O robô da Petrobras em parceria com a PUC-Rio será responsável por realizar as tarefas que trazem alto riscos aos colaboradores da petroleira
Os cientistas da Petrobras desenvolveram um robô especializado na inspeção e limpeza de dutos flexíveis offshore, em parceria com a PUC-Rio. O robô inédito, que vem equipado com câmeras em HD e é operado de forma remota, recebeu o nome de Autonomous Underwater Riser Inspection Diverless, ou AURI. O AURI é capaz de identificar, com muita precisão, os mais diversos danos ou problemas que estejam ocorrendo nos dutos, tais como bolhas, rasgos e/ou deformação da capa externa, indicando colapso ou possível vazamento. Dessa forma, a segurança e eficiência das operações são ampliadas, sem falar na redução de custos operacionais.
Leia também
Processo de instalação do robô nos dutos flexíveis offshore
O robô da Petrobras em parceria com a PUC-Rio, que já é vencedor do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica, concedido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (ANP), será instalado nos dutos flexíveis offshore com o apoio de um ROV (sigla em inglês para Veículo Operacional Remoto – Remote Operated Vehicle). Quando instalado, incia a execução das tarefas, sendo operado remotamente por um profissional especializado.
Um outro diferencial é referente à capacidade do robô de conseguir portar as ferramentas necessárias para realizar a inspeção nos dutos flexíveis offshore, em 360 graus, mesmo se os dutos estiverem muito próximos ao costado, região considerada impossível de ser avaliada por ferramentas acopladas nos ROVs. Após desenvolver essa tecnologia junto à PUC-Rio, a Petrobras agora está buscando o licenciamento, bem como a patente do projeto.
- Corrida bilionária na Antártida: Países constroem em condições extremas para explorar 511 bilhões de barris na maior reserva de petróleo do mundo
- Lucro da Petrobras! Empresa entra no top 5 das petroleiras mais lucrativas do trimestre com resultados espetaculares; atrás de Aramco, ExxonMobil e Shell
- Passeio Offshore? Plataformas desativadas da Petrobras podem ser utilizadas como complexos turísticos, evitando a necessidade de desmontagem
- Há 50 anos, Petrobras descobria sua maior bacia de petróleo! Conheça a revolução que fez o Brasil se tornar uma potência mundial no setor e que agora promete gerar MAIS 25 MIL empregos
O técnico Marcos Reis de Morais relatou que mais de 10 empresas mostraram interesse nessa tecnologia, que servirá futuramente para ser incorporada nos contratos de serviços de inspeção submarina. O desenvolvimento desse robô faz parte do Programa Sinergia Diverless da Petrobras, que foi criado para buscar soluções que possam ajudar a reduzir a exposição dos profissionais ao risco, além de aumentar a segurança durante as operações offshore.
Redução dos riscos ao expor os profissionais da Petrobras ao longo das operações offshore
O técnico Morais explicou que as ferramentas que são utilizadas atualmente para efetuar a limpeza dos dutos ficam acopladas aos ROVs ao longo de toda a operação e, ainda assim, após isso, o ROV precisa ser utilizado para realizar a inspeção visual.
O Auri Diverless servirá para dispensar o ROV de realizar a limpeza e inspeção, fazendo com que sua função seja apenas de instalar e desinstalar, sendo liberado para outras atividades, em seguida.
O Auri também irá gravar vídeos da região que for inspecionada para análise posterior e arquivamento de imagens, permitindo a avaliação dos dutos flexíveis pelas equipes que permanecerão em terra, sob total segurança.
Outras possibilidades futuras
Segundo os responsáveis pelo projeto do robô, a ferramenta possui o potencial de evitar que os profissionais passem mais de 1.300 horas em mergulho, reduzindo, dessa forma, que os mesmos sejam expostos ao alto risco e permaneçam seguros durante as operações offshore.
Jorge Luiz Brito, da Refinaria de Duque de Caxias, a Reduc, que também faz parte do projeto, relatou que eles receberam o desafio de tornar autônoma uma etapa crítica da inspeção desses dutos flexíveis, que é justamente a parte de limpeza e inspeção visual em lâminas rasas – de até 50 metros – numa área tradicionalmente ocupada por mergulhadores.
Brito acrescentou que eles estão analisando algumas possibilidades para desenvolver um conjunto de plataformas das quais o AURI Diverless fará parte.