Após o conflito entre Rússia e Ucrânia, a cotação do barril de petróleo chegou em US$ 100, levantando a discussão sobre o impacto que essa alta traria em plataformas offshore
Com a alta do preço do barril de petróleo, questões como o impacto na demanda de plataformas offshore começaram a ser discutidas. Essa discussão ocorre porque as plataformas offshore, ao contrário das onshore, envolve planejamentos mais extensos, como obtenções de licenças, verificação da disponibilidade da plataforma, licitações, entre outros. Consequentemente, grande parte dos empreiteiros de plataformas offshore espera que ocorra um aumento de curto prazo na demanda de plataformas.
Entretanto, as empresas de exploração e produção estão fazendo planos de curto a médio prazo a preços do barril de petróleo em US$ 80, um valor muito acima do que vem sendo visto no mercado há anos. Dessa forma, a expectativa é de que a alta demanda de sondas, que estava em andamento desde o ano passado, continue aumentando.
A alta demanda de plataformas offshore com o aumento do preço do barril de petróleo do mercado melhorou o uso de navios-sonda no GoM dos Estados Unidos e na América do Sul, além de jackups no Oriente Médio.
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Regiões que possivelmente alavancarão em resposta às preocupações de segurança energética
A região de que lidera essa lista são os países que operam na região do Mar do Norte/Barents. Essa área teve muitos poços de petróleo perfurados nos últimos anos. A expectativa é se que sejam encontradas oportunidades de campo próximo, além de acelerar o desenvolvimento de alguns projetos, a fim de que as empresas de exploração e produção auxiliem na segurança energética de diversos países e se beneficiem do atual ambiente de precificação.
De acordo com a Esgian Rig Analytics, oito campanhas de perfuração de pocoços de petróleo com datas de início previstas até 2024 estão no processo de pré-licitação ou licitação para a região do Mar do Norte, enquanto outros 26 programas ainda estão em planejamento, mas podem avançar para as licitações.
Ademais, há a sugestão de que alguns projetos já apresentados poderão ser revistos conforme o critério de aumentar o foco na segurança energética. A exemplo do projeto de Cambo, no oeste de Shetland, no Reino Unido. No final do ano passado a Shell decidiu não seguir em frente com o projeto, porém fontes indicam que atualmente a decisão vem sendo revisada.
De acordo com a Esgian, devido ao grande mercado do Mar do Norte, os países próximos a ele poderão olhar para a África Ocidental para suprir suas necessidades energéticas, o que levaria a um aumento na atividade de perfuração de poços de petróleo na região que teve uma recuperação demorada após a desaceleração de 2014. Namíbia é um país que vem sendo observado, após o anúncio da TotalEnergies da “descoberta significativa de petróleo leve com gás associado” em seu prospecto de Vênus em fevereiro.
Além da Namíbia, a Austrália é outro país que poderá ter aumento na demanda de plataformas offshore com o aumento do preço do barril de petróleo. A Austrália corresponde pela maior parte da demanda de sondas no continente. No total, são mais de 115 anos de sonda de trabalho global sendo licitados com inícios projetados até o ano de 2024.
Porém, nem todos os trabalhos serão premiados como planejado. Alguns projetos poderão ser cancelados ou atrasados devido ao aumento de taxas, falta de disponibilidade da plataforma adequada, mudança de foco de muitas empresas de exploração e produção e falta de financiamento. Mesmo diante disso, a expectativa é de que devido ao aumento do preço do barril de petróleo, haja um aumento na demanda de plataformas offshore de curto a médio prazo com o reconhecimento das empresas de exploração e produção e dos governos acerca da importância dos hidrocarbonetos na transição energética e da necessidade deles para a segurança energética.