Somando os dados do CEO da Evolua Energia junto ao leilão de energia renovável que a ANEEL planeja realizar em junho, a estimativa é que os investimentos privados cheguem a R$ 11,1 bilhões em energia solar
As instalações para geração de energia solar fotovoltaica registraram um avanço significativo nos últimos anos com o aumento de incentivos e o número de empresas apostando no setor. Por conta disso, no ano passado, o país conseguiu entrar no grupo das 15 nações com maior capacidade instalada de energia solar no mundo, sendo o único da América Latina no ranking mundial. Hoje, são mais de 13 GW instalados, o que equivale a mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo e líder em geração de energia na América Latina.
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Atualmente a energia solar é uma das indústrias mais promissoras no Brasil. Em 2020, o setor obteve um crescimento de 70%, enquanto no ano passado o salto foi de 64%, segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Ainda de acordo com a entidade, no acumulado desde 2012, essa fonte de energia já trouxe ao Brasil mais de R$ 66,3 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 390 mil empregos. Com isso, evitou a emissão de 17,5 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.
A chegada de novos investimentos no mercado de energia renovável brasileiro atrai novos consumidores
Neste ano, as expectativas são de que os investimentos na área expandam ainda mais. Isso é muito benéfico porque pode garantir uma segurança energética maior ao país nos próximos anos. Projeções da Absolar apontam que, somente em 2022, a fonte solar fotovoltaica deverá gerar mais de 357 mil novos empregos no Brasil, uma vez que os novos investimentos privados no setor poderão ultrapassar a cifra de R$ 50,8 bilhões, somando os segmentos de geração distribuída e geração centralizada. Já no âmbito mundial, a tendência é de que a fotovoltaica se torne a principal fonte de energia em até 20 anos, segundo estudos e análises da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável).
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Voltando ao cenário nacional, por conta da continuidade da crise hídrica ao longo do 1º semestre do ano, o setor de energia continuará pressionado em razão dos custos adicionais em relação à utilização de fontes de energia mais caras, principalmente em usinas térmicas. Além disso, há a expectativa de aumento da tarifa de energia por conta da aceleração da inflação nos últimos meses. Outra questão que irá impactar o segmento é o início do pagamento da conta Covid-19, que as distribuidoras de energia fizeram ao longo do ano de 2020, no período mais intenso da pandemia.
Todos estes pontos devem contribuir para o maior investimento das empresas em fontes fotovoltaicas, que foram ainda mais impulsionadas com a aprovação do novo marco legal pela PL 5.829/19 e pelos compromissos firmados pelos países, governos e empresas na busca pela redução de carbono, tracionada principalmente pelo NetZero 2050.
Inovação: Energia solar por assinatura deve se popularizar nos próximos anos
Na linha de inovação, é esperado também que a energia por assinatura se intensifique ao longo de 2022, principalmente em Minas Gerais, estado líder da fonte fotovoltaica no país, com 17,5% da potência instalada. No geral, as condições do Brasil para geração de energia solar são extremamente favoráveis. Estima-se que até as piores áreas do país são muito superiores às melhores áreas em países europeus.
Certamente, esse ano será muito importante para a energia solar no Brasil, levando em conta todo o cenário elétrico atual, a legislação favorável e a atenção cada vez maior da população e das empresas em pautas de ESG. Hoje, é notório que a intensificação do uso de energias renováveis não é apenas uma ação de conscientização socioambiental, mas também uma forma de gerar novas oportunidades de emprego e negócios.
OBS: O conteúdo publicado foi escrito por Tarcísio Neves, CEO da Evolua Energia, uma das principais empresas líderes em transformação energética no Brasil, especializada em geração distribuída compartilhada. O conteúdo foi recebido pela Marcela Borges, da PR Especialist.