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Brasileiros desenvolvem fertilizante com casca de ovo melhor que o comercial para usar nas lavouras e agronegócio, sendo uma alternativa sustentável, econômica e nutritiva para o milho, a soja e outras plantas

Escrito por Sabrina Moreira Paes
Publicado em 30/06/2022 às 23:41
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Criação da UFPR promete trazer melhores resultados às plantações de milho e soja no Brasil todo | Foto: Steven Weirather

Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) conseguiram criar um fertilizante inédito visando reutilizar a casca de ovo, geralmente descartada

Novamente, a pesquisa brasileira se destaca! O Laboratório de Química de Materiais Avançados (Laqma), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), anunciou que suas pesquisas para criação de um novo fertilizante tiveram resultados excelentes usando casca de ovo. Além de ser mais sustentável, o fertilizante promete ser mais econômico e nutritivo para as plantas, como milho e soja, não oferecendo risco de toxicidade ao ser humano, e promete ajudar o agronegócio mantendo as lavouras saudáveis.

Estima-se que sejam descartadas cerca de 6 milhões de cascas de ovo por ano no mundo, o que é um grande desperdício. Os pesquisadores realizaram uma série de testes e estudos e comprovaram que o novo fertilizante é tão eficaz quanto e chega a ser superior a marcas que já são usadas nas lavouras hoje em dia. Saiba mais sobre essa invenção nacional!

Entenda como a casca de ovo pode ajudar no crescimento das plantas com o vídeo abaixo

Compostos presentes na casca do ovo, geralmente descartada, são alternativa natural e econômica para as plantas | Reprodução — YouTube: Cultivando

Fertilizante da UFPR usa técnica inédita de moagem mecanoquímica para reaproveitar a casca do ovo

A técnica para produzir o fertilizante é inédita e utiliza um processo de moagem mecanoquímico, no qual os materiais são moídos e promovem uma reação entre si a partir dos compostos gerados por meio da fricção e energia do movimento. Os moinhos são compostos de esferas de alta energia, com fosfatos de potássio que vão promover as reações químicas com a movimentação para produzir o fertilizante.

A quebra do fosfato de cálcio com os componentes da casca do ovo consegue fornecer fósforo, potássio e cálcio ao solo, estimulando o crescimento da planta de modo sustentável e econômico. Isso pode beneficiar as lavouras de milho, soja e outras do agronegócio de uma forma nunca vista.

“O principal constituinte do amianto é o carbonato de cálcio (CaCO3), que por sua vez também é o principal constituinte das cascas de ovos. Então, pensamos que, por apresentar composição química parecida, as cascas de ovos também poderiam ser aproveitadas para produção de fertilizantes ecológicos inteligentes. Ou seja, fertilizantes que sejam produzidos a partir de resíduos ou rejeitos e apresentem maior eficácia agronômica quando comparados com fertilizantes convencionais”.

Roger Borges, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e autor do projeto

Processo criado pelo pesquisador dispensa o uso de etapas para criação do fertilizante, economizando água e evitando resíduos indesejáveis

O pesquisador responsável pelo estudo aponta que o método usado é sustentável não só pelo uso da casca de ovo para reaproveitamento, mas também porque o processo economiza água e evita formação de resíduos indesejáveis ao final do processo. Ele explica que o processo de moagem diferenciado não emprega água, tornando a produção mais rápida e econômica.

Além disso, tudo que é produzido durante a reação química é natural e não tóxico ao ser humano ou às plantas, evitando assim a necessidade de purificação. Dessa forma, um ciclo de reaproveitamento se fecha, usando subprodutos de grandes empresas descartados, para produzir um novo composto aplicado em lavouras e no agronegócio. Isso tudo sem prejudicar o meio ambiente na produção, tornando-o mais sustentável.

O novo produto é menos solúvel em água, o que o torna ainda mais eficiente

Além de todas as vantagens que já citamos, o produto também é menos solúvel em água. Isso porque, durante as chuvas, o fertilizante não tende a se dissolver e ser levado pela água, permanecendo no local de ação. Dessa forma, a liberação é controlada e constante, evitando a reposição por longos períodos.

Os fertilizantes convencionais, quando são levados pelas chuvas, podem parar nos rios e estimular o crescimento de algas em excesso, criando um quadro conhecido como eutrofização, em que a água se torna turva. Esse novo modelo de fertilizante não tem essa capacidade de escoamento e evita esse dano secundário à natureza.

Para saber mais, leia o artigo na íntegra clicando aqui.

Sabrina Moreira Paes

Moradora da Grande São Paulo, 25 anos, formada pela UFPR com MBA em marketing pela USP. Possui mestrado pela Unicamp e doutorado em andamento na USP. Profissional de marketing, Copy, SEO e Ghost Writer certificada pelas Universidades de Stanford, California, Northwestern e Toronto. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos.

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