Índia consolida liderança como país mais populoso do mundo em 2025, com mais de 1,4 bilhão de habitantes e PIB crescendo acima de 6% ao ano.
Em 2023, a ONU confirmou o que já era esperado: a Índia ultrapassou a China e se tornou o país mais populoso do planeta. Dois anos depois, em 2025, essa liderança está consolidada. Com mais de 1,4 bilhão de habitantes, o país asiático não apenas superou a antiga hegemonia demográfica chinesa, como também reforça seu peso como ator central no cenário global.
O tamanho populacional, por si só, já daria à Índia uma relevância inquestionável. Mas o que impressiona em 2025 é a combinação de população jovem e crescimento econômico robusto, o que faz da nação o novo motor do crescimento mundial.
Crescimento acima de 6% em 2025
De acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, a economia indiana deve crescer entre 6,2% e 6,5% em 2025, mantendo-se como a grande economia que mais avança no mundo.
-
México ultrapassou a China e assume como maior parceiro comercial dos EUA: exportações disparam, reshoring da indústria ganha força e reconfigura o comércio norte-americano
-
Com dívida recorde de US$ 37 trilhões e juros anuais perto de US$ 1 trilhão, Estados Unidos enfrentam em 2025 o maior desafio fiscal de sua história moderna
-
China ultrapassa EUA como maior destino das exportações brasileiras em 2025: soja, petróleo e minério já somam mais de US$ 90 bilhões
-
Ofensiva de Trump na América Latina acaba aproximando ainda mais Brasil e China
Esse ritmo contrasta com a desaceleração da China, que cresce abaixo de 5%, e com as economias maduras do Ocidente, que registram expansão modesta, muitas vezes inferior a 2%.
O desempenho indiano é sustentado por três motores principais:
- Serviços digitais e tecnologia da informação: com empresas globais e hubs em Bangalore, Hyderabad e Pune.
- Indústria e manufatura: apoiada pelo programa “Make in India”, que atrai investimentos para transformar o país em alternativa à China na produção industrial.
- Consumo interno: impulsionado por uma classe média em expansão e por uma população jovem com demanda crescente por bens e serviços.
População jovem como diferencial competitivo
Ao contrário da China, que enfrenta envelhecimento acelerado e queda na taxa de natalidade, a Índia possui uma população jovem que é seu grande trunfo. Mais de 60% dos indianos têm menos de 35 anos, formando a maior força de trabalho em potencial do planeta.
Essa característica oferece uma janela de oportunidade única. A chamada “dividendo demográfico” pode sustentar o crescimento indiano por décadas, desde que o país consiga gerar empregos de qualidade, investir em educação e ampliar infraestrutura.
Desafios sociais e estruturais
Apesar do otimismo, a Índia enfrenta desafios consideráveis. O país ainda lida com desigualdades regionais profundas, carência de infraestrutura básica em muitas áreas e uma taxa de pobreza que, embora em queda, ainda afeta centenas de milhões de pessoas.
Problemas como falta de saneamento adequado, poluição urbana e gargalos logísticos — em portos, rodovias e ferrovias — limitam parte do potencial de crescimento. Além disso, a necessidade de criar milhões de empregos anuais para absorver a juventude no mercado de trabalho é um desafio constante.
Competição direta com a China
A ascensão da Índia como país mais populoso e economia em rápido crescimento coloca-a inevitavelmente em rota de colisão estratégica com a China.
Nos últimos anos, Pequim enfrentou queda na natalidade, fuga de investimentos em função de tensões com os Estados Unidos e desafios no setor imobiliário. Enquanto isso, Nova Délhi se apresenta ao mundo como alternativa estável para empresas que buscam diversificação da cadeia produtiva.
Essa dinâmica transformou a Índia em peça-chave nos planos de grandes corporações globais. Gigantes como Apple, Samsung e Foxconn já transferiram parte de sua produção da China para o território indiano.
Peso geopolítico crescente
O crescimento econômico e a liderança populacional também ampliam o peso geopolítico da Índia. O país tem papel ativo no G20, lidera o Quad (parceria estratégica com EUA, Japão e Austrália) e integra os BRICS, onde busca equilibrar relações com China e Rússia ao mesmo tempo em que estreita laços com o Ocidente.
A posição geográfica estratégica, entre o Oriente Médio e o Sudeste Asiático, reforça ainda mais sua importância. Em um mundo de disputas comerciais e rearranjos de cadeias de suprimento, a Índia aparece como parceiro indispensável para todos os blocos econômicos.
Agricultura e segurança alimentar
Além da tecnologia e da indústria, a Índia também é destaque na agricultura. O país é um dos maiores produtores de arroz, trigo, açúcar e leite do mundo. Essa base agrícola não apenas garante segurança alimentar interna, como também sustenta exportações bilionárias.
Com a pressão global por alimentos — resultado de mudanças climáticas e crescimento populacional —, a Índia reforça sua posição como fornecedor essencial de commodities agrícolas.
Infraestrutura e urbanização acelerada
Para sustentar seu crescimento, o governo indiano lançou programas bilionários de investimento em infraestrutura. Projetos de modernização de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos estão em andamento, além de iniciativas para acelerar a urbanização.
Cidades como Nova Délhi, Mumbai e Bangalore enfrentam problemas de superlotação, mas também se tornam polos de inovação e tecnologia. O país vive um processo acelerado de urbanização que transforma a paisagem social e econômica.
Projeções para a próxima década
Se mantiver o ritmo atual, a Índia pode se tornar a terceira maior economia do mundo até 2030, atrás apenas de Estados Unidos e China.
Especialistas afirmam que, com reformas estruturais, o país tem condições de ultrapassar o Japão e a Alemanha em poucos anos, consolidando-se como potência global tanto em termos econômicos quanto geopolíticos.
O grande desafio será equilibrar crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental — pontos ainda frágeis na agenda indiana.
Em 2025, a Índia não é apenas o país mais populoso do mundo: é também a economia grande que mais cresce, com projeções acima de 6% ao ano. Essa combinação de fatores a coloca como protagonista do século XXI, em contraste direto com a China, que enfrenta desaceleração e envelhecimento demográfico.
Com uma população jovem, um mercado interno gigantesco e ambições globais crescentes, a Índia assume de vez seu papel de novo motor da economia mundial, redesenhando fluxos de comércio, investimentos e influência política.