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Bahia não aceita proposta e estado vai perder MAIS de 2 MIL KM de ferrovias

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 25/10/2024 às 19:53
Bahia pode perder 2 mil km de ferrovias devido a impasses na concessão com a VLI. Governo e especialistas cobram modernização urgente.
Bahia pode perder 2 mil km de ferrovias devido a impasses na concessão com a VLI. Governo e especialistas cobram modernização urgente.

Bahia corre o risco de perder 2 mil km de ferrovias pela falta de renovação da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), operada pela VLI. A audiência pública revelou descontentamento com o abandono e falta de investimentos no trecho.

Governo e empresários cobram modernização e avaliam alternativas para salvar a infraestrutura ferroviária e evitar prejuízos econômicos.

A situação da malha ferroviária baiana chegou ao limite.

Com uma concessão prestes a expirar e um impasse entre a concessionária VLI e o governo da Bahia, o estado está na iminência de perder 2 mil quilômetros de ferrovias.

Enquanto isso, o futuro da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), vital para o transporte e escoamento de mercadorias, permanece em suspenso, gerando intensos debates públicos e uma forte oposição de diversos setores baianos.

A audiência pública realizada em Salvador revelou a insatisfação generalizada dos baianos quanto ao desempenho da VLI, responsável pela concessão da FCA.

Empresários, políticos e especialistas expressaram seu descontentamento, destacando o descaso com que a VLI trata os trechos ferroviários que cortam a Bahia.

Segundo as opiniões unânimes, a renovação, sem mudanças substanciais, premiaria a concessionária, apesar de seu histórico de abandono e de falta de investimento na infraestrutura ferroviária local.

Desafios e demandas para a modernização

A Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) também se pronunciou, enfatizando a necessidade de incluir um projeto de modernização do corredor ferroviário entre Minas Gerais e Bahia.

A VLI, no entanto, alega que o trecho não possui carga suficiente para justificar novos investimentos.

Esse argumento foi contestado durante a audiência, onde diversas empresas relataram que poderiam utilizar a ferrovia, mas hesitam devido à instabilidade no processo de renovação, que já se arrasta desde 2015.

Estudos da Fundação Dom Cabral mostram que a carga potencial no trecho poderia torná-lo economicamente viável, desmentindo a justificativa da VLI.

Segundo o jornal Valor Econômico, quatro alternativas estão sendo consideradas para a operação da ferrovia:

  • Manter a VLI como operadora, seguindo o formato atual;
  • Manter a VLI com um formato operacional modificado;
  • Licitar o trecho para uma nova empresa;
  • Realizar um chamamento público para atrair novos operadores.

Apesar dessas opções, a VLI, controlada pela Brookfield e pela Vale, continua resistente.

A empresa declarou que a modernização dos trechos baianos custaria R$ 25 bilhões, valor que analistas consideram superestimado.

De acordo com estimativas independentes, modernizar os 795 km do trecho entre Corinto (MG) e Campo Formoso (BA), incluindo a troca para bitola larga, custaria em torno de R$ 6 bilhões, um valor mais realista.

Posições de autoridades e especialistas baianos

O economista e ex-secretário de planejamento da Bahia, Armando Avena, defende que a VLI deve se responsabilizar pela modernização e operação do trecho Corinto-Campo Formoso.

Para ele, uma nova licitação causaria atrasos significativos, além de retirar a Bahia do mapa ferroviário em desenvolvimento para o eixo Nordeste-Sudeste.

Ele sugere que a continuidade da VLI com uma renovação contratual obrigando melhorias no trecho baiano seria a solução mais prática e benéfica para o estado.

Antônio Carlos Tramm, ex-presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e responsável pela contratação do estudo da Fundação Dom Cabral, reforçou as críticas.

Tramm afirmou que a VLI é responsável pelo desgaste da malha ferroviária baiana e sugeriu uma compensação ao governo do estado de cerca de R$ 10 bilhões, valor que poderia financiar uma Parceria Público-Privada (PPP) para o início da construção de uma nova ferrovia.

Governo baiano e impactos econômicos

A posição do governo da Bahia também é clara.

Durante a audiência pública, o secretário da Casa Civil do governo de Jerônimo Rodrigues, Afonso Florence, destacou os danos econômicos e sociais causados pelo mau gerenciamento da VLI no corredor ferroviário Minas-Bahia.

Florence enfatizou que investimentos na infraestrutura ferroviária baiana são urgentes e devem ser uma condição para a renovação da concessão.

Para o secretário, a atualização e requalificação da malha ferroviária são medidas imprescindíveis para compensar os prejuízos econômicos que o estado tem sofrido com o abandono do transporte ferroviário.

Florence acredita que a Bahia não pode aceitar um novo contrato sem garantias robustas de que o trecho será modernizado e ampliado para atender às demandas logísticas e econômicas da região.

O futuro da ferrovia: entre resistência e negociação

A VLI permanece firme em seu posicionamento, e a tensão entre a empresa e o governo baiano aumenta conforme se aproxima o fim do prazo para a decisão sobre a concessão.

Os próximos passos definirão o futuro de uma importante malha ferroviária que conecta estados e impulsiona economias locais.

Se a concessão não for renovada ou se o governo da Bahia não conseguir um acordo vantajoso, o estado pode perder uma infraestrutura vital que conecta o Nordeste ao Sudeste do país, com impactos profundos no transporte de cargas e no desenvolvimento econômico.

E você, acredita que o estado deve buscar novos parceiros para modernizar sua malha ferroviária? Será que a VLI é capaz de transformar a ferrovia baiana? Deixe sua opinião nos comentários.

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Edimar Mota da Silva
Edimar Mota da Silva
26/10/2024 02:35

Vli igual ou pior que a via bahia

Jose Milton Ferreira
Jose Milton Ferreira
26/10/2024 03:42

É visível o descaso e o propósito funesto da VLI com a malha ferroviária baiana. Está claroa a intenção de mater o estado de joelhos em nome de lucros exorbitantes somente no trecho que lhe interessa. A intenção pura e sumples é isolar o estado do SE e do próprio NÉ, vez que o ramal Alagoinhas-Propria fica extinto. Espero que o governo se mantenha firme e cobre os 10 bilhões de reais da multa e com esse recurso tome a iniciativa de renovar toda a nossa malha. E nunca mais volte a cometer o mesmo erro

Eduardo
Eduardo
26/10/2024 05:25

Viajei nesse trecho da Bahia Minas na época da Leste Brasileira até M. Azul. De lá era o trecho mineiro.Hoje essa malha ferroviária se encontra totalmente desgastada. Realmente os investimentos são altos para torna-la viável.
É preciso analisar os custos. O interessante seria uma negociação com a própria FCA. Outra concessão deverá ficar mais cara.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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