1. Início
  2. / Economia
  3. / CEO da Volkswagen do Brasil reage à isenção para importados e diz que fábrica do Tera gerou 2.860 empregos com 85% de peças nacionais
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 6 comentários

CEO da Volkswagen do Brasil reage à isenção para importados e diz que fábrica do Tera gerou 2.860 empregos com 85% de peças nacionais

Publicado em 01/08/2025 às 09:30
CEO da Volkswagen do Brasil diz que “produzir aqui é mais que vender carro” e confronta avanço chinês
CEO da Volkswagen do Brasil diz que “produzir aqui é mais que vender carro” e confronta avanço chinês
  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
28 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo

Ciro Possobom afirma que trazer carros da China “seria mais fácil”, mas gerar empregos e investir no Brasil é prioridade

Em meio às discussões sobre tarifas de importação e a ofensiva chinesa no setor automotivo brasileiro, o CEO da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, fez uma defesa enfática da produção local. Em entrevista ao Brazil Journal, ele afirmou que, embora a montadora tenha 39 fábricas na China, a empresa optou por continuar fabricando carros no Brasil, mesmo com a possibilidade de importar veículos prontos ou semimontados com isenção fiscal.

A fala ocorre após o governo federal anunciar, no final de julho, a concessão temporária de cotas de importação com alíquota zero para veículos elétricos prontos ou SKD (semidesmontados), em resposta a um pleito da montadora BYD. Embora o pedido original de redução tarifária tenha sido parcialmente negado, o gesto acendeu alertas nas grandes fabricantes instaladas no país, que temem um desmonte da cadeia produtiva nacional.

“Produzir aqui é mais do que vender carro”

CEO da Volkswagen do Brasil reage à isenção para importados e diz que fábrica do Tera gerou 2.860 empregos com 85% de peças nacionais

Possobom, que assinou junto a outros executivos uma carta enviada ao presidente Lula, defende que montar carros no Brasil é parte de uma estratégia econômica, tecnológica e social. Segundo ele, só em 2025, a Volkswagen deve gastar R$ 26,3 bilhões em peças automotivas nacionais, movimentando milhares de empregos diretos e indiretos em diversas regiões do país.

“Um automóvel é composto, em média, por mais de 3.000 componentes. Quando produzimos aqui, geramos riqueza aqui”, disse o executivo.

O novo Volkswagen Tera, lançado recentemente, exemplifica essa lógica: tem 85% de índice de nacionalização e gerou 2.860 empregos (260 diretos e 2.600 indiretos) na fábrica de Taubaté (SP). Possobom alerta que, ao incentivar apenas a montagem de veículos importados com peças estrangeiras, o Brasil corre o risco de desarticular toda uma cadeia de valor construída ao longo de décadas.

Impactos nos investimentos e na previsibilidade

A Volkswagen está investindo R$ 20 bilhões na América do Sul até 2028, sendo R$ 16 bilhões destinados exclusivamente ao Brasil. Para o CEO, medidas unilaterais que favorecem importadores e alteram o cenário regulatório sem diálogo geram insegurança jurídica e dificultam negociações com a matriz alemã.

“Fica difícil explicar para a matriz que as regras mudaram no meio do jogo”, afirmou.

Na visão dele, concorrência é bem-vinda, desde que exista isonomia. A crítica à BYD e outras montadoras chinesas não é pelo avanço tecnológico ou comercial, mas sim pela assimetria de incentivos.

“Temos 39 fábricas na China mas queremos fazer no Brasil”

CEO da Volkswagen do Brasil reage à isenção para importados e diz que fábrica do Tera gerou 2.860 empregos com 85% de peças nacionais

Possobom admitiu que seria “mais barato, vantajoso e simples” importar carros chineses e revendê-los no Brasil. No entanto, defende que a missão da Volkswagen é fomentar a economia local, criar empregos qualificados e promover inovação dentro do país.

“Não se trata apenas de guerra comercial. É sobre decidir onde queremos gerar valor de fato.”

A Volkswagen do Brasil responde por 11% da produção global do grupo e é o terceiro maior mercado mundial em volume de vendas da empresa. A decisão de seguir investindo localmente, mesmo diante da pressão internacional, é vista como estratégica para a companhia e, segundo Possobom, também para o futuro do Brasil como polo industrial automotivo.

O incentivo à produção local fortalece a indústria ou encarece os veículos? A entrada de carros chineses com isenção é oportunidade ou ameaça? Deixe sua opinião nos comentários , queremos ouvir quem realmente vive o setor de perto.

Inscreva-se
Notificar de
guest
6 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Fabio Neumann
Fabio Neumann
04/08/2025 13:27

O cara não fica nem vermelho. Bem capaz que fomentar o desenvolvimento local faz parte de uma empresa com capital aberto. Eles produzem aqui porque conseguem economizar na estrutura e acabamentos, sacrificando segurança e conforto. Olhem os testes de segurança dos carros produzidos aqui. Latin NCap.

Reynaldo
Reynaldo
02/08/2025 17:44

Eu Chei que ele iria reagir fabricando carros melhores, mais bem acabados, com plasticos de qualidade e menor preço…

Cordeiro
Cordeiro
01/08/2025 17:18

Correto a fala do CEO essa coisa da China significa que o Brasil será o depósito de lixo de baixa tecnologia com viés político de ideologia. FORA CHINA, aqui não.

Fabio Neumann
Fabio Neumann
Em resposta a  Cordeiro
05/08/2025 15:00

Certo. Bom mesmo é o Onix bateu morreu.

Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x