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A vila do penhasco em Sichuan onde até as águias evitam voar: moradores sobem seis horas por trilhas perigosas a 1.400 metros de altura

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 29/10/2025 às 20:24
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Moradores da Vila Gulu enfrentam subidas de seis horas por trilhas escavadas à mão para manter viva uma comunidade suspensa a 1.400 metros de altura.

A vila do penhasco em Sichuan, conhecida como Vila Gulu, desafia o próprio limite humano. Localizada a mais de 1.400 metros acima do nível do mar, ela parece flutuar no ar, um aglomerado de casas equilibrado sobre um abismo vertical de mil metros. O trajeto até lá exige uma jornada de seis horas de subida por trilhas escavadas à mão, um caminho em que mulas e cavalos ainda são os principais meios de transporte.

A estrada serpenteia entre rochas afiadas e precipícios. Não há acesso por carros, e cada passo é uma lembrança de que a vida nesta montanha depende da persistência. Mesmo assim, famílias continuam ali há séculos, firmes e adaptadas, como se o penhasco fizesse parte de sua identidade.

O caminho que moldou gerações

A vila do penhasco em Sichuan onde até as águias evitam voar: moradores sobem seis horas por trilhas perigosas a 1.400 metros de altura

Chegar à vila do penhasco em Sichuan não é apenas uma viagem física, mas também uma travessia histórica.

O caminho foi moldado com ferramentas rudimentares e coragem. Durante décadas, os moradores dependiam de escadas de vime e cordas para se comunicar com o mundo abaixo.

Somente em 2002, com apoio comunitário e recursos locais, uma estrada de tábuas começou a ser aberta no penhasco. A obra levou dezesseis anos para ser concluída.

A estrada atual, com pouco mais de um metro de largura, ainda guarda marcas do esforço.

Buracos escavados à mão ajudam mulas e cavalos a manter o equilíbrio. Cada degrau representa o preço de permanecer onde os antepassados decidiram viver.

E mesmo diante da dificuldade, ninguém fala em desistir.

Tradição, isolamento e fé

A Vila Gulu nasceu há mais de 400 anos, quando grupos fugindo da guerra escalaram o penhasco em busca de abrigo.

Ali criaram suas casas, plantaram em terrenos inclinados e formaram uma comunidade que aprendeu a viver com pouco, mas com laços profundos.

O isolamento forjou um espírito de solidariedade. As famílias se ajudam nas colheitas, nas reformas das casas e nos trajetos perigosos.

Há também um senso de pertencimento raro, como se cada pedra da montanha guardasse uma história de resistência.

Para muitos moradores, descer definitivamente significaria trair essa herança.

A paisagem que silencia

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Quem visita a vila do penhasco em Sichuan encontra uma paisagem que parece suspender o tempo.

O Grand Canyon do Rio Jinkou se estende abaixo, e o ar fino traz uma mistura de medo e fascínio.

De um lado, penhascos cortados por facas; de outro, casas simples que resistem ao vento e ao isolamento.

Durante o pôr do sol, o silêncio é interrompido apenas pelo som dos sinos das mulas.

A vista é de uma beleza quase impossível de descrever, um equilíbrio entre o perigo e a paz, onde cada morador é testemunha da força de viver onde quase ninguém ousa permanecer.

Com o turismo, a vila começou a mudar lentamente.

O teleférico instalado entre os cânions trouxe novos visitantes e oportunidades, mas também um desafio: como modernizar sem perder a essência.

Os mais jovens agora estudam nas cidades, mas muitos voltam, não por conforto, e sim por orgulho.

Gulu não é apenas um ponto turístico. É um retrato da resistência humana, de quem escolhe ficar quando a lógica mandaria partir.

Entre o céu e a terra, essa comunidade continua a existir, lembrando que a altitude não se mede apenas em metros, mas em coragem.

Você conseguiria viver em um lugar como a Vila Gulu, suspenso sobre um penhasco a 1.400 metros de altura?

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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