Informação de que gigante dinamarquesa irá instalar um terminal de contêineres no porto pernambucano está criando grandes expectativas de melhores empregos entre os trabalhadores
É grande a expectativa para a chegada da maior empresa de logística marítima do planeta ao Porto de Suape, localizado no município do Cabo de Santo Agostinho, no litoral sul de Pernambuco. A APM Terminals – Maersk arrematou, em julho do ano passado, uma área do estaleiro Atlântico Sul e agora deve construir um terminal para movimentar 400 mil TEUs (unidade de contêiner equivalente a vinte pés), o que vai modernizar e aumentar o potencial de operação do complexo portuário em 55% e criar novos empregos. A informação vem sendo um dos assuntos principais no meio operário desse que é o principal complexo portuário do Nordeste.
Uma fonte anônima de dentro do Porto de Suape revelou à reportagem do portal Click Petróleo e Gás que deve haver uma grande migração de trabalhadores do Tecon para a Maersk. A empresa de origem filipina opera no local desde 2001 em forma de concessão. Os relatos são de que a cada novidade anunciada sobre a chegada da gigante dinamarquesa é grande o fluxo de compartilhamento de notícias nos celulares e nas rodas de conversa.
Ainda segundo à nossa fonte, vários operários estão criando perfis no Linkedin – rede social de identidade profissional e negócios – sob a informação de que haverá anúncios de vagas dos novos empregos por lá. Além disso, corre a informação de que os trabalhadores da APM Terminals – Maersk lotados no Porto de Pecém, no litoral do Ceará, teriam ganho 14º salário em dólares em 2022, o que poderia acontecer em Pernambuco também.
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As obras do novo terminal da Maersk no Porto de Suape pode começar já em 2023. Serão investidos até R$ 2,6 bilhões. A expectativa da companhia é de iniciar as operações em 2026. Durante obra do novo terminal de contêineres, mais de 3 mil empregos devem ser gerados. Durante a operação, estima-se que serão 400 postos de trabalho. Sobre colocar fim do monopólio do Tecon, a companhia dinamarquesa diz que “a concorrência pode agregar valor aos clientes e atrair novos fluxos de cargas, ajudando o porto de Suape a crescer mais rapidamente e gerando mais negócios para o Estado de Pernambuco”.
Planejamento já começou…
O Porto de Suape confirmou em 2022 vários empreendimentos importantes para o futuro. Alguns desses negócios de sucesso favorecem a chegada da Maersk no local. Em novembro, o Porto fechou acordo para que a empresa holandesa Royal Van Oord termine a dragagem do canal principal do atracadouro para aprofundamento de 20 metros em toda extensão. Com as obras, o terminal portuário fica mais atrativo ao mercado internacional, podendo receber navios maiores.
No mesmo mês, a Maersk anunciou que vai expandir sua atuação em transporte terrestre após a compra de 222 novas carretas e 113 “cavalos mecânicos” (EURO 5 Meteor e Constellation), sendo esse o maior lote do modelo já entregue pela Volkswagem.
Esses novos caminhões são indicados para o transporte rodoviário de carga para médias e longas distâncias. Assim, a empresa irá expandir seus negócios que envolvem o setor de alimentos e bebidas, eletrônicos, utensílios domésticos e até itens de uso pessoal.
Essa é uma estratégia que fortalece suas rotas de São Paulo ao Amazonas e amplia a atuação na Bahia e Santa Catarina e Pernambuco, lugares onde a companhia tem se consagrado em embates jurídicos para novos negócios, entre eles a própria compra da área localizada no Estaleiro Atlântico Sul, em Suape.
Suape: outros negócios de sucesso em 2022
Suape também anunciou a chegada de um terminal de minérios da Bemisa. O projeto deve custar R$ 1,5 bilhão com estimativa de movimentar 13,5 milhões de toneladas de minérios de ferro por ano, sendo possível estocar no pátio 780 mil toneladas do produto.
O último anúncio de sucesso foi a confirmação da implantação de um terminal de gás natural liquefeito (GNL). O Governo de Pernambuco escolheu a holding brasileira OnCorp para as obras do terminal de gaseificação de gás natural liquefeito.
Recentemente, o Porto de Suape teve sua autonomia devolvida. Assim, as operações de cais e píeres, além de contratos de arrendamentos e estabelecimento de tarifas, fica a cargo da Autoridade Portuária. Isso permite que o Porto conduza estudos, elabore editais, realize procedimentos licitatórios e a celebração dos contratos relativos aos arrendamentos portuários com mais agilidade e menos burocracia. Essa condição havia sido perdida em 2013, quando a chamada Lei dos Portos (Lei 14.047/20) passou a valer.