1. Início
  2. / Construção
  3. / Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco e Piauí apostam no ‘combustível do futuro’, somando 17 contratos para a produção de hidrogênio verde
Localização BA, CE, PE, PI, RN Tempo de leitura 5 min de leitura

Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco e Piauí apostam no ‘combustível do futuro’, somando 17 contratos para a produção de hidrogênio verde

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 03/01/2022 às 10:06
Hub de hidrogênio - Ceará - Nordeste - combustível do futuro
Hidrogênio produzido por eletricidade renovável pode competir em custos com combustíveis fósseis até 2030 – foto: Envato Elements

O hidrogênio verde vem ganhado forças e sendo considerado por muitos o ‘combustível do futuro’. Com 17 projetos assinados, o Nordeste tem potencial para se tornar um dos maiores exportadores da América Latina

Atualmente, o Brasil ainda não produz hidrogênio mas, se os projetos planejados ganharem forma, é possível que o país possa virar um grande protagonista no mercado, com um grande destaque para a região Nordeste. Os primeiros passos para produzir o combustível do futuro já foram dados, principalmente pelo estado do Ceará, que em fevereiro lançou o projeto do HUB de Hidrogênio Verde. Se trata de uma parceria que envolve o Governo do Estado e a Federação das Indústrias do Ceará.

Leia outras notícias relacionadas

Estado no Nordeste assina 12 contratos para a produção de hidrogênio verde

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará já assinou 12 memorandos de entendimento com empresas de vários países, interessadas em erguer fábricas de produção do combustível do futuro.

O hidrogênio é produzido em um processo de submeter a água a uma corrente elétrica. Tal descarga separa as moléculas de hidrogênio e de oxigênio, gerando o gás. Se a eletricidade que é utilizada para converter a água vem de uma fonte renovável, como o vento e o sol, não há emissão de poluentes.

Entre as empresas que assinaram os memorandos, está a australiana Enegix, que visa investir US$ 5,4 bilhões em sua fábrica de combustível do futuro, chamada de Base One, que poderá ser a maior usina de H2V do mundo.

O projeto prevê a produção anual de 600 mil toneladas de CO2. Segundo Maia Junior, secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará, em 15 ou 20 anos, o Nordeste poderá ter um papel essencial no mercado de hidrogênio verde internacional.

Maia Junior destaca o potencial do Nordeste para a geração de energia eólica

As palavras de Maia Junior são baseadas no fato de que o Ceará conta com a única Zona de Processamento de Exportação ativa no país. Além disso, o Nordeste brasileiro tem uma forte incidência de vento constante, com uma velocidade contínua e que não muda muito de direção.

Outro ponto que também contribui com o HUB de combustível do futuro do Ceará é o Porto de Roterdã, maior terminal marítimo europeu, que é dono de 30% do Porto de Pecém.

Devido aos holandeses também estarem criando um projeto semelhante ao do Ceará, o vínculo societário facilitaria a exportação para a Europa do hidrogênio gerado no Ceará.

UFC fecha parceria para o projeto de hidrogênio verde

De acordo com Maia Junior, o estado no Nordeste ainda está atraindo investidores e, para que os projetos ganhem vida, inovação é fundamental. É ai que entra a Universidade Federal do Ceará, que tem criado parcerias com companhias que desejam compor o HUB de combustível do futuro, buscando desenvolvimento tecnológico e a formação de profissionais.

No mês de setembro, a universidade assinou um acordo com a MingYang Smart Energy, fabricante de equipamentos para a geração de energias sustentáveis, como placas fotovoltaicas e turbinas eólicas.

O acordo entre as duas entidades também prevê o intercâmbio entre estudantes e professores da UFC e técnicos da chinesa, gerando um programa de pesquisa conjunto, além de um projeto-piloto offshore no Pecém.

RN assina acordo que prevê a geração de 5 mil vagas de emprego no mercado renovável

O Governo do Rio Grande do Norte assinou, também em setembro, um MOU com a empresa potiguar IER (Internacional Energias Renováveis) para desenvolver um projeto que combinará energia eólica offshore com solar e hidrogênio verde.

De acordo com a governadora Fátima Bezerra, o objetivo do programa é impulsionar estas fontes de energia no estado que, inclusive, pode se tornar o primeiro do Brasil a ter produção eólica no mar. Para a construção do empreendimento, localizado entre os municípios de Pedra Grande e São Bento do Norte, serão investidos R$ 18 bilhões, com geração de cerca de 5 mil empregos.

Bahia, PE e PI apostam no combustível do futuro

O governador da Bahia, Rui Costa, anunciou em novembro que o estado vai começar a produzir energia a partir do hidrogênio verde em janeiro de 2023. A usina será instalada em Camaçari, pelo grupo Unigel.

Segundo Costa, o mundo procura consumir cada vez mais energia de fontes limpas, e a Bahia atua para se destacar neste segmento. Ele destacou ainda que “energia atrai investimento”.

No Piauí, a Casa dos Ventos e a Nexway vão implantar na ZPE (Zona de Processamento de Exportações) de Parnaíba o projeto-piloto de uma planta de amônia para produção de H2V, que será usado como combustível veicular. As empresas estimam a geração de 250 kilowatts de hidrogênio para movimentar 2 ônibus no Piauí.

Já em Pernambuco, a Neoenergia e o Governo de Pernambuco assinaram, em junho de 2021, um MOU para construir uma cooperação para o desenvolvimento de um projeto-piloto de produção de H2V no Porto de Suape.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

Compartilhar em aplicativos