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Cientista da Universidade da Flórida cria uma tecnologia inovadora capaz de transformar a poluição do ar (CO₂) em recursos valiosos, podendo ser aplicada em indústrias químicas e instalações que produzem poluição de carbono

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 29/09/2024 às 20:38
(CO₂), cientista, tecnologia inovadora
Foto: Reprodução

Tecnologia revolucionária transforma poluição do ar em produtos químicos e recursos valiosos, com potencial de aplicação em indústrias químicas e poluentes, oferecendo uma solução inovadora para o futuro da sustentabilidade.

Em um avanço significativo para a ciência e a sustentabilidade, um pesquisador da Universidade da Flórida Central (UCF) está desenvolvendo uma tecnologia inovadora que promete transformar as emissões de dióxido de carbono (CO₂) em recursos úteis. Yang Yang, professor associado do NanoScience Technology Center da UCF, lidera a pesquisa que pode mudar como enfrentamos o problema da poluição atmosférica e da mudança climática.

Em estudo publicado no Journal of the American Chemical Society, foi detalhado que a tecnologia inovadora de Yang utiliza um dispositivo avançado que captura CO₂ e o converte em monóxido de carbono (CO) e ácido fórmico, substâncias com múltiplas aplicações industriais.

Podemos usar diretamente esses produtos químicos e campos convertidos para outras aplicações“, explica o cientista, destacando que os produtos derivados podem ser usados para a fabricação de combustíveis e materiais químicos de grande valor, reduzindo a poluição.

Tecnologia inovadora — a solução para a crise climática e redução da poluição

(CO₂), cientista, tecnologia inovadora

A inovação surge em um momento crítico, quando as emissões de dióxido de carbono estão atingindo níveis alarmantes, contribuindo diretamente para o aquecimento global.

A tecnologia desenvolvida por Yang não só busca reduzir a pegada de carbono de forma sustentável, como também possibilita a criação de uma nova fonte de energia alternativa. “Queremos criar uma tecnologia melhor para tornar nosso mundo mais limpo e sustentável”, afirma Yang.

Segundo o cientista, o excesso de CO₂ na atmosfera intensifica o efeito estufa, provocando o aquecimento acelerado do planeta.

Essa nova tecnologia inovadora é projetada para operar em locais como usinas de energia e fábricas químicas, onde grandes quantidades de dióxido de carbono são emitidas, reduzindo a poluição desses locais. O objetivo é capturar essas emissões antes que cheguem à atmosfera e transformá-las em recursos valiosos.

Inspirado pela natureza

A inspiração para essa tecnologia inovadora veio diretamente da natureza. Yang explica que o desenvolvimento do dispositivo foi influenciado pela planta de lótus, famosa por sua superfície altamente hidrofóbica. A folha do lótus repele a água, um processo que Yang imitou ao criar uma superfície em seu dispositivo que separa a água do CO₂ durante o processo de conversão.

O cientista compara seu trabalho ao processo de fotossíntese das plantas, que absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio.

No entanto, sua abordagem vai além da fotossíntese natural, oferecendo um processo mais rápido e eficaz para capturar e converter o CO₂ em produtos úteis.

Queremos criar um material que possa rapidamente capturar moléculas de dióxido de carbono do ar e convertê-las em produtos químicos”, disse Yang.

O método permite que o CO₂ seja convertido em uma forma líquida ou gasosa, facilitando sua utilização em diversas aplicações industriais, como a fabricação de combustível, metanol, etileno e outros compostos químicos essenciais.

Desafios e eficiência energética,

Apesar do sucesso inicial, a pesquisa de Yang enfrenta desafios técnicos. Um dos maiores obstáculos foi evitar que a água interferisse no processo de conversão de CO₂.

Se houver água em excesso nos materiais catalíticos, pode ocorrer a formação de hidrogênio, o que reduziria a eficiência energética do processo. No entanto, ao criar uma superfície que repele a água, Yang conseguiu melhorar significativamente a eficiência da conversão de dióxido de carbono.

Se você tiver muita água ao redor de seus materiais, a produção de hidrogênio pode ocorrer em vez da conversão de dióxido de carbono em produtos químicos“, explica Yang.

O controle preciso desse aspecto é crucial para garantir que o processo funcione da maneira mais eficiente possível, aproveitando quase toda a energia gerada pela eletricidade para a conversão de CO₂.

O futuro da captura de carbono

Embora haja iniciativas ao redor do mundo para reduzir as emissões de carbono, como o plantio de árvores e tecnologias de captura de carbono em larga escala, a tecnologia de Yang se destaca por sua flexibilidade e capacidade de adaptação.

O cientista acredita que o dispositivo de captura e conversão de CO₂ pode se tornar uma opção viável e eficiente em comparação com métodos mais caros e demorados.

Além disso, Yang afirma que a tecnologia pode ser alimentada por fontes de energia sustentáveis, como painéis solares e parques eólicos, tornando o processo ainda mais ecológico. “No nosso processo, podemos usar eletricidade intermitente, como a eletricidade vinda de painéis solares ou de parques eólicos“, diz ele.

Próximos passos e colaborações

Embora o projeto ainda esteja em seus estágios iniciais, os resultados são promissores. O objetivo de Yang e sua equipe é aumentar a escala da tecnologia, criando protótipos maiores que possam converter dióxido de carbono em volumes maiores e mais rapidamente.

Testamos o desempenho em nossos reatores, mas, no futuro, queremos desenvolver um protótipo maior que possa mostrar às pessoas o quão rápido podemos converter e reduzir a concentração de dióxido de carbono“, explica Yang.

A pesquisa de Yang tem atraído atenção de importantes universidades e centros de pesquisa ao redor do mundo. Entre as instituições colaboradoras estão a Universidade de Houston, a Universidade da Califórnia, Berkeley, a Universidade de Stanford e o Instituto Oriental de Estudos Avançados em Ningbo, China.

Com uma equipe diversificada de pesquisadores e a colaboração de universidades renomadas, a tecnologia inovadora de Yang Yang pode ser o início de uma nova era na luta contra as mudanças climáticas.

Se bem-sucedida em grande escala, essa inovação não só ajudará a reduzir o dióxido de carbono atmosférico, mas também transformará como geramos e utilizamos energia no futuro.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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