Inspirado na anatomia da coruja, novo material chinês é leve, durável e reduz o barulho do motor do carro de 87,5 dB para 78,6 dB.
A vida urbana está cada vez mais barulhenta. O som constante do trânsito, máquinas e motores afeta milhões de pessoas. Agora, um grupo de cientistas da Universidade Tiangong, na China, apresentou uma solução diferente: um aerogel inspirado nas corujas que reduz o barulho do motor.
O material foi capaz de reduzir em até 58% as ondas sonoras que o atingiram, mostrando um desempenho superior ao de muitos absorvedores de ruído do mercado.
A inspiração silenciosa das corujas, reduz o barulho do motor
As corujas são caçadoras noturnas conhecidas por voarem sem fazer barulho. Esse silêncio vem de uma combinação de penas com bordas serrilhadas e uma pele macia, que absorvem sons de alta e baixa frequência.
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Essas estruturas reduzem redemoinhos de ar e abafam o ruído, permitindo que a ave se aproxime da presa sem ser notada.
Foi essa capacidade natural que inspirou os pesquisadores. Eles decidiram reproduzir as características das penas e da pele da coruja em laboratório, aplicando esse conhecimento na criação de um material isolante para combater a poluição sonora em ambientes urbanos e industriais.
Como o aerogel foi desenvolvido
A equipe chinesa criou um aerogel de duas camadas. A parte inferior tem estrutura porosa, com padrão em forma de favo de mel. Essa camada funciona como a pele da coruja e é eficaz para bloquear ruídos de baixa frequência. Já a parte superior simula as penas da ave, sendo composta por nanofibras de silício que absorvem sons mais agudos.
Esse design inovador permite que o material atue em várias faixas de frequência sonora. Com isso, o aerogel consegue superar a limitação dos materiais tradicionais, que costumam absorver apenas uma parte do ruído e, por isso, exigem várias camadas para atingir o efeito desejado.
Mais leve e eficiente que os métodos atuais
Materiais convencionais usados no isolamento acústico, como fibras de feltro, nem sempre atendem às expectativas. Além de pesados e volumosos, eles costumam ser ineficientes para sons graves ou agudos, obrigando o uso de múltiplas camadas.
O novo aerogel se destaca por ser leve e por entregar desempenho superior. Em testes realizados com motores de automóveis, ele conseguiu reduzir o ruído de 87,5 decibéis para 78,6 decibéis.
Isso representa uma queda significativa, levando o som a um nível mais seguro para os ouvidos humanos.
Durabilidade e resistência à compressão
Além da eficiência na absorção sonora, o aerogel mostrou ser altamente durável. A equipe responsável afirma que o material manteve sua integridade estrutural mesmo após 100 ciclos de compressão, apresentando deformação mínima.
Esse dado reforça o potencial de uso do aerogel em ambientes com vibrações constantes, como fábricas e veículos.
Para os pesquisadores, o estudo representa um avanço importante. Eles acreditam que essa tecnologia pode ser aplicada para aliviar significativamente a poluição sonora em áreas urbanas, linhas de produção e sistemas automotivos.
Impacto na saúde pública
A poluição sonora vai além do incômodo. A exposição contínua a barulhos elevados pode causar danos sérios à saúde. Um dos principais riscos é a perda auditiva permanente, mas os efeitos vão além disso. Sons excessivos também podem piorar condições já existentes e contribuir para o surgimento de novas doenças.
Entre os problemas de saúde citados, estão doenças cardiovasculares, como pressão alta e risco aumentado de infarto. A exposição ao barulho também pode afetar o metabolismo, contribuindo para o surgimento do diabetes tipo 2, segundo os autores do estudo.
As descobertas da equipe chinesa foram publicadas no periódico científico ACS Applied Materials & Interfaces, especializado em materiais avançados.
A publicação reforça a relevância do estudo e o reconhecimento da comunidade científica para o desenvolvimento.
Com base em uma das criaturas mais silenciosas da natureza, o novo aerogel pode abrir caminho para um futuro com menos ruído e mais saúde.