Acordo de leniência foi assinado com a CGU e AGU tendo em vista contratos fraudulentos, mas a Camargo Corrêa terá até 2038 para restituir a verba
A operação lava jato fez mais uma empresa a restituir os cofres públicos por corrupção em contratos fraudulentos. Agora foi a vez da Camargo Corrêa assinar outro acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU).
O acordo foi assinado ontem, quarta-feira (31/07), e prevê mais um pagamento da empreiteira, no valor de 500 milhões de reais.
Com este novo pagamento a Camargo Corrêa atinge agora cerca de 1,4 bilhão de reais devolvidos à União, valores que incluem acertos assinados em 2015 com o MPF e Cade, além de correções monetárias.
Os valores devolvidos serão integralmente destinados à União e às entidades lesadas e segundo a Camargo Corrêa o acordo encerra “uma importante etapa” para o grupo.
A empresa divulgou uma nota a imprensa dizendo o seguinte: “Durante as negociações, a empresa colaborou com informações e provas sobre atos ilícitos cometidos por mais diversas pessoas físicas e jurídicas, de modo que o acordo contribui para a consolidação da segurança jurídica do microssistema de combate à corrupção e de defesa do patrimônio público e da probidade administrativa”.
Composição do valor total
905,9 milhões de reais, ou seja, a maior parte deste valor é referente a enriquecimento ilícito obtido pela empresa em razão de influência em contratos fraudulentos e os outros 330,3 milhões de reais correspondem à restituição de valores pagos a título de propinas.
Esse valor ainda é acrescido de 36,2 milhões de multa administrativa, prevista na Lei Anticorrupção, e 123,6 milhões de multa civil, prevista na Lei de Improbidade Administrativa.