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Após Sony, Ford, LG e Mercedes-Benz saírem do país, a maior fabricante de cimento do mundo vai encerrar produção e deixar o Brasil

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 23/04/2021 às 09:55
Atualizado em 30/04/2021 às 07:15
Ford - LafargeHolcim - Sony - Bosch - cimento - produção - emprego - vagas
Fábrica de cimento LafargeHolcim no Brasil / Fonte: Reprodução Google

A saída da gigante do cimento LafargeHolcim do país se soma à de outras multinacionais, como Sony , Ford , LG e Mercedes-Benz, que também anunciaram desinvestimentos no Brasil

Após as multinacionais Sony, Ford, LG e Mercedes-Benz anunciarem desinvestimento no país, a gigante multinacional do cimento LafargeHolcim comunicou à filial brasileira, no início desta semana, que vai vender suas operações no Brasil. Caso seja concretizado, o negócio provocará uma mudança grande no setor, já que a LafargeHolcim é a terceira maior produtora do País, atrás de Votorantim e Intercement, em termos de capacidade instalada, segundo dados de 2017.

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O banco Itaú BBA foi contratado para conduzir o processo de venda. A transação poderia chegar a US$ 1,5 bilhão (o equivalente a R$ 8,35 bilhões), de acordo com executivos ouvidos pela agência.

Maior empresa de cimentos, a LafargeHolcim está presente em nove estados nas regiões Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), Nordeste (Bahia, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte) e Centro-Oeste (Goiás). Segundo o site da empresa, são dez plantas industriais, 1.400 funcionários no país e 90 mil no mundo.

O movimento faz parte de ação da LafargeHolcim de vender ativos para diminuir sua dívida. Desde 2018, por exemplo, a empresa vendeu uma série de ativos seus fora da Europa, como os localizados em Indonésia e Malásia.

Outras multinacionais também anunciaram deixar o Brasil

Se concretizada, a saída se soma ao movimento de outras multinacionais de diversos setores, como Sony, Ford, LG e Mercedes-Benz , que anunciaram desinvestimentos no Brasil, nos últimos meses, em meio à crise econômica no país.

A saída do grupo junto com Sony, Ford, LG e Mercedes-Benz acontecerá apesar de o mercado de construção civil viver um momento positivo no Brasil. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), a produção do material teve alta de 19% de janeiro a março de 2021, para 15,3 milhões de toneladas, na comparação com igual período do ano anterior. No pré-pandemia, a produção havia sido prejudicada por um período de fortes chuvas. Em março, a alta foi de 34,6% ante 2020, para 5,5 milhões de toneladas.

Concessões de infraestrutura podem ajudar a acelerar o consumo de cimento

O mais recente relatório do SNIC afirma que, apesar de haver algumas boas notícias no horizonte – como as concessões de infraestrutura, que ajudam a acelerar o consumo de cimento -, também há sinais negativos para a economia, como a distribuição de um auxílio emergencial mais “magro” e uma taxa de desemprego elevada, acima de 14%. As vendas de imóveis, porém, continuam fortes, impulsionadas pela taxa básica de juros de um dígito.

“Não dá para apostar no crescimento de longo prazo do Brasil. As empresas não têm tempo a perder, vão privilegiar locais com crescimento mais forte. O Brasil está atrasado no processo de reformas e infraestrutura. As concessões têm acontecido com muito pouco crescimento de construção, de aeroportos prontos, sem um empuxo mais significativo para construção pesada. Brasil empobreceu e ficou caro”, diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Em um movimento contrário aos da Sony, Ford, LG e Mercedes-Benz, a multinacional fabricante de autopeças Bosch decidiu trazer sua produção dos EUA para o Brasil

A multinacional alemã fabricante de autopeças, Bosch, foi contra o movimento da Sony, Ford, LG e Mercedes-Benz, que decidiram retirar investimentos e produções no Brasil, e trouxe para o país a produção de injetores e bicos de injetores para caminhões, que eram produzidos em suas fábricas nos Estados Unidos, ampliando, assim, a divisão de sistemas de injeção diesel em sua fábrica de Curitiba.

Além disso, a intenção da multinacional alemã é abastecer não só o mercado interno, mas também exportar uma grande quantia – que pode chegar a até metade da produção.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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