Bahia corre o risco de perder 2 mil km de ferrovias pela falta de renovação da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), operada pela VLI. A audiência pública revelou descontentamento com o abandono e falta de investimentos no trecho.
Governo e empresários cobram modernização e avaliam alternativas para salvar a infraestrutura ferroviária e evitar prejuízos econômicos.
A situação da malha ferroviária baiana chegou ao limite.
Com uma concessão prestes a expirar e um impasse entre a concessionária VLI e o governo da Bahia, o estado está na iminência de perder 2 mil quilômetros de ferrovias.
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Enquanto isso, o futuro da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), vital para o transporte e escoamento de mercadorias, permanece em suspenso, gerando intensos debates públicos e uma forte oposição de diversos setores baianos.
A audiência pública realizada em Salvador revelou a insatisfação generalizada dos baianos quanto ao desempenho da VLI, responsável pela concessão da FCA.
Empresários, políticos e especialistas expressaram seu descontentamento, destacando o descaso com que a VLI trata os trechos ferroviários que cortam a Bahia.
Segundo as opiniões unânimes, a renovação, sem mudanças substanciais, premiaria a concessionária, apesar de seu histórico de abandono e de falta de investimento na infraestrutura ferroviária local.
Desafios e demandas para a modernização
A Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) também se pronunciou, enfatizando a necessidade de incluir um projeto de modernização do corredor ferroviário entre Minas Gerais e Bahia.
A VLI, no entanto, alega que o trecho não possui carga suficiente para justificar novos investimentos.
Esse argumento foi contestado durante a audiência, onde diversas empresas relataram que poderiam utilizar a ferrovia, mas hesitam devido à instabilidade no processo de renovação, que já se arrasta desde 2015.
Estudos da Fundação Dom Cabral mostram que a carga potencial no trecho poderia torná-lo economicamente viável, desmentindo a justificativa da VLI.
Segundo o jornal Valor Econômico, quatro alternativas estão sendo consideradas para a operação da ferrovia:
- Manter a VLI como operadora, seguindo o formato atual;
- Manter a VLI com um formato operacional modificado;
- Licitar o trecho para uma nova empresa;
- Realizar um chamamento público para atrair novos operadores.
Apesar dessas opções, a VLI, controlada pela Brookfield e pela Vale, continua resistente.
A empresa declarou que a modernização dos trechos baianos custaria R$ 25 bilhões, valor que analistas consideram superestimado.
De acordo com estimativas independentes, modernizar os 795 km do trecho entre Corinto (MG) e Campo Formoso (BA), incluindo a troca para bitola larga, custaria em torno de R$ 6 bilhões, um valor mais realista.
Posições de autoridades e especialistas baianos
O economista e ex-secretário de planejamento da Bahia, Armando Avena, defende que a VLI deve se responsabilizar pela modernização e operação do trecho Corinto-Campo Formoso.
Para ele, uma nova licitação causaria atrasos significativos, além de retirar a Bahia do mapa ferroviário em desenvolvimento para o eixo Nordeste-Sudeste.
Ele sugere que a continuidade da VLI com uma renovação contratual obrigando melhorias no trecho baiano seria a solução mais prática e benéfica para o estado.
Antônio Carlos Tramm, ex-presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e responsável pela contratação do estudo da Fundação Dom Cabral, reforçou as críticas.
Tramm afirmou que a VLI é responsável pelo desgaste da malha ferroviária baiana e sugeriu uma compensação ao governo do estado de cerca de R$ 10 bilhões, valor que poderia financiar uma Parceria Público-Privada (PPP) para o início da construção de uma nova ferrovia.
Governo baiano e impactos econômicos
A posição do governo da Bahia também é clara.
Durante a audiência pública, o secretário da Casa Civil do governo de Jerônimo Rodrigues, Afonso Florence, destacou os danos econômicos e sociais causados pelo mau gerenciamento da VLI no corredor ferroviário Minas-Bahia.
Florence enfatizou que investimentos na infraestrutura ferroviária baiana são urgentes e devem ser uma condição para a renovação da concessão.
Para o secretário, a atualização e requalificação da malha ferroviária são medidas imprescindíveis para compensar os prejuízos econômicos que o estado tem sofrido com o abandono do transporte ferroviário.
Florence acredita que a Bahia não pode aceitar um novo contrato sem garantias robustas de que o trecho será modernizado e ampliado para atender às demandas logísticas e econômicas da região.
O futuro da ferrovia: entre resistência e negociação
A VLI permanece firme em seu posicionamento, e a tensão entre a empresa e o governo baiano aumenta conforme se aproxima o fim do prazo para a decisão sobre a concessão.
Os próximos passos definirão o futuro de uma importante malha ferroviária que conecta estados e impulsiona economias locais.
Se a concessão não for renovada ou se o governo da Bahia não conseguir um acordo vantajoso, o estado pode perder uma infraestrutura vital que conecta o Nordeste ao Sudeste do país, com impactos profundos no transporte de cargas e no desenvolvimento econômico.
E você, acredita que o estado deve buscar novos parceiros para modernizar sua malha ferroviária? Será que a VLI é capaz de transformar a ferrovia baiana? Deixe sua opinião nos comentários.
Eu acho que deve ter um intervenção do governo federal e estadual porque ao tempo a nossa ferrovia bahiana vem sofrendo um grande descaso é mais fácil abrir uma ferrovia ou investir ne uma base que já tá pronta
Tira a VLI e vai ficar sem ferrovia ninguém quer lidar com o trexo, mão de obra complicada e sem garantia de utilização da via e impostos complicado desgoverno do PT ninguém merece
Para de fala ****.
Bolsonaro, ficou quatro anos, o que ele fez, a respeito da ferrovia.
Penso que o Estado não deve se curvar aos caprichos da VLI. E se não houve investimentos ao longo dos anos da concessão a culpa cabe ao Estado que falhou quer nos detalhes da concessão quer na fiscalização do cumprimento do contrato.
Um novo chamamento público PMI só vale se houver demanda atualmente futura que seja atrativo.
Penso que o Estado deva avaliar bem entrategicamente e não ceder!