A fabricante de cimento brasileira Votorantim deseja firmar contrato com uma usina de processamento de lixo no município de São Bento do Sul, em SC, para utilizar os resíduos como fonte de energia na produção de cimento
A Votorantim Cimentos, que faz o aproveitamento de boa parte de resíduos urbanos descartados e inúteis no processo de reciclagem, usando-os como fonte de energia na produção de cimento, anunciou que está em tratativas com uma usina em SC, a Usina de Processamento de Resíduos de São Bento do Sul, localizada no bairro Brasília. O intuito da maior cimenteira do país é produzir o concreto com neutralidade de carbono até o ano de 2050, conseguindo fazer a substituição de combustível fóssil, além de ampliar o uso de energia renovável em suas operações.
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Votorantim Cimentos utiliza lixo e demais resíduos para transformá-los em energia na produção de cimento
Durante a manhã desta última quarta-feira (9), Bianca Oliveira, consultora comercial da Votorantim Cimentos, foi até o local juntamente com o presidente do Samae, Osvalcir Peters, para acompanhar de perto o trabalho realizado dentro da usina.
Representando a Verdera, uma unidade da Votorantim Cimentos que faz o gerenciamento desses resíduos, Bianca explicou que a Votorantim atualmente faz uso de materiais como cavaco de madeira e até cascas de arroz como fontes de energia, ao longo do processo de produção de cimento. Bianca exclamou que o modelo ofertado pela Samae é uma novidade para a empresa, ao se referir aos materiais de lixo residual da Samae.
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A Consultora Comercial da Votorantim Cimentos já esteve em São Bento do Sul, SC, porém em uma outra ocasião, coletando amostras de efluentes residuais do processamento do lixo no município catarinense, com o intuito de enviá-las para análises. Bianca ressaltou que os resultados sairão em torno de 20 dias, para então darem continuidade às tratativas com o Samae.
Sistema de convênio com o Samae
Mesmo com todo o interesse por parte da Votorantim Cimentos, o Samae vai precisar abrir uma espécie de “audiência” pública, para que as empresas interessadas possam também participar desse processo, estabelecendo um valor por tonelada do lixo residual. Assim, a empresa que fizer a oferta de maior valor vai assinar um convênio com o Samae.
Meta estabelecida pela Votorantim
De acordo com dados da Votorantim Cimentos, entre os anos de 1990 e 2020 a cimenteira brasileira conseguiu reduzir em torno de 25% das suas emissões de dióxido de carbono (CO2) por tonelada de cimento produzido, volume que conseguiu passar de 763 kg de CO2/ton de cimento para 576 kg de CO2/ton de cimento.
O Diretor Global de Sustentabilidade da Votorantim Cimentos, Álvaro Lorenz, disse que até o ano de 2030, a meta é reduzir mais 12% – para 520kg de CO2 por tonelada – sendo esta apenas uma meta intermediária, para que a cimenteira consiga chegar em 2050 com uma produção de cimento neutra em carbono.
A Votorantim está apostando alto na substituição do consumo de combustíveis fósseis que alimentam os fornos de produção do cimento, por combustíveis de biomassas, tais como o caroço de açaí e de coco babaçu, e também de resíduos sólidos urbanos.