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Crise hídrica em São Paulo pode afetar setor de agronegócio e energia

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 09/08/2021 às 15:39
Crise hídrica em São Paulo pode ter impactos negativos no agronegócio e energia
Crise hídrica em São Paulo pode ter impactos negativos no agronegócio e energia. Fonte: REUTERS

Uma das principais consequências de uma crise hídrica está relacionada diretamente com uma conta de energia mais cara

De acordo com os dados divulgados pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), o país está vivenciando a pior crise hídrica já vista nos últimos 91 anos. Em meados de novembro de 2020, os institutos de meteorologia já haviam alertado as entidades responsáveis para tal acontecimento. O que já era de se esperar acabou acontecendo. Além da crise, o agronegócio e o setor de energia também vão sofrer com esse período sombrio.

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Desde o dia 1º de junho, dados sobre a escassez de água haviam sido divulgados por meio da Agência Nacional de Águas (ANA). A resolução n°77/2021 veio para corroborar com os estudos anteriores e informar que os Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraná, que abrange 10% do Brasil em questão de território, estava em uma situação crítica de escassez quantitativa.

Pelo fato de englobar os estados mais populosos, sendo eles: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Santa Catarina, trata-se de um caso de alerta a nível nacional. Afinal, além de serem bastante populosos, também são os estados que mais influenciam no desenvolvimento econômico do país.

Por que a crise hídrica pode afetar o setor de energia?

É válido ressaltar que, da mesma forma que a água é importante para uma boa manutenção da vida, ela é imprescindível para que diversos setores no país tenham êxito. Dessa forma, quando houver escassez de recursos hídricos, não são somente as bacias, plantas e animais que ficarão em risco, mas sim todo o território brasileiro que está englobado nesses 10%.

Tal afirmação acerca da crise hídrica pode ser validada por profissionais da área, como é o exemplo de Tassio Barboza, mestre em Energia Solar Fotovoltaica e Secretário-Adjunto de Assuntos Técnicos do Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel). Para ele, a importância da água é de interesse da população em geral, pois quando existe escassez, a vida se torna difícil.

Afinal, como a agricultura ou a pecuária vão sobreviver sem um resquício sequer de água para regar as suas plantações ou matar a sede de seus animais? Para contemplar demais fatores para o avanço do agronegócio e setor energético, Barboza faz a seguinte colocação: “A geração de energia elétrica e o transporte hidroviário precisam também de água — mas ela não é consumida com a utilização. O Brasil é um país continental e precisa disponibilizar os recursos hídricos para todos esses fins. Quando falta água no reservatório devido a uma crise hídrica, toda essa cadeia é afetada”.

Escassez vem deixando os moradores do sul e sudeste sem água em seus reservatórios. Fonte: Band

Como os impactos podem ser negativos no estado de São Paulo?

Além do agronegócio, setores energéticos e outros serão amplamente afetados com a crise hídrica. Para São Paulo, a situação pode ser ainda mais crítica, de acordo com a opinião do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). Para ele, o primeiro impacto seria no setor agrícola, onde haveria uma queda na produção, gerada pela escassez de água.

Logo em seguida, um aumento no valor da energia chegaria para os moradores do estado. No entanto, não seriam somente os paulistas a sofrerem, como também o Rio Tietê estaria sob riscos de ter a sua navegabilidade inviável, afetando no escoamento de cargas.

Dessa forma, quando analisada, a lista de impactos negativos gerados por uma crise hídrica deixa danos quase que irreversíveis, principalmente no agronegócio e na energia. Para evitar que isso aconteça, o deputado federal sugere a criação de novos projetos que visem proteger esses recursos. Inclusive, o projeto de Lei 414/2021, sugerido pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), traz propostas nesse sentido. Já foi aprovado pelo Senado Federal e aguarda a resposta do presidente da câmara dos deputados.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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