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A ‘mini-Petrobras’ de Alagoas: a compra que criou um gigante do gás no Brasil

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 02/07/2025 às 10:13
A Compra que Criou um Gigante do Gás e Seus Desafios
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A compra do Polo Alagoas da Petrobras pela Origem Energia deu origem a um polo integrado com campos, dutos e uma usina de gás, mas o rápido sucesso operacional foi seguido por uma crise de segurança que acendeu um alerta.

A venda do Polo Alagoas pela Petrobras, em 2022, não foi apenas mais um negócio no setor de óleo e gás. A transação de US$ 300 milhões deu origem a uma verdadeira “mini-Petrobras” no Nordeste, com a compradora, a Origem Energia, assumindo o controle de um polo integrado com campos, dutos e uma usina de gás.

A empresa, fundada por Luiz Felipe Coutinho e apoiada pelo fundo Prisma Capital, rapidamente triplicou a produção e conquistou clientes de peso. No entanto, em 2024, uma intervenção da agência reguladora por falhas de segurança paralisou a operação, mostrando que o caminho para se tornar um gigante é cheio de desafios.

A venda do Polo Alagoas pela Petrobras em 2022

A venda do Polo Alagoas fez parte da estratégia da Petrobras de se desfazer de campos terrestres para focar nos projetos de altíssimo retorno do pré-sal. A compradora foi a Origem Energia, uma empresa criada em 2017 com o objetivo de aproveitar a abertura do mercado de gás no Brasil.

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O contrato foi assinado em 5 de julho de 2021, e a transação, no valor de US$ 300 milhões, foi oficialmente concluída em 4 de fevereiro de 2022. No dia seguinte, a Origem Energia assumiu a operação integral do polo.

O que foi comprado? Um polo integrado com campos, dutos e uma usina de gás

A 'mini-Petrobras' de Alagoas: a compra que criou um gigante do gás no Brasil

O grande diferencial do Polo Alagoas é sua estrutura autossuficiente. O pacote adquirido pela Origem Energia não incluiu apenas os campos produtores, mas toda a infraestrutura necessária para operar, o que justifica o apelido de “mini-Petrobras”.

O ativo é um polo integrado com campos, dutos e uma usina de gás, e inclui:

  • Sete campos de produção: Seis em terra e um em águas rasas (Paru).
  • Uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN): Com capacidade para processar 2 milhões de metros cúbicos por dia.
  • Uma rede de 230 km de dutos para escoar a produção.

A virada operacional: como a Origem Energia triplicou a produção

Logo após assumir o controle, a Origem Energia iniciou uma campanha agressiva para revitalizar os campos. A empresa reabriu poços que estavam fechados e, de acordo com comunicados da própria companhia, os resultados foram imediatos.

Em julho de 2022, apenas cinco meses após o início da operação, a produção de gás do polo já havia triplicado, saltando de 550 mil para mais de 1 milhão de metros cúbicos por dia. Com mais gás disponível, a empresa fechou contratos importantes no mercado livre para fornecer para gigantes como a Vale e a CSN.

A crise de 2024: a intervenção da ANP e a paralisação por falhas de segurança

A 'mini-Petrobras' de Alagoas: a compra que criou um gigante do gás no Brasil

A trajetória de sucesso, no entanto, sofreu um grande abalo em meados de 2024. Uma fiscalização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada entre 10 e 14 de junho de 2024, encontrou “desvios críticos” e “situações de risco grave e iminente” nas instalações.

As falhas, que incluíam problemas em sistemas de emergência e válvulas defeituosas, levaram a ANP a interditar e paralisar completamente a produção em parte do polo a partir de 16 de junho. A operação só foi retomada de forma gradual a partir de 22 de julho de 2024, após a empresa começar a cumprir as exigências da agência.

O futuro da “mini-Petrobras”: os planos de crescimento e os riscos

O incidente com a ANP acendeu um alerta sobre os riscos de operar ativos maduros e a necessidade de equilibrar o crescimento rápido com uma cultura de segurança robusta. Ainda assim, os planos da Origem Energia para o polo integrado com campos, dutos e uma usina de gás são ambiciosos.

A empresa planeja investir na geração de energia termelétrica, no modelo “Reservoir-to-Wire”, e em um projeto inovador de estocagem subterrânea de gás. O sucesso desses projetos e a capacidade de garantir a segurança de suas operações definirão se a “mini-Petrobras” de Alagoas se consolidará como um dos novos gigantes do setor de energia no Brasil.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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