Com um faturamento bilionário e produção em escala global, a Braskem se consolida como a maior indústria química do Brasil e uma das principais do mundo.
De acordo com o Anuário da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a Braskem é, de forma consolidada, a maior indústria química do Brasil. A companhia, que também ostenta o título de maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, lidera o ranking nacional com base no critério de faturamento líquido, uma posição confirmada ano após ano pela principal entidade do setor.
Seu domínio não se restringe às fronteiras brasileiras. A empresa possui dezenas de unidades industriais distribuídas no Brasil, Estados Unidos, México e Alemanha, e sua atuação influencia diretamente milhares de outros setores que dependem de seus produtos, da construção civil à indústria de embalagens, sendo um pilar para a economia nacional.
O faturamento e a produção que a colocam no topo
Os dados financeiros e operacionais da Braskem dimensionam sua liderança. Em 2023, a companhia registrou uma receita líquida de vendas de R$ 74,8 bilhões. Embora o número represente uma queda em relação aos R$ 96,5 bilhões de 2022, conforme destacado no Anuário da Abiquim, ele mantém a empresa na liderança isolada do setor químico nacional.
-
A estranha aliança por trás do couro vegano brasileiro que seduziu a alta-costura
-
Uma das maiores fábricas de chocolate do Brasil decretou falência e muita gente nem sabe — entenda o que aconteceu com a gigante do setor
-
Megafusão pode criar novas ferrovias de US$ 190 bilhões de costa a costa
-
Nova fábrica da Mondial será construída no Brasil: Com investimento de R$ 45,7 milhões na Bahia, nova unidade vai gerar cerca de 1.400 vagas de emprego
Em termos de capacidade produtiva, a Braskem opera em uma escala monumental. A empresa é capaz de produzir mais de 10 milhões de toneladas de resinas termoplásticas e outros produtos químicos por ano. Ela é a líder mundial na produção de biopolímeros, com seu “Plástico Verde I’m green™”, feito a partir da cana-de-açúcar, um marco de inovação e sustentabilidade.
Dos plásticos às soluções sustentáveis
O portfólio da Braskem é a base para uma vasta cadeia produtiva. Seus principais produtos incluem:
Polietileno (PE): usado em embalagens flexíveis, sacolas, frascos e na agricultura.
Polipropileno (PP): matéria-prima para autopeças, eletrodomésticos, tampas e embalagens rígidas.
PVC (Policloreto de Vinila): essencial para a construção civil, em tubos, conexões e esquadrias.
Químicos básicos: eteno, propeno, cloro e soda, que são os blocos de construção para seus próprios produtos e para outras indústrias.
Além disso, a companhia tem investido pesadamente em soluções de economia circular. O Plástico Verde, produzido na unidade de Triunfo (RS) desde 2010, é um exemplo concreto dessa estratégia, capturando gás carbônico da atmosfera em seu processo produtivo.
Uma história de consolidação para formar a líder da América Latina
A Braskem foi criada oficialmente em 2002, mas sua história é o resultado da consolidação de diversas empresas do setor petroquímico brasileiro que existiam desde a década de 1970. Nascida da integração de seis empresas do Grupo Odebrecht e do Grupo Mariani, com o apoio da Petrobras, a empresa já surgiu como líder de mercado.
Ao longo dos anos, sua expansão foi marcada pela aquisição de ativos e pela internacionalização. Um passo fundamental foi a construção do Complexo Petroquímico do México, o Ethylene XXI, inaugurado em 2016, um dos maiores investimentos do setor na região. Essa trajetória transformou a Braskem na maior indústria química do Brasil e da América Latina.
O papel estratégico na economia e os desafios futuros para a indústria
A indústria química tem um efeito multiplicador na economia, e a Braskem está no centro desse ecossistema. Estima-se que o setor químico como um todo seja responsável por uma fatia significativa do PIB industrial brasileiro. A empresa é uma grande exportadora, gerando divisas para o país, e uma empregadora de milhares de pessoas.
No entanto, o futuro apresenta desafios. A instabilidade dos preços das matérias-primas no mercado internacional, a forte concorrência global e a crescente demanda por práticas sustentáveis pressionam o setor. A transição para uma economia de baixo carbono e o avanço da reciclagem química são temas centrais para a estratégia de perpetuidade da maior indústria química do Brasil.