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Coreano que virou lenda no mercado financeiro brasileiro lucra 2.500% antes de ver fundos derreterem até 90%

Publicado em 14/08/2025 às 13:29
Coreano que virou lenda no mercado financeiro brasileiro perde metade do valor da Gafisa em poucos meses de gestão
Coreano que virou lenda no mercado financeiro brasileiro perde metade do valor da Gafisa em poucos meses de gestão
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O coreano que virou lenda no mercado financeiro brasileiro. A trajetória ousada de Murakyu, o investidor que desafiou gigantes, acumulou fortunas e enfrentou quedas históricas

O Coreano que virou lenda no mercado financeiro brasileiro é uma história de ambição, estratégias arriscadas e consequências marcantes. Murakyu, que chegou ao Brasil com apenas 18 anos, construiu um império no mercado de capitais apostando alto e muitas vezes contra as regras tradicionais. Sua habilidade para identificar oportunidades o levou ao topo, mas a falta de controle sobre riscos resultou em perdas bilionárias e um legado cercado de polêmica.

Ao longo de décadas, ele transitou entre vitórias expressivas e derrotas devastadoras, tornando-se um personagem tão admirado pela ousadia quanto criticado pelos métodos. O seu percurso é um estudo vivo sobre os limites da ambição e a importância da gestão de risco no mundo financeiro.

A chegada ao Brasil e os primeiros passos no mercado

Murakyu desembarcou no Brasil em 1970, instalando-se no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Entre feiras e lojas de tecidos, aprendeu português e percebeu que o país oferecia espaço para ousadia. Formou-se em Administração na Fundação Getulio Vargas e acumulou experiência em instituições como Bankers Trust, Citibank e Banco Nacional.

Com a rescisão milionária do último emprego, passou a investir em ações, obtendo lucros expressivos. Em 1995, fundou a GW, inicialmente como uma financeira voltada para a comunidade coreana, e logo migrou para a gestão de ativos. Desde o início, mantinha controle absoluto, criando um ambiente corporativo rígido e altamente centralizado.

O auge como “rei do termo”

No fim dos anos 1990, Murakyu estruturou o GW FIA, fundo que chegou a acumular mais de 2.500% de alta. Sua especialidade era a compra a termo estratégia de alto risco que aposta na valorização futura das ações. O sucesso o levou a posições relevantes em grandes empresas, como a compra de 16,2% das Lojas Americanas em 2007.

A crise do subprime, porém, atingiu em cheio seus fundos, que perderam até 90% do valor. Mesmo assim, ele voltou a arriscar, diversificando para fundos imobiliários e novas aquisições estratégicas.

Operações polêmicas e conflitos societários

Em 2011, a compra alavancada de ações da Marfrig resultou em perdas catastróficas, obrigando a venda de ativos e levando a uma disputa judicial que terminou com multa milionária e suspensão de sua licença como gestor pela CVM.

Sua atuação na Livraria Saraiva, a partir de 2016, gerou um dos embates mais conhecidos do mercado: tentativa de controle da companhia, acusações de abuso de poder e saída conflituosa, seguida de queda irreversível da empresa.

A queda na Gafisa

O episódio mais dramático veio com a Gafisa, em 2017. Ao assumir o controle de forma controversa, implantou mudanças radicais que levaram à paralisação de obras, perda de fornecedores e desvalorização de mais de 50% nas ações. As operações alavancadas agravaram o prejuízo, deixando cotistas devendo dinheiro algo raro em fundos de ações.

A participação da GW caiu de 50% para menos de 8% em poucos dias, marcando o colapso definitivo de sua estratégia.

Legado e lições

Em 2020, a GW foi expulsa da Anbima por irregularidades e, desde então, Murakyu sumiu do radar do mercado. Seu nome, que já foi sinônimo de ousadia e visão, tornou-se também símbolo de como a falta de limites e gestão de risco pode destruir carreiras e fortunas.

A história do coreano que virou lenda no mercado financeiro brasileiro permanece como um alerta: o mercado recompensa a coragem, mas pune severamente a imprudência.

E você? Acredita que a ousadia de Murakyu foi visionária ou imprudente? Quais lições essa história deixa para investidores de hoje? Deixe sua opinião nos comentários.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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