A agência alemã, GIZ assinou um acordo de cooperação com o Senai para que seja desenvolvido um Centro de Hidrogênio Verde no RN. O Senai será responsável por oferecer cursos profissionalizantes no setor e capacitar novos profissionais.
A Agência Alemã, Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) assinou nesta segunda-feira (9), um acordo de cooperação com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O contrato tem como objetivo desenvolver o primeiro Centro de Excelência em Hidrogênio Verde, que será instalado na cidade de Natal (RN). O projeto também visa criar 5 hubs regionais de educação e treinamento no setor de hidrogênio verde, que serão instalados nos estados do Paraná, Bahia, São Paulo, Ceará e Santa Catarina. O intuito é garantir a estrutura necessária para a produção experimental do combustível do futuro.
Senai – RN oferecerá cursos profissionalizantes
De acordo com Markus Francke, diretor do Projeto H2 Brasil, da GIZ, os hubs de hidrogênio situados de norte a sul do país demonstram a capacidade brasileira de realizar investimentos na capacitação profissional e no treinamento de novos profissionais para um setor tão promissor.
Apenas na Europa, por exemplo, associações empresariais e industriais estimam que até um milhão de empregos serão gerados na cadeia de valor do combustível até a próxima década. O responsável pela coordenação do projeto será o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis e o Senai RN será responsável pela oferta de cursos profissionalizantes sobre produção, transporte, armazenamento e aplicação de hidrogênio verde.
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De acordo com o superintendente de Negócios Internacionais do Senai, Frederico Lamego, atualmente, a demanda pelo hidrogênio verde é bem mais forte no exterior, principalmente, na Europa. Quando essa competência for desenvolvida no Brasil, haverá a possibilidade de alavancar também a necessidade interna pela tecnologia ao tornar seu preço mais competitivo.
Além do Senai, GIZ também faz parceria com governos brasileiros
O investimento previsto de aproximadamente R$ 12,5 milhões até 2023 será voltado à geração de conhecimento, desenvolvimento de laboratórios e treinamentos de multiplicadores e compõe o projeto da GIZ chamado de H2 Brasil, uma parceria entre os governos do país e da Alemanha para impulsionar a expansão do mercado de hidrogênio verde e seus derivados no país.
De acordo com Francke, a participação das energias sustentáveis na matriz energética brasileira vem se expandindo a cada ano e a tendência é que esse número cresça ao mesmo tempo em que os custos de produção diminuam. Esse ótimo cenário demonstra que o país possui um grande potencial para ser uma grande referência mundial na produção de hidrogênio verde, sendo um dos maiores exportadores do produto.
Em outubro de 2021, a Giz anunciou 34 milhões de euros em investimentos de projetos de hidrogênio verde em seu projeto do Brasil, com previsão de aporte dos recursos ao longo de dois anos para a construção de uma planta piloto de eletrólise com capacidade de 5MW.
Mercado de hidrogênio verde no RN
Além da GIZ, a Vestas, gigante da Dinamarca, assinou em março um memorando de entendimento com o governo do RN para estudar a viabilidade de implantação de um porto-indústria com projetos de energia eólica e hidrogênio verde no estado.
O acordo é fruto de uma visita que Fátima Bezerra, governadora do estado, fez à Dinamarca, em novembro do último ano. O estado também possui um contrato com a Copenhagen Offshore Partners (COP), braço de investimento do fundo de pensão PensionDanmark, para um projeto offshore em licenciamento que terá capacidade de 2 GW.
O governo do RN também conta com um memorando de entendimento com a Enterprize Energy, que possui sede em Singapura, para o desenvolvimento de projetos de energia eólica offshore, amônia verde e H2V na costa do estado.