Com apoio da Embrapa, as fazendas marinhas se destacam como solução tecnológica e ecológica para diversificar a produção rural, gerar renda e abrir novos mercados para o Brasil.
As fazendas marinhas têm se consagrado como um modelo produtivo em expansão no Brasil. Aos poucos, tem conquistado espaço entre produtores rurais em busca de inovação.
Essa nova fronteira da agropecuária se vale do ambiente marinho para cultivar alimentos, com o apoio da ciência e da tecnologia. A Embrapa tem papel central nesse avanço, ao integrar pesquisas de ponta ao cotidiano da maricultura, oferecendo soluções que unem sustentabilidade e produtividade.
O que são fazendas marinhas e por que estão crescendo no Brasil?
Fazendas marinhas são estruturas instaladas no mar para o cultivo de organismos aquáticos como peixes, moluscos, crustáceos e algas.
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Essa prática, também chamada de maricultura, diferencia-se da aquicultura de água doce justamente pelo uso de áreas oceânicas para a produção.
Essas unidades podem ser instaladas perto da costa ou em alto-mar.
Embora o ambiente seja mais desafiador, os princípios de manejo são familiares aos produtores do campo: controle sanitário, monitoramento ambiental e planejamento técnico são igualmente essenciais.
O ambiente marinho, no entanto, exige soluções específicas, como equipamentos resistentes à corrosão e sistemas que acompanham as mudanças naturais das marés e temperaturas.
Investimento em maricultura amplia oportunidades para o produtor rural
Com a pressão crescente sobre terras agrícolas e o aumento da demanda global por alimentos, as fazendas marinhas surgem como uma forma de diversificação segura e rentável.
A entrada nesse setor permite ao produtor reduzir riscos e conquistar novos mercados — inclusive internacionais.
Dados recentes do Ministério da Pesca e Aquicultura confirmam essa tendência: as exportações brasileiras de pescado cultivado atingiram US$ 18,5 milhões no primeiro trimestre de 2025.
Isso representa um crescimento de 112% em valor e 89% em volume em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Esse desempenho fortalece a maricultura como vetor econômico e comprova que o oceano pode ser tão fértil quanto o solo.
Algas marinhas
O cultivo de algas desponta como um dos segmentos mais promissores das fazendas marinhas. Muito além da alimentação, as algas são matérias-primas valiosas para indústrias de cosméticos, fertilizantes e até biocombustíveis.
A Embrapa estuda, por exemplo, o uso de macroalgas como insumo para melhorar a produtividade agrícola em terra.
Essa ponte entre o mar e o campo abre caminho para novas formas de produção integradas, mostrando que é possível inovar com responsabilidade ambiental.
Espécies cultivadas e mercado em expansão
Ostras, mexilhões e camarões estão entre os cultivos mais populares nas fazendas marinhas.
As ostras são valorizadas por sua adaptação a diferentes regiões; os mexilhões crescem rapidamente e têm alto valor nutritivo; já os camarões exigem mais cuidados, mas alcançam preços elevados no mercado.
Além desses, há espécies de peixes marinhos, como robalo e salmão, que também vêm sendo produzidas com sucesso no Brasil.
Cada organismo demanda cuidados específicos, desde a temperatura da água até a salinidade e o tipo de alimento oferecido.
Alta tecnologia garante eficiência e sustentabilidade no mar
A maricultura brasileira vem se apoiando em tecnologia para superar desafios naturais e ganhar competitividade. A presença da Embrapa nesse processo garante respaldo técnico e científico às iniciativas.
Sistemas automatizados de alimentação, sensores de qualidade da água, drones submersos para inspeções e softwares de gestão em tempo real fazem parte do cotidiano dessas fazendas.
Essas ferramentas permitem que os produtores tomem decisões mais precisas, economizem recursos e reduzam impactos ambientais.
Ao usar esses recursos, a produção marinha se torna mais eficiente, previsível e segura, atraindo investimentos e ampliando a confiança de quem aposta nesse modelo.