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A verdade sobre a Nimesulida: Por que os EUA e outros países baniram esse medicamento?

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 14/02/2025 às 11:48
A nimesulida, medicamento popular no Brasil, é proibido nos EUA devido a riscos à saúde, especialmente danos hepáticos. Descubra os motivos!
Foto: IA
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A nimesulida, um dos anti-inflamatórios mais consumidos no Brasil, tem sua segurança questionada em diversos países. Apesar de sua popularidade em terras brasileiras, onde ocupa o terceiro lugar entre os medicamentos mais vendidos, esse fármaco é proibido nos Estados Unidos, Canadá, Japão, Espanha, Irlanda e outros países devido a sérios riscos à saúde, especialmente relacionados a danos hepáticos.

A nimesulida pertence à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e se destaca por sua ação tripla: anti-inflamatória, analgésica e antipirética.

Isso significa que ela é capaz de aliviar inflamações, dores e febres, tornando-se uma opção rápida e eficaz para diversos quadros clínicos.

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No Brasil, mais de 102 milhões de caixas do medicamento foram vendidas em um único ano, segundo a consultoria Close-Up International.

Esse volume de vendas reflete o uso frequente da substância por pacientes que buscam soluções rápidas para dores e inflamações. No entanto, especialistas alertam para os perigos do uso indiscriminado.

Riscos e efeitos colaterais

Apesar de sua eficiência, a nimesulida pode causar efeitos adversos graves. Um dos principais problemas está na sua relação com danos hepáticos, que podem ocorrer mesmo em tratamentos de curta duração.

Entre os sintomas relatados estão enjoo, vômito, diarreia, tontura e reações alérgicas.

Em casos mais graves, pode haver hepatite medicamentosa, insuficiência hepática e até a necessidade de transplante de fígado.

Um estudo recente analisou 468 casos de lesões hepáticas induzidas por medicamentos na América Latina, e a nimesulida apareceu entre os fármacos associados aos piores prognósticos. Como resultado, autoridades de vários países decidiram proibir ou restringir seu uso.

Por que a nimesulida é proibida nos EUA?

Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos, nunca aprovou a nimesulida devido aos riscos comprovados de hepatotoxicidade.

A decisão foi baseada em evidências de que o medicamento pode causar falência hepática, mesmo em doses terapêuticas.

A Irlanda, por exemplo, suspendeu imediatamente a venda do medicamento em 2007, após relatos de casos graves de insuficiência hepática.

Desde então, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) impôs restrições severas ao uso da nimesulida, limitando sua prescrição a casos específicos e por curtos períodos.

A nimesulida no Brasil

Diferentemente dos Estados Unidos e de outros países que baniram o medicamento, a nimesulida segue amplamente disponível no Brasil.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige prescrição médica para sua aquisição, mas especialistas alertam que a venda e o uso excessivo ainda ocorrem sem a devida fiscalização.

O hepatologista Raymundo Paraná destaca que a cultura do autodiagnóstico e a facilidade de compra sem controle são fatores que agravam o problema.

“Muitos pacientes tomam anti-inflamatórios como se fossem analgésicos inofensivos, mas esquecem dos riscos para o fígado, rins e sistema cardiovascular”, alerta.

Alternativas seguras

Diante das preocupações com a segurança da nimesulida, especialistas recomendam alternativas mais seguras para o tratamento da dor e inflamação.

Analgésicos como paracetamol e dipirona são frequentemente sugeridos, pois apresentam menos riscos ao fígado quando usados corretamente.

Além disso, é fundamental que o uso de qualquer medicamento seja orientado por um profissional de saúde, evitando a automedicação e suas consequências adversas.

Embora a nimesulida continue disponível no Brasil, seu histórico de proibição em vários países, incluindo os Estados Unidos, levanta um alerta importante.

O uso indiscriminado pode trazer riscos significativos à saúde, reforçando a necessidade de maior regulação e conscientização sobre seus potenciais efeitos adversos.

Diante disso, é essencial que os pacientes busquem orientação médica antes de utilizar o medicamento e considerem opções mais seguras para o tratamento da dor e inflamação.

BBC

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Rute Michel Kehde
Rute Michel Kehde
14/02/2025 23:08

Creio que se é um medicamento pouco confiável, deveriam banilo do uso no Brasil. EUA, são referências em saúde, entre outros países desenvolvidos.

Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia. Apaixonada por leitura, escrita e música.

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