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Argentina irá recorrer à Lula para salvar a Vaca Muerta? Projeto pode ser enterrado após falta de credibilidade internacional do país e baixos recursos para exploração de xisto

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 03/01/2023 às 09:54
O projeto Vaca Muerta, empreendimento de exploração de xisto, poderia ser um dos mais importantes para a economia do país, mas deve ser enterrado por falta de verba. A Argentina perdeu a credibilidade internacional e busca agora investimentos para a exploração do gás de xisto.
Fonte: BR Visa

O projeto Vaca Muerta, empreendimento de exploração de xisto, poderia ser um dos mais importantes para a economia do país, mas deve ser enterrado por falta de verba. A Argentina perdeu a credibilidade internacional e busca agora investimentos para a exploração do gás de xisto.

Mesmo com grande potencial de se tornar um player mundial na exploração de gás de xisto, a Argentina arrisca enterrar um de seus projetos no ramo, a Vaca Muerta. O governo do país está correndo para viabilizar a construção de um gasoduto que poderia impulsionar o empreendimento, mas não possui credibilidade internacional para conseguir investimentos. Agora, o Governo Lula e um possível crédito para a construção da estrutura podem ser a salvação do projeto.

Acordo com o Brasil para crédito pode salvar o projeto Vaca Muerta, mas pode ser um tiro no pé da economia brasileira

Em meio a uma crise de credibilidade política devido às inconstâncias em seu governo, a Argentina necessita fortemente de uma aliança benéfica para salvar um de seus maiores projetos no ramo dos combustíveis.

A Vaca Muerta, localizada no sul do país, arrisca ser enterrada caso não haja um investimento necessário para a continuidade da exploração de xisto.

O país latino-americano está em busca de novas parcerias para viabilizar a construção de um gasoduto para a movimentação do gás, mas não consegue crédito com nenhum país, devido ao medo de calote.

A declaração da Secretária de Energia argentina, Flávia Royon, antecipando o que seria um acordo entre Lula e o Presidente Alberto Fernandes, para liberação de US$ 689 bilhões do BNDES para a construção de um gasoduto até Buenos Aires, pode ter enterrado de vez o projeto.

O Governo Lula então poderia realizar uma forte ajuda e aplicar investimentos para a salvação do projeto Vaca Muerta, mas estaria dando um tiro no próprio pé, visto que o risco de calote por parte da Argentina é bastante alto no momento.

Dessa forma, o Congresso Nacional estaria de olho nas decisões que podem ser tomadas apenas para beneficiar o governo do país vizinho, sem pensar nas consequências para a economia nacional.

Argentina corre risco de ficar sem gasoduto para projeto de exploração de xisto, mesmo com grande potencial da Vaca Muerta no mercad internacional 

A crescente produção de xisto da Argentina em Vaca Muerta, uma formação que rivaliza com a Bacia Permiana dos Estados Unidos, corre o risco de ficar sem gasoduto.

O projeto de exploração de gás é um dos mais promissores em todo o mercado global, e a Argentina corre agora em busca de viabilizar a construção do gasoduto para levá-lo adiante.

A formação, no sul da Patagônia argentina, tem o tamanho da Bélgica. Possui a segunda maior reserva de gás de xisto do mundo e o quarto maior depósito de óleo de xisto.

Dessa forma, ela possui potencial de se tornar uma das maiores fontes de fornecimento de gás de xisto em todo o mundo, beneficiando fortemente a economia e o desenvolvimento social no país.

Apesar disso, a baixa credibilidade da Argentina no mercado internacional agora causa fortes problemas para a continuidade do projeto.

No terreno, na cidade-chave de xisto de Vaca Muerta, em Anelo, os sinais de tensão são claros. As estradas de cascalho vermelho permanecem não pavimentadas e muitas casas não estão conectadas ao esgoto e à água.

O governo está tentando viabilizar um projeto de lei de GNL que possa atrair investimentos para o país, mas ainda não está com nada concretizado.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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