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Alta na cotação de minerais essenciais para a fabricação de carros elétricos, a exemplo do níquel, trazem grandes oportunidades para o Brasil

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 20/04/2022 às 11:11
carros elétricos, mineral, níquel
Foto: Reprodução Google Imagens/ TecMundo

Com o aumento da procura de carros elétricos, elevou-se o preço do níquel, cobre, e cobalto, minerais utilizados na fabricação das baterias

Recentemente o dono da Tesla, Elon Musk, demonstrou interesse em entrar para o ramo da mineração, particularmente para a extração de lítio, a fim de manter o fluxo do mineral necessário na fabricação das baterias de carros elétricos. Segundo o empresário, a cotação do mineral está fora de controle e, desta forma, a empresa teria que entrar na mineração e no refino deste metal. Ele completou dizendo que o lítio está em quase todas as partes do planeta, sendo assim, o problema está no ritmo de extração e refino do mineral, que é muito lento. Outros minerais utilizados na fabricação de baterias são o níquel, cobalto e cobre.

Crescimento do mercado de carros elétricos

A preocupação do empresário envolve um dos minerais essenciais para a fabricação dos carros elétricos. O mesmo ocorre com o níquel, o cobre e o cobalto, que também são minerais fundamentais na produção dos carros elétricos. Elon Musk aposta que a compra de carros elétricos se expandirá exponencialmente nos próximos anos. Devido a isso, o empresário inaugurou duas novas fábricas da Tesla, sendo uma em Berlim para atender ao mercado europeu e uma em Austin, município do Texas, para abastecer aos Estados Unidos. As fábricas chamadas pelo proprietário de “gigafábricas” são do tamanho de 100 campos de futebol e a capacidade de dobrar a produção da empresa.

A Tesla não está sozinha na exploração desse novo mercado: a Volkswagen anunciou que vários carros elétricos da empresa estão esgotados até o ano que vem. Em 2021, as vendas de veículos elétricos pela Volkswagen dobraram. Além disso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden almeja que até 2030, metade da frota de veículos do país seja composta por carros elétricos.

Esses planos justificam a preocupação em relação aos minerais utilizados na fabricação de baterias de carros elétricos. O lítio, metal que possui mais de 80% de sua destinação para a fabricação das baterias, é negociado hoje por cerca de US$ 80.000 por tonelada, o que significa um aumento de mais de 400% no preço em um ano. O níquel, cobre e cobalto também seguem em alta, que foi acentuado com o aumento do preço do petróleo e decorrência ao conflito russo com a Ucrânia.

Oportunidades para o Brasil

Essa alta traz oportunidades para o Brasil, já que o país possui reservas e já explorou estes minerais em algum momento. O Brasil possui a terceira maior reserva de níquel do mundo, estando atrás apenas da Indonésia e da Austrália. Atualmente, o país possui índices de extração modestos, e boa parte da extração do mineral hoje ocorre em um município de Goiás, chamado de Niquelândia, onde também existem jazidas de cobalto.

A Vale, maior mineradora do país, também é produtora de níquel e cobalto nas minas pertencentes à sua subsidiária no Canadá, além de cobre no Pará. Atualmente, cerca de 5% do níquel de alta pureza produzido pela mineradora é utilizado da fabricação de baterias de carros elétricos, mas a meta é de aumentar essa participação para 30% a 40%. A Tesla fechou um acordo de cláusulas secretas com a Vale.

De acordo com o analista de mineração do Itaú BBA, Daniel Sasson, “O acordo entre Tesla e Vale é muito mais estratégico do que propriamente comercial. Faz sentido para as empresas que serão grandes consumidoras de níquel no futuro fazerem acordos para garantir esse fornecimento”.

Em 2022, o preço do níquel chegou a ultrapassar a marca de US$ 100.000 por tonelada, quase o dobro da máxima histórica em 15 anos, o que obrigou a Bolsa de Metais de Londres a suspender as negociações. Após isso, o preço se acomodou e o níquel está sendo negociado por cerca de US$ 32.500.

A Vale, que estava entre uma das três maiores produtoras de níquel do mundo até 2020, atualmente é a maior do mercado. Segundo a revista Veja, em 2021 a empresa produziu 168 mil toneladas de níquel e a estimativa para 2022 é de até 190 mil toneladas de níquel e 355 mil toneladas de cobre.  

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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