1. Início
  2. / Economia
  3. / Banco Central prepara mudança histórica no crédito imobiliário: novo modelo de financiamento da casa própria começa a ser testado em 2026 e promete juros mais baixos em 2027
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

Banco Central prepara mudança histórica no crédito imobiliário: novo modelo de financiamento da casa própria começa a ser testado em 2026 e promete juros mais baixos em 2027

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 18/09/2025 às 10:57
Banco Central prepara mudança histórica no crédito imobiliário: novo modelo de financiamento da casa própria começa a ser testado em 2026 e promete juros mais baixos em 2027
Foto: Banco Central prepara mudança histórica no crédito imobiliário: novo modelo de financiamento da casa própria começa a ser testado em 2026 e promete juros mais baixos em 2027
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Banco Central prepara novo modelo de crédito imobiliário para 2026 usando recursos da poupança. Medida pode reduzir juros e facilitar compra da casa própria.

No Brasil, a casa própria sempre foi um dos maiores sonhos da população. Mas, ao mesmo tempo, conquistar esse objetivo é também um dos maiores desafios. As taxas de juros elevadas, a burocracia e o custo total do financiamento tornam a compra de um imóvel uma realidade distante para milhões de famílias. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), apenas em 2024 o mercado imobiliário movimentou mais de R$ 250 bilhões em financiamentos, a maior parte lastreada pela poupança. Mas, mesmo com esses números robustos, a taxa de acesso ainda é restrita.

É nesse cenário que surge a proposta do Banco Central (BC): criar um novo modelo de crédito imobiliário, usando de forma diferente os recursos da poupança, para ampliar o financiamento habitacional com juros mais baixos.

Como funciona hoje o crédito imobiliário

Atualmente, os financiamentos habitacionais no Brasil têm duas principais fontes de recursos:

  • Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE): usa o dinheiro que os brasileiros aplicam na caderneta de poupança.
  • FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço): voltado principalmente para programas habitacionais populares, como o Minha Casa, Minha Vida.

Por lei, 65% dos depósitos da poupança precisam ser destinados ao crédito imobiliário. O restante fica em compulsórios (reservas obrigatórias) ou é usado livremente pelos bancos.

YouTube Video

O novo modelo em discussão pretende mexer nessa lógica, liberando parte dos compulsórios para serem aplicados em financiamentos habitacionais com taxas reduzidas.

O que o Banco Central está propondo

Segundo informações do setor, o Banco Central pretende lançar, em 2026, um período de testes com o novo formato de financiamento. A ideia é simples:

  • Usar os recursos que hoje ficam retidos (compulsórios da poupança).
  • Canalizar esse dinheiro para crédito imobiliário, aumentando a oferta de financiamentos.
  • Reduzir os juros, já que os bancos terão mais liquidez e menos custo de captação.
  • Ampliar o acesso de famílias à casa própria, especialmente da classe média, que muitas vezes fica fora dos programas sociais e não consegue arcar com os juros atuais.

A previsão, de acordo com entidades do setor, é que a implantação total ocorra em 2027, caso os testes de 2026 mostrem resultados positivos.

Juros mais baixos: promessa que pode mudar vidas

Um dos pontos mais aguardados é a possibilidade de redução das taxas de juros. Hoje, os financiamentos habitacionais no Brasil giram em torno de 9% a 12% ao ano, dependendo do perfil do cliente e do banco.

Com o novo modelo, há expectativa de que essa taxa caia significativamente, tornando a prestação mensal mais acessível.

Exemplo prático:

  • Um imóvel de R$ 300 mil, financiado em 30 anos a 10% ao ano, gera uma prestação inicial de cerca de R$ 2.600.
  • Se a taxa cair para 7% ao ano, a prestação cairia para algo em torno de R$ 2.000.

Essa diferença de R$ 600 por mês pode ser decisiva para milhões de famílias que hoje não conseguem assumir o compromisso.

O impacto esperado no mercado imobiliário

O mercado imobiliário vê a proposta com otimismo, mas também com cautela. Construtoras e incorporadoras acreditam que a medida pode aumentar a demanda por imóveis, destravar estoques e aquecer lançamentos.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) avalia que o efeito pode ser semelhante ao que ocorreu em 2009, quando mudanças no crédito habitacional impulsionaram uma onda de crescimento no setor.

Por outro lado, especialistas alertam para o risco de desequilíbrios. Usar recursos da poupança de forma diferente pode afetar a remuneração dos bancos e exigir ajustes regulatórios para evitar distorções no sistema financeiro.

Desafios do novo modelo

Apesar do entusiasmo, o projeto enfrenta desafios importantes:

  • Definição da parcela dos compulsórios liberados: será 1%, 2% ou mais?
  • Garantir sustentabilidade: evitar que a ampliação do crédito leve ao aumento da inadimplência.
  • Regulação transparente: o Banco Central terá de criar normas claras para que os bancos não usem os recursos de forma especulativa.
  • Compatibilidade com a poupança: como os depósitos da poupança têm liquidez diária, será preciso garantir que os bancos consigam honrar saques mesmo usando parte dos recursos em financiamentos de longo prazo.

O que dizem os especialistas

  • Instituições financeiras: defendem cautela, mas veem espaço para maior eficiência no uso da poupança.
  • Construtoras: comemoram a possibilidade de ampliar o crédito, o que deve beneficiar diretamente o setor.
  • Economistas independentes: apontam que a medida pode ser positiva, desde que acompanhada de mecanismos para evitar bolhas imobiliárias.

O impacto social: acesso à moradia

O déficit habitacional brasileiro ainda é enorme: mais de 5,8 milhões de famílias vivem sem casa própria, segundo dados da Fundação João Pinheiro.

Se o novo modelo realmente reduzir juros e ampliar o crédito, pode se tornar um divisor de águas, permitindo que famílias de baixa e média renda finalmente realizem o sonho da casa própria.

Mais do que um movimento financeiro, a proposta tem potencial de transformar vidas e cidades, estimulando investimentos, geração de empregos e desenvolvimento urbano.

O crédito imobiliário prestes a entrar em uma nova era

O projeto do Banco Central ainda está em fase de estudo e testes, mas já movimenta o mercado e a expectativa de milhões de brasileiros.

Se der certo, a partir de 2027 o país pode ter um modelo de financiamento habitacional mais acessível, com juros menores, prazos melhores e mais famílias conquistando a casa própria.

Trata-se de uma mudança histórica, que pode redefinir o futuro do crédito imobiliário no Brasil e transformar o sonho da moradia em realidade para milhões.

Aplicativo CPG Click Petroleo e Gas
Menos Anúncios, interação com usuários, Noticias/Vagas Personalizadas, Sorteios e muitos mais!
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
Baixar aplicativo para Android
Baixar aplicativo
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x