Quase descontinuado, o Toyota Corolla renasceu como o sedã mais vendido do mundo graças a um engenheiro visionário. Descubra como Takeshi Yoshida virou o jogo e fez do Corolla um ícone da durabilidade automotiva.
Em um mundo em constante evolução automotiva, onde SUVs e minivans dominam as preferências, poucos poderiam imaginar que o sedã médio mais icônico da Toyota, o Corolla, quase desapareceu.
A virada do milênio trouxe consigo uma grande crise financeira no Japão e na Ásia, colocando o modelo tradicional da Toyota em xeque e quase empurrando-o para fora de linha.
Contudo, a decisão que salvou o Corolla teve origem na paixão e determinação de um único engenheiro: Takeshi Yoshida.
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Ele acreditava que o nome Corolla ainda tinha valor e que o carro poderia evoluir, desde que a empresa ousasse investir e reestruturar o modelo.
O impacto da crise e o início da mudança
O final dos anos 1990 trouxe um cenário de incertezas para o mercado automotivo japonês.
A crise econômica gerada pelo estouro da bolha especulativa abateu diversas empresas, e a Toyota não foi exceção.
Além disso, os consumidores começaram a se interessar mais por SUVs e minivans, deixando sedãs médios, como o Corolla, de lado.
Com vendas em baixa, a Toyota cogitou encerrar a produção do Corolla após a oitava geração, pensando até em abandonar o nome que havia se consolidado globalmente.
Segundo o próprio Yoshida, que relata esses acontecimentos ao site da montadora, existiu até a possibilidade de rebatizar o carro.
No entanto, ele se recusou a aceitar essa ideia e se mobilizou para convencer os executivos da Toyota de que o Corolla ainda tinha um futuro promissor.
Uma nova geração com desafios e inovação
Convencidos pela visão de Yoshida, os executivos da Toyota atribuíram a ele a tarefa de desenvolver a nona geração do Corolla.
O projeto, no entanto, não estava livre de obstáculos. Com um orçamento restrito, Yoshida e sua equipe precisaram adotar abordagens criativas para tornar o modelo viável.
Foi então que ele introduziu uma mudança significativa na forma de trabalho da montadora: unificou as equipes de design, powertrain e ergonomia, promovendo um fluxo de comunicação mais direto e colaborativo.
Essa integração permitiu que ideias fossem compartilhadas e que o desenvolvimento fosse mais eficiente, mesmo diante de limitações financeiras.
A criação do Corolla mais vendido de todos os tempos
O resultado desse trabalho árduo foi um Corolla que superava as expectativas do mercado.
Batizado popularmente de “Brad Pitt” no Brasil, devido à campanha publicitária estrelada pelo ator, o sedã conquistou consumidores ao redor do mundo.
Essa geração trouxe diversas melhorias, incluindo um aumento de 14 cm no entre-eixos e o uso de uma versão simplificada da plataforma do Camry japonês.
Para reduzir custos, a suspensão traseira independente foi substituída por um eixo de torção.
Contudo, a qualidade de construção permaneceu excepcional, com padrões de montagem que rivalizam com muitos veículos atuais.
Outro destaque foi a tecnologia de iluminação Optitron no painel, que apagava completamente quando o carro estava desligado, e o novo motor ZZ, feito com bloco de alumínio e comando de válvulas variável VVT-i.
Nos EUA, Europa e Japão, o Corolla também ganhou versões esportivas, com até 190 cv, que encantaram os entusiastas e chegaram até a equipar o Lotus Elise.
O sucesso no Brasil e a versão perua
No Brasil, a nova geração do Corolla rapidamente conquistou a liderança entre os sedãs médios, destronando modelos tradicionais da Chevrolet.
Seu visual moderno e sofisticado, que lembrava veículos de luxo, e a campanha estrelada por Brad Pitt, ajudaram o modelo a se tornar um sucesso de vendas.
Além da versão sedã, a Toyota lançou a Fielder, uma perua que combinava a dianteira longa do modelo brasileiro com a carroceria familiar da versão japonesa, uma decisão estratégica que deu sobrevida ao segmento de peruas no país.
Longevidade e legado
Até hoje, essa geração do Corolla é amplamente apreciada no mercado de usados, com exemplares que superam facilmente os 200 mil quilômetros rodados, alguns até ultrapassando a marca dos 400 mil km.
Sua durabilidade, somada ao excelente acabamento e confiabilidade mecânica, faz com que o Corolla seja considerado uma verdadeira “loteria” para quem encontra um bem conservado.
A escolha de Yoshida em continuar o legado do Corolla não poderia ter sido mais certeira.
A nona geração do modelo é até hoje a mais vendida da história, consolidando a reputação do sedã que quase teve seu fim decretado antes mesmo de renascer com força total.
Por que o Toyota Corolla é imbatível entre os sedãs médios?
A determinação de Takeshi Yoshida não apenas salvou o Corolla, mas também transformou o modelo em um ícone que persiste até hoje.
Será que um novo concorrente poderá ameaçar o domínio do Corolla ou ele continuará sendo o rei dos sedãs médios por mais algumas gerações?