falta de pneus. Nessa fábrica trabalham 7,5 mil pessoas e saem automóveis que são exportados para 22 países, conforme confirmaram fontes da empresa à Agência Efe.
Na segunda-feira passada, pelo mesmo problema, a americana Ford também decidiu interromper dois turnos de produção no seu terminal na cidade de Pacheco, na Argentina.
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O conflito na reivindicação de melhores salários nas fábricas de pneus começou no início de 2022, porém, com os bloqueios das fábricas na sexta-feira passada, a crise se agravou e levaram à interrupção total e por tempo indefinido da produção das três empresas que funcionam na Argentina: a local Fate, a italiana Pirelli e a japonesa Bridgestone.
Uma nova audiência de conciliação foi realizada na segunda-feira (26) no Ministério do Trabalho, entre representantes das empresas e o Sindicato Único dos Trabalhadores de Pneus (Sutna). Porém, a audiência fracassou e uma nova reunião de conciliação ocorreu na quarta-feira (28). O secretário da Indústria, José Ignacio De Mendiguren, disse que tinha esperanças de que se chegasse a um acordo para a crise na quarta-feira. Desde o início do impasse, 35 audiências já foram realizadas.
O secretário informou que, caso o conflito se prolongue, a produção de automóveis na Argentina poderá diminuir entre 10% e 15%, o que significaria perdas entre US$ 250 milhões a US$ 300 milhões em exportações.
Indústria automobilística lidera o crescimento industrial da Argentina
Houve uma reunião nesta terça-feira (27) de caráter emergencial entre os representantes da cadeia de valor automobilístico, gestores das empresas fabricantes de pneus, líderes de outros sindicatos do setor, o ministro da Economia, Sergio Massa, De Mendiguren e o secretário do Comércio, Matías Tombolini, para analisarem o impacto do problema.
A Associação de Fabricantes de Automóveis (Adefa), após a reunião, advertiu em comunicado que a decisão da sexta-feira passada de bloquear as fábricas de pneus não deixa outra opção senão a de parar a fabricação de veículos em uma indústria que tem crescido em um ritmo de 29% no ano de 2022.
Os fabricantes informaram também que a radicalização deste tipo de ação gera incerteza nos mercados de exportação devido às possibilidades de desabastecimentos, além de afetarem os planos de investimento para o desenvolvimento.
Depois da reunião, De Mensiguren disse à imprensa que as empresas pedem o levantamento dos bloqueios, pelo menos para liberar os pneus dentro das fábricas, e que não excluem a possibilidade de abrir as importações de pneus.
A indústria automobilística está em segundo lugar entre os principais setores de exportação da Argentina, ficando atrás apenas do agronegócio. 60% dos veículos produzidos no país são destinados aos mercados estrangeiros.
Em 2022, o setor automobilístico lidera o crescimento industrial da Argentina, tendo um aumento da produção de 29,5% no acumulado dos primeiros oito meses do ano. Entre 2017 e este ano, os terminais automobilísticos que funcionam na Argentina anunciaram investimentos de US$ 6,26 bilhões.